quinta-feira, novembro 01, 2012

APAGÃO DE COINCIDÊNCIAS


Há Algo de Sério Com a Cemig

Coluna Econômica - 01/11/2012

Há algo de sério ocorrendo com a Cemig (Centrais Elétricas de Minas Gerais). É dela a responsabilidade direta pelo “apagão” que afetou imensas regiões do país nos últimos dias.

Nos últimos anos, enquanto a estatal paulista CESP definhava, a Cemig tornava-se uma potência energética. Essa expansão, aparentemente, está sendo feita à custa de perda de qualidade e de um novelo acionário.

Como estatal, ela tem limitações para os financiamentos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Para contornar esse empecilho, assim como os controles burocráticos do Tribunal de Contas, passou a criar uma série de empresas satélites, em um novelo societário incompreensível.

É o caso da Taesa, seu braço de transmissão responsável pelo “apagão”.

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A aquisição da Taesa foi feita através do fundo Coliseu, administrado pelo Banco Modal. O fundo tem mais de 50% do controle da Taesa, mas seu “funding” é da própria Cemig. Ou seja, o controle da fato da Taesa é da Cemig.

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Há pouco tempo, a falta de segurança nas linhas de transmissão da Cemig provocou uma tragédia em Bandeira do Sul, Minas Gerais, com a morte de 16 jovens em um caminhão de carnaval.

Agora, o caso do “apagão” que, na sexta-feira passada, propagou-se pelas regiões Norte e Nordeste.

Segundo informou ontem o Ministro interino das Minas e Energia, Márcio Zimmerman, o equipamento havia passado por manutenção uma semana antes. Ele possui uma chave de proteção, que deveria ter sido reativada após a manutenção e não foi.

Depois da manutenção, o sistema deveria ter sido submetido a testes operacionais, que certamente identificariam o esquecimento da chave. Também não houve os testes.

Com isso o equipamento desligou e o problema propagou-se por todo o sistema elétrico.

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Não se ficou nisso. Constatado o “apagão”, a empresa demorou mais de quatro horas para providenciar o religamento. Segundo Hermes Chipp, diretor-geral do Operacional Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve falha nos três caminhos principais de religamento da energia.

É um conjunto inadmíssivel de falhas continuadas. Primeiro, uma falha humana. Depois, uma falha nos procedimentos básicos, que se sucede ao fim de cada processo de manutenção. Finalmente, uma demora injustificada para religar.

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Tudo isso ocorre em um momento em que a própria Cemig encabeça um movimento de resistência à nova política energética.

Afim de reduzir o custo da energia, o Ministério das Minas e Energia decidiu que, na prorrogação das concessões, as concessionárias não poderia embutir na tarifa de energia a amortização do investimento – mesmo porque, devido à sua idade, as usinas já estavam amortizadas.

A Cemig reagiu alegando que essa cláusula impediria a substituição de máquinas, podendo acarretar problemas futuros. Recusou-se a renovar as concessões das usinas de São Simão, Jaguara e Miranda, e ameaçou entrar na Justiça contra as mudanças.

De repente, não mais que de repente, estoura um problema que deixa sem energia parte relevante do país. E a causa foi um acúmulo de erros humanos e operacionais, que nada têm a ver com investimentos.

Preços ao produtor sobem 0,72% em setembro

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) encerrou o mês de setembro com uma variação de 0,72% ante o mês anterior, resultado superior ao alcançado em agosto (0,52%), segundo levantamento elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior (acumulado em 12 meses), os preços variaram 6,99% em setembro, contra 7,53% em agosto. Já a variação acumulada em 2012 foi de 6,35% em setembro e 5,59% no mês anterior.

Índice de Confiança de Serviços sobe 0,5%

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 0,5% entre setembro e outubro, na série com ajuste sazonal, ao passar de 120,9 para 121,5 pontos, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A variação do ICS-S resultou de movimentos em sentidos contrários dos índices da Situação Atual (ISA-S), que recuou 3,3% - chegando a 100,5 pontos -, o índice de Expectativas (IE-S) confirmou a reação do mês anterior, avançando 3,3%, chegando a 142,4 pontos.

Desemprego volta a ficar estável

A taxa de desemprego voltou a ficar relativamente estável no mês de setembro, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) indica que a taxa passou de 11,1% em agosto para 10,9% no último mês, em seis regiões metropolitanas e no Distrito Federal. Na apuração de agosto, o índice havia passado de 10,7%, em julho, para 11,1%.

Fluxo cambial tem déficit de US$ 748 milhões

A saída de dólares superou a entrada em US$ 748 milhões até o dia 26 deste mês, segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC). O saldo negativo veio do fluxo comercial (operações relacionadas a exportações e importações), com saídas maiores do que entradas em US$ 3,112 bilhões, enquanto o segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registrou saldo positivo de US$ 2,363 bilhões.

Déficit da Previdência do setor urbano é o pior desde 2007

A Previdência Social apresentou um déficit de R$ 5 bilhões no setor urbano em setembro, o pior resultado desde 2007, segundo o Regime Geral da Previdência Social (RGPS). O saldo foi decorrente de R$ 26,1 bilhões em gastos, contra R$ 21,1 bilhões com arrecadação. No setor rural, a necessidade de financiamento ficou em R$ 6,1 bilhões - diferença da arrecadação de R$ 498,7 milhões no mês e das despesas de cerca de R$ 6,6 bilhões em benefícios assistenciais, previdenciários e acidentários.

Brasileiros estão mais confiantes, segundo CNI

O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) aumentou 2,8% em outubro na comparação com setembro e alcançou 116,4 pontos, o maior valor registrado desde janeiro de 2011. Em relação a 2011, o INEC subiu 3,1%, segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Os brasileiros acreditam na recuperação da economia. Por isso, esperam que os preços e o desemprego não aumentem nos próximos meses", avalia o economista da CNI Marcelo Azevedo, em nota.

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