terça-feira, janeiro 24, 2006
Em que planeta vive esse Dines???..." adeus controvérsias, adeus polêmicas, adeus diversidade epluralidade"??? Na mídia brasileira??? Dominada por esse bando de gângsteres, com pistoleiros mantidos a muita mordomia e cheia de esquemas com tucanos e pfls da vida??? Na idade dele fica até constrangedor ficar fazendo papel de bobo desse jeito.
AM
From: Maria Aparecida Torneros
Sent: Tuesday, January 24, 2006 1:54 PM
MÍDIA NÃO CRITICA A MÍDIA
Acordo de "cavalheiros" favorece a pilantragem
Alberto Dines
Quando Mauro Malin, editor do Observatório da Imprensa no rádio, cobrou daANJ (Associação Nacional de Jornais) uma defesa do jornalista LourivalSant'Anna, ouviu esta pérola de cinismo: os jornais de Tanure já não fazemparte da entidade, portanto ela desobriga-se de pronunciar-se sobre os seuscomportamentos.Mas a Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas) também não fazia parte daANJ e, no entanto, esta entidade empresarial não poupou a entidadeprofissional na delirante aventura do Conselho Nacional de Jornalismo.A ANJ não representa apenas os leitores dos jornais associados, representaos interesses dos cidadãos que desejam uma imprensa livre e sem vícios. Doceilusão: uma das cláusulas pétreas nas negociações para a fundação da ANJ(1979-1980) foi o compromisso de não brigar em público. Estava decretado opacto de silêncio: adeus controvérsias, adeus polêmicas, adeus diversidade epluralidade. Sócios dos country clubs só brigam através de bolas pretas ebrancas, ninguém fica sabendo.Graças ao pacto, passou em brancas nuvens o assalto de Ary de Carvalho a ODia. Graças ao pacto, ficou sem conseqüências o manifesto público assinadopelos parceiros Globo-Folha para liquidar a Gazeta Mercantil e em seu lugarcriar o Valor. Graças ao pacto, ficam trancafiadas as grandes discussõescapazes de oxigenar o panorama jornalístico brasileiro.Trecho esquecidoMas por que razão o Estado de S.Paulo e Veja reagiram no sábado (21/1) àsmanipulações da IstoÉ na última pesquisa eleitoral do Ibope? Simplesmenteporque descarregaram a culpa no patrocinador da pesquisa, o ex-governadorAnthony Garotinho. O Jornal Nacional divulgou candidamente a sondagem naquinta-feira (19), mas só veio a denunciar a supressão das perguntasrelativas ao segundo turno no sábado, duas edições depois. E apontouGarotinho como culpado. O cúmplice - o veículo que serviu à manipulação -foi razoavelmente poupado.E aqui chegamos ao ponto crucial da questão: a primeira instância da críticada imprensa deve ser a própria imprensa. Quando ela cumpre integralmente oseu compromisso de fiscalizar tudo o que acontece (inclusive no seu âmbito)não sobra espaço para pilantragens. Submetida a esta estranhíssimasolidariedade corporativa, a imprensa brasileira abre mão do princípiobásico da livre-iniciativa - a concorrência. De bico calado para as suaspróprias mazelas, abandona a esfera de instituição republicana e assume-seapenas como lobby, grupo de interesses. Lavra desta maneira seu atestado deinidoneidade.Exemplo maior deste pacto de silêncio e dos seus maléficos efeitos sociais éo descaso de toda a imprensa com o perigoso relacionamento da Opus Dei comos meios de comunicação ibero-americanos. Este Observatório vem chamando aatenção para os aspectos brasileiros do problema há quase uma década até quea revista Época resolveu explorar o assunto.Mas nos últimos 10 dias tudo o que se escreveu sobre a força do opus-deismono Brasil relaciona-se com a disputa eleitoral. Ficou esquecida a parte damatéria de Época que flagrou a ligação Opus Dei & Associados com a mídia.Falar nela é tabu - incomodará alguns grandes veículos. Incomodará sobretudoa própria ANJ.***
Em tempo
Cinco dias depois da divulgação da pesquisa Ibope/IstoÉ a mídia começa aprocurar os culpados pela manipulação. Na terça-feira (24/1), a Folha deS.Paulo (pág. A 8) saiu em defesa do semanário ("Revista nega terbeneficiado Garotinho"), enquanto o Estado de S.Paulo foi na direçãocontrária num pequeno box - "IstoÉ: 2º turno não tem interesse jornalístico"(pág. A 4).
A esta altura a grande imprensa já deveria estar em condições de exigir uma sindicância da Justiça Eleitoral. Se neste início da temporada eleitoral afrouxarem os controles sobre a divulgação de pesquisas, mais tarde será impossível.
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