sábado, março 04, 2006
Mulheres do campo querem fim da ''invisibilidade''
Responsáveis por metade dos alimentos do mundo, mulheres querem superar "invisibilidade"
Spensy Pimentel
Enviado especial Porto Alegre – http://www.radiobras.gov.br/
Mais de 50% dos alimentos do mundo são produzidos por mulheres, segundo dados do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem). Em regiões como o Caribe e a África, esse índice chega a 80%. No Brasil, segundo estudo do Unifem em parceria com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), 34% da renda familiar no campo é fruto do trabalho de mulheres, e 15,9% das mulheres com ocupação estão em atividades rurais.Apesar dessa força econômica, as mulheres do campo seguem marginalizadas e "invisíveis". "A pobreza na América Latina tem o rosto da mulher rural", diz Ana Falu, diretora do Unifem. Além de enfrentar problemas culturais e sociais, como a violência doméstica, ou a falta de documentos civis, em muitos países, até mesmo as políticas públicas contribuem para perpetuar a desigualdade de gênero.Para discutir estratégias a fim de mudar essa realidade, cerca de 140 mulheres ativistas de, pelo menos, 12 países reúnem-se entre hoje (4) e amanhã para definir suas reivindicações e sugestões à 2ª Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, evento organizado pelas Nações Unidas em parceria com o governo brasileiro, a partir de segunda (6), na capital gaúcha.A abertura do seminário internacional "Políticas para as Mulheres na Reforma Agrária e no Desenvolvimento Rural", hoje pela manhã, teve a presença dos ministros Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, e Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.Durante o evento, mulheres que representam movimentos sociais da América Latina, África e Ásia vão relatar suas experiências. Para muitas das participantes, a experiência de serem ouvidas num evento internacional com chancela das Nações Unidas é uma novidade, como testemunhou hoje, na abertura do evento, a sindicalista hondurenha Isabel Paes, da Via Campesina. "Desculpem-me se me equivoquei em alguma coisa. É a primeira vez que estou num evento assim, mas, com a graça de Deus, tudo é possível’, disse ela, ao encerrar sua exposição.
04/03/2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.