Bonner, Homer e o plano de Mr. Burns...
Mauro Carrara
Então, ao fim da reunião, o editor pornográfico Ali Kamel cravou os olhos no apresentador e disparou a pergunta-reprimenda:
- Você entendeu? Entendeu mesmo?
- ‘Xá cumigo - respondeu em tom gabola o publicitário William Bonemer Júnior, mais conhecido como “jornalista” William Bonner, âncora do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão.
Horas depois, o velho meninão global começava, ansioso, a cumprir sua missão na primeira entrevista com os principais candidatos à presidência da República.
De cara, tentou afobadamente rotular a candidata situacionista de “malcriada”, distorcendo uma declaração do presidente Lula.
Aí, tomou sua primeira invertida. A ex-ministra apontou, na lata, a contradição do discurso oposicionista. Afinal, Dilma é forte e determinada ou é fraca e tutelada?
Percebendo a primeira falha do script kameliano de detratação, Bonner tentou atabalhoadamente interromper a resposta de Dilma. Não conseguiu.
Em seguida, repetiu a estratégia oposicionista de condenar o apoio eleitoral de forças políticas conservadoras.
Como vale tudo para manchar a reputação de Lula e de seu partido, Bonner decidiu avacalhar com antigos aliados da família Marinho, gente que retransmite o plim-plim para vários Estados, especialmente no Nordeste.
Sem traquejo de repórter, escancarou a tentativa de ganhar a resposta pronta:
- Onde foi que o PT errou? Ou melhor, quando foi que o PT errou?
Mais uma vez, no entanto, não obteve sucesso. Afinal, o próprio casal entrevistador havia defendido a necessidade de um mandatário capaz de estabelecer essas alianças.
Por fim, o despreparado repórter Bonner mostrou-se também um péssimo analista econômico.
Com a cola na mão, desfilou os batidos argumentos tucanos destinados a desvalorizar a experiência brasileira.
Tratando de crescimento econômico, tentou comparar o Brasil à Bolívia e ao Uruguai.
Depois, exibiu sua desinformação (ou má intenção), ao desconsiderar os números da Rússia, especialmente durante a crise 2008-2009, e estabelecer uma comparação imprópria com o desempenho brasileiro.
Mais uma vez, tomou uma lição de bom senso, educação e honestidade da “temível” candidata vermelha.
Pior: foi desautorizado em público pela própria esposa, que com as mãos lhe passou um “cala a boca” humilhante.
Dilma passou com honras no teste eleitoral da emissora que conspira todos os dias contra o governo Lula, e também contra o povo brasileiro.
William Bonner, ao contrário, expôs a milhões e milhões de brasileiros a índole golpista da corporação à qual serve caninamente.
Deve ter recebido uma bronca da Fátima, que ao menos entende alguma coisa de ser repórter.
E, segundo se sabe, Kamel lhe passou um sermão de 15 minutos, com direito a aulinha de interpretação. Vai ter que ajoelhar no milho.
Vejamos como Bonner, aquele que confessou falar para o telespectador Homer Simpson, se sairá diante de José Mr. Burns Serra, o candidato de casa. Façam suas apostas!