quinta-feira, janeiro 12, 2006
ECONOMIA & POLÍTICA – XLVII 12/01/2006
evaristoalmeida
a) Antigamente havia o dono da bola, hoje podemos dizer que o Alckmin é o dono da mídia
O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin era praticamente um desconhecido, quando em 1994 saiu candidato como vice na chapa que tinha Mario Covas como cabeça. O alckmin foi encarregado de deslanchar o programa de privatização no estado. Assim foi que todas as rodovias estaduais passaram para concessionárias que cobram o olho da cara pelo pedágio. Na rodovia Imigrantes, que liga a cidade de São Paulo ao litoral, o pedágio é de R$ 13,40. Muitas empresas também foram repassadas para o capital privado como a CPFL, Metropolitana, Elektro, Bandeirante, Cesp-Paranapanema, Cesp Tietê, Comgás e na fila está a CTEEP. É por esse motivo que empresários como Antonio Ermírio de Moraes e outros grandes o apóiam. Com a morte do Covas, Alckmin acabou se tornando seu herdeiro político no estado, assumindo o governo e se reelegendo em 2002, graças a uma série de obras eleitoreiras, como o Rodoanel, o metrô da linha 5 (que liga nada a ponto nenhum), conjunto habitacionais, entre outras. No segundo turno de 2002, o candidato do PT, José Genoino, estava crescendo e poderia ter ganho a eleição, quando as inaugurações de obras, acabaram neutralizando o seu crescimento. Na época a Folha de São Paulo, o Estadão, a Veja e outros órgãos da imprensa tucana não consideraram as obras eleitoreiras. Aliás, elas só são quando feitas pela esquerda. O governador nesses mais de 10 anos não implantou um projeto inovador no estado, tem vivido das obras feitas na gestão do Covas e da blindagem da mídia. O Alckmin é um produto direto da mídia, pois no estado é proibido em qualquer órgão de mídia, críticas a sua gestão. No ano de 2005 foram mais de 20 às rebeliões na Febem e nenhum jornal jamais ligou o fato à incompetência do governador de resolver o problema. Nenhum jornalista se aventura a perguntar ao Alckmin, porque todo esse tempo no governo e gastando R$ 500 milhões anuais e a Febem permanece sem uma solução. O Ministério Público Estadual inexplicavelmente também não tem cobrado do governador que na Febem seja cumprida o Estatuto da Criança e do Adolescente. O governador tão dedicado em criticar o governo federal, na questão das CPIs, impede a 11 anos que qualquer CPI seja instalada na Assembléia Legislativa. A mídia finge que não vê nem cobra do governador. Há 62 pedidos protocolados de CPIs na Assembléia, sendo 20 solicitadas pelo PT e 2 pelo PCdoB. Essas CPIs poderiam elucidar porque houve o aditamento da obra do Rodoanel em 170%, enquanto a Lei de Licitações estabelece que o valor aditado seja no máximo de 25%, o aditamento irregular do rebaixamento da calha do Tietê, desvios de recursos da TV Cultura (inclusive tucanano a emissora), do tráfico de influência, (admitido pelo próprio secretário de finanças Eduardo Guardia) e impunidade fiscal na Daslu , da compra irregular de equipamentos, ausência de licitação na contratação de empresas que emplacam veículos e favorecimento de empresas que têm parentes de diretores no Detran, e outras irregularidades que se viessem à tona com certeza tiraria a máscara de competência e gestão do Geraldo. O governador impediu que R$ 470 milhões a mais fossem repassados para a educação. Quando os estudantes se mobilizaram para protestar contra o veto, a polícia do governador agiu de forma truculenta com cassetetes e gás lacrimogêneo. O mesmo já havia acontecido no ano de 2004, quando alunos da Fatec, fizeram um protesto contra o desmonte da faculdade e também foram agredidos pela polícia militar. Esses fatos também desmascaram jeito de bom moço do governador. A segurança no estado de São Paulo é um caso de polícia, a população a cada dia vive mais com medo tanto dos marginais, quanto da forma de agir da própria polícia. E a mídia nunca cobra do governador uma resolução para o problema. O Geraldo Alckmin foge da responsabilidade de ser governador, mentindo que o governo federal não repassa verbas. Entre 2003 e 2005, o governo federal repassou R$ 180 milhões para a segurança pública do estado, outros R$ 143 milhões foram transferidos para a administração penitenciária e 55% das viaturas entregues pelo governador, de forma eleitoreira, foram pagos com recursos do governo Lula, entre 2003 e 2004. A saúde é outro desastre, com atendimento precário; assim como a educação básica, que pela riqueza de São Paulo, deveria ser um exemplo para o país. O Alckmin representa bem o PSDB, pois só tem casca, não tem essência; se não tivesse a mídia na mão, seria um governador mal avaliado. Ele vive de marketing político, aproveitando todas as oportunidades para aparecer. Nesses mais de 10 anos sob gestão tucana o estado de São Paulo não avançou e retrocedeu na participação do PIB nacional. Pelo exemplo do Alckmin dá para concluir que a imagem construída pelo governador é proporcionalmente ao poder que ele tem sobre a mídia e pela capacidade de evitar que CPIs sejam instaladas na Assembléia e muito menos pela sua capacidade como gestor ou competência, aliás, esta é bem questionável.
Alguns alckmin`s boys, ou quem está assessorando o Geraldo ou ainda diga-me com quem andas e direi quem és
José Pastore – área: trabalho – o que pensa: propõe uma reforma trabalhista radical com corte de encargos e direitos trabalhistas. Defende mais flexibilidade para que microempresários não tenham que seguir as cláusulas definidas em convenções coletivas. Critica a obrigatoriedade do abono de férias e o pagamento de FGTS no formato atual.
Raul Velloso – área: planejamento e política fiscal – o que pensa: questiona a eficácia das metas de superávit primário como indicador para dar segurança a investidores. Prefere a adoção de metas para a queda da relação dívida / PIB e propõe reduzir as despesas constitucionalmente obrigatórias, como saúde e educação.
José Cechin – área: previdência social - o que pensa: sugere ajustes na idade e no tempo de contribuição para os pedidos de benefício. Cogita a possibilidade de elevar para 67 anos (homens) e 65 anos (mulheres) a idade mínima de aposentadoria, bem como a eliminação de privilégios por algumas categorias.
Roberto Giannetti da Fonseca- área: comércio exterior- o que pensa: ataca o real valorizado e defende a reforma da legislação cambial. Pouco simpático ao Mercosul no formato atual, cobra evolução mais rápida dos acordos comerciais com a Alca e as negociações com a União Européia.
b) O despertar do leitor-telespectador ativo
Um dos fatos marcantes atuais é que o leitor de jornais e revistas e telespectadores estão atentos ao que está sendo escrito ou televisado. Paulo Freire fazia uma crítica ao que ele chamava de educação bancária, em que o educando só recebia informações e não tecia nenhuma crítica ao que era ensinado, construindo assim um processo pedagógico passivo no ensino-aprendizagem. O mesmo se pode dizer de quem lê jornal e revista ou assiste televisão e não se manifesta. O jornalista de direita Paulo Francis, não suportava os leitores que lhe mandavam críticas pelos absurdos que ele escrevia. Quando fiz uma crítica a uma colunista do Valor Econômico pela besteira que ela escreveu sobre a recuperação das estradas federais, em resposta, escreveu que há a democracia e liberdade de se expressar de todos, como se o que ela escreveu, em nome da liberdade de se expressar não pudesse ser criticado. Os jornalistas são muitos arrogantes e cada vez mais estão alienados do seu trabalho. A alienação, segundo Marx, acontece quando o trabalhador não tem controle sobre o processo produtivo. Dessa forma, um operário que faz parafusos; os dados da peça são determinados a priori e eles simplesmente seguem as orientações dadas por um técnico. O jornalismo hoje é a mesma coisa, a idéia geral é dada pelo editor, como por exemplo, a operação de recuperação das estradas federais é eleitoreira. Assim cabe aos jornalistas provarem que esta tese é verdadeira. Se forem consultar um técnico a respeito da operação eles vão procurar alguém que seja opositor, para reforçar a tese. Se houvesse ética no jornalismo, haveria uma consulta com várias visões e só depois seria formulada a tese. Dessa forma a tese é formulada ex-ante, pelo objetivo político de atacar o governo. Um outro dado é que os meios de comunicação do Brasil não são democráticos, poucos têm ombudsman, e os que tem como a Folha de São Paulo, não leva as críticas recebidas pelo ombudsman dos leitores em consideração, pois o jornal continua praticando o mesmo estelionato eleitoral, atacando o governo Lula. Deveria haver um conselho da sociedade em todos os órgãos de mídia, um Jornal Nacional da Rede Globo, pelo público que abrange deveria ter um controle social, como há nos países desenvolvidos e democráticos. Devemos ainda nesse país fazer uma campanha pela ética na mídia, mas isso será possível com a presença maior do leitor-telespectador ativo, cobrando isonomia, isenção na notícia e democracia da mídia.
c) Recordar é viver - O que representa se livrar do FMI
O governo brasileiro, para desespero de sua elite que prefere ser colonizada, quitou toda a dívida do país com o Fundo Monetário Internacional, de US$ 15,5 bilhões (decisão também seguida pela Argentina). Esta dívida tem uma parcela de vencimento em 2006 e outra em 2007, mas os fundamentos econômicos sólidos permitem que ela seja paga imediatamente. Com isso o Brasil se livra do estigma do fundo, que não é bem quisto pelo mundo afora, basta lembrar que na Coréia do Sul, quando quitou a sua dívida com o FMI, fez uma grande festa. É que o país que deve ao fundo, precisa passar por avaliação periódica para saber se está adotando as políticas preconizadas por ele. Essas políticas são sempre recessivas, criadoras de desemprego e põe o país num grau de subalternidade ao fundo. Para o governo Lula é muito representativo, pois primeiro no governo FHC, o país teve de recorrer três vezes ao FMI, indicando a total incompetência dos tucanos na área econômica e mostra ao mundo que o Brasil busca ser mais independente, se livrando das pressões do principal acionista do FMI que são os Estados Unidos. Também diminui o risco de solvência do país e diminui o risco país, que já desabou para 280 pontos, o menor nível de todas a história do Brasil, possibilitando que o país adquira o investment grade, ou grau de investimento. O pagamento antecipado ao FMI vai reduzir em US$ 900 milhões o pagamento de juros pelo país. Se a mídia não estivesse preocupada em criar factóides políticos, prejudicar o governo e fosse séria, a notícia de se livrar do FMI sairia nas primeiras páginas dos jornais e haveria uma grande comemoração, como a que ocorreu na Coréia do Sul.
d) A questão da venda de aviões à Venezuela
O presidente da Venezuela Hugo Chávez, denunciou que por pressão dos Estados Unidos a venda de 24 tucanos da Embraer estão sendo dificultadas. A compra de armamentos faz parte do plano do governo venezuelano de se preparar para uma eventual invasão dos Estados Unidos, que cobiçam o seu petróleo. Assim, o governo comprou 100 mil fuzis de assalto AK, aviões MIG 29 da Rússia, de transporte e barcos da Espanha. A proibição, além de tentar enfraquecer as forças armadas venezuelanas, também é uma forma de limitar a venda de armamentos pelo Brasil. O avião tucano é o melhor aparelho de treinamento do mundo e só não foi comprado pela força aérea dos Estados Unidos, que optou pela compra de um aparelho de qualidade inferior, pela representatividade que essa compra teria. Assim também foi com o exército dos Estados Unidos, que iriam usar os aparelhos da Embraer para rastreamento, mas cuja compra foi cancelada. Agora a questão é geopolítica, pois a venda dos aparelhos é essencial para a Embraer e para o governo brasileiro na região e representa um contrato de US$ 500 milhões. Os Estados Unidos podem embargar a venda dos Tucanos, porque parte do aparelho, como o motor, é comprada desse país.
e) O tucanoduto – A maior corrupção da história do Brasil
A capa da revista Carta Capital desta semana traz a matéria sobre o valerioduto do Azeredo, mas a Veja, a Folha de São Paulo, o Estadão, a Rede Globo e demais mídias fingiram que não é com eles. Qualquer fato envolvendo um governo de esquerda, mesmo sem provas e se mostrando inconsistente é fartamente publicada pela mídia impressa, televisiva e falada. Por enquanto o Tucanoduto envolve a quantia de desvio de R$ 164,9 milhões, constituído por:
Valeriotudo do Azeredo – envolve o caixa 2 da campanha de reeleição do tucano Eduardo Azeredo ao governo mineiro em 1998. São cerca de R$ 100 milhões angariados entre empresas públicas (inclusive com desvio ilegal de recursos) e privadas. Dessa quantia só R$ 8,5 milhões foram declarados ao Tribunal Regional Eleitoral. A Polícia federal atestou a autenticidade do documento que estima em R$ 100 milhões os gastos de Azeredo em 1998. A matéria completa está na revista Carta Capital desta semana (número 375).
Fundacentro – Na edição de Carta Capital 367, a revista publicou matéria que a SMP&B havia sido beneficiada em contrato de R$ 25 milhões com a fundação ligada ao Ministério do Trabalho, que vigorou entre 1997 e 1998. Investigações de procuradores federais comprovaram ao menos R$ 5,7 milhões em desvios diretos, segundo a revista.
Dimasduto – Compõe o que seria o caixa 2 de Furnas operado pelo Dimas Toledo, um dos diretores da empresa, que angariou R$ 39,9 milhões que abasteceram campanhas do PSDB.
E por falar em corrupção, a prefeita do PSDB, da cidade cearense de Tarrafas Antonia Emília, juntamente com seus familiares, têm seus nomes cadastrados ilegalmente no Bolsa- Família.
f) 2006, o ano da luta de classes no Brasil
Para Marx, o que define uma classe social é o controle dos meios de produção. Dessa forma no capitalismo, a classe que detém o capital, forma a burguesia e a que detém apenas a sua força de trabalho é a proletária. A burguesia é constituída pela classe dominante e a proletária pela dominada. No processo de dominação pesam vários fatores, que depois Althussser classificou como aparelhos ideológicos de estado. Eles representam os meios usados pela classe dominante para manter controle sobre a dominada. Ao que o Paulo Freire comenta que o oprimido se vê pelos olhos do seu opressor. No Brasil, através do processo chamado de construção da hegemonia por Gramsci, um operário chega à presidência, desbancando toda a burguesia. E pior esse operário-presidente demonstra aos demais brasileiros, que a burguesia nesses 500 anos foi um engodo, pois em 3 anos de governo, ele mostrou ser melhor do que governos que o antecederam, tachados de “preparados”. Agora se confrontarmos os dados do desgoverno do FHC, fica patente que o de Lula é muito superior. Isso gera insegurança na burguesia, pois um dos mantras do seu poder é a competência para governar. De repente tudo isso ruiu, pois todo brasileiro é capaz de ser presidente. Desesperada ela se agarra a tese do mensalão e através da mídia martela 24 por dia da sua existência, o que nunca foi comprovado. Ela tenta ainda um golpe de estado ao sugerir ao presidente que não deve tentar a reeleição. E assim eles estão no desespero geral, inventado candidatos factóides, como o Serra e o Alckmin, usando toda a mídia contra o governo e são capazes de tudo, inclusive de falsificar pesquisas eleitorais para criar um clima propício aos seus candidatos, afinal no texto do Paulo Henrique Amorim, que fala do golpe de estado, ele diz que em algum momento a candidatura do Serra ficou em 3º lugar, ao que foi escondido pelos institutos de pesquisa. Dentro desse quadro tudo é possível, até fraudar as urnas, pois há controvérsia sobre a segurança das urnas eletrônicas brasileiras. Segundo alguns professores da Poli-USP, elas não são 100% seguras. O ideal é que o voto eletrônico também fosse impresso, para caso houvesse alguma dúvida, os votos poderiam ser contados manualmente. Atualmente isso não é possível.
g) Formação do império americano
Na entrevista concedida pelo professor titular de política exterior da Universidade de Brasília (aposentado) que acaba de lançar o livro “Formação do Império Americano- da guerra contra a Espanha à guerra do Iraque”, pela editora Record , cuja integra está no sítio do PT, ele confirma o que foi publicado pela revista Carta Capital, de que os órgão de espionagem dos Estados Unidos, pagam mensalão a nossos impolutos jornalistas, leia trecho da entrevista:
Qual a avaliação que o senhor faz da política externa do governo Lula?
A política exterior do presidente Lula, executada pelo Itamaraty sob a gestão do Chanceler Celso Amorim, é uma política que se caracteriza pela defesa do interesse nacional e o Brasil não se curva ante as grandes potências, que querem a qualquer custo impor seus interesses como ocorre na OMC. O presidente Lula está assessorado pelo professor Marco Aurélio Garcia, homem muito competente, que possui vasto conhecimento da política internacional e dos problemas do Brasil nas suas relações exteriores. O Brasil tem obtido grandes vitórias. A Alca era nociva aos interesses do país bem como do Mercosul e o Brasil, aliado a Argentina, conseguiu frustrá-la. Não era possível aceitar a participação dos Estados Unidos nas compras governamentais — o que liquidaria a indústria brasileira de bens de capital —, transferir do judiciário nacional para a arbitragem internacional qualquer litígio entre uma empresa americana e o Estados brasileiro; em suma, uma série de regras que só beneficiavam os investimentos americanos. Também o mesmo problema ocorreu na OMC. Os Estados Unidos e a União Européia querem que o Brasil e os países do Mercosul abram diversos setores aos seus investimentos, mas mantêm os subsídios agrícolas. Essa resistência na defesa dos interesses do Brasil é que suscita a campanha contra o Itamaraty, desencadeada através de uma parte da mídia, possivelmente encorajada por pessoas que a CIA instrumentaliza para promover a black propaganda, a guerra psicológica. Não se trata de ver fantasma, mas de saber que os Estados Unidos fazem avançar seus interesses através de todas as suas agências, sobretudo das de inteligência, que espionam as comunicações, plantam notícias na imprensa. Não é inocentemente que diversos órgãos da imprensa publicam notas com o mesmo teor, na mesma linha de ataque, atacando o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que é um dos mais lúcidos pensadores do Brasil contemporâneo, e procurando apresentar a política exterior do Brasil como estando a sofrer derrotas. Derrotas estão a sofrer os que querem baixar a cabeça ante os Estados Unidos. E é preciso ressaltar que a questão de um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança não foi criada pelo governo de Lula, mas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, que chegou a subscrever o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares, um tratado discriminatório, a fim de contentar os Estados Unidos.
h) O PDT em São Paulo
O Partido Democrático Trabalhista nunca teve penetração no estado de São Paulo, tendo uma representatividade muito baixa em relação a outros estados. Para tentar reverter essa situação, o então presidente do partido Leonel Brizola, a meu ver cometeu um dos maiores erros políticos de sua história, ao colocá-lo na mão do Paulinho da Força Sindical. O Paulinho sempre esteve ao lado dos endinheirados desse país e nunca ao lado da classe trabalhadora. Como sempre esteve ao lado do PSDB, ele transformou o PDT no estado em satélite desse partido, contribuindo na ação estratégica tucano-pefelista de atacar o governo Lula. Agora na propagando do partido ele aparece dizendo que o Lula traiu a classe trabalhadora, ao não dobrar o salário mínimo e não promover os 10 milhões de empregos. Mas traição como, cara pálida? Primeiro que esse governo Lula não terminou, e só deve ser avaliado no final do mandato, seria como numa partida de futebol, transcorrido 68 minutos de partida se desse como definitivo o resultado até então vigente. A partida só acaba quando termina. Além do mais o Paulinho não tem ética de cobrar qualquer coisa do Lula, pois nos 8 anos de FHC, ele foi aliado fiel, nunca cobrou uma política de juros baixos nem abertura de empregos. E o Lula está dando de 10 a 0 nessa gente, com criação de quase 4 milhões de empregos com carteira assinada (se até o final do mandato for contabilizado o emprego informal, a conta se aproxima dos 10 milhões de empregos criados), recuperação do salário mínimo, da massa salarial e do salário real dos trabalhadores.
i) O PPS
O Partido Popular Socialista foi criado na esteira da queda do muro de Berlim, em que o então presidente do Partido Comunista Brasileiro Roberto Freire, de forma oportunista extinguiu o PCB (que depois se recompôs e recuperou a legenda) e criou o PPS. Este partido é um saco de gatos, pois entre seus filiados no estado de São Paulo há pessoas tanto de esquerda, quanto da direita. E agora vem o Roberto Freire, com voz embargada na televisão dizer que a sociedade não agüenta mais e espera um desfecho para a crise política. O PPS, assim como o outros partidos viraram laranjas do PSDB e estão seguindo uma linha traçada para tentar destruir o Partido dos Trabalhadores e o governo Lula.
j) O PFL
Depois de mais de 500 anos de capitães do mato, escravidão, utilização do erário público em benefício próprio, da política do café com leite, de golpes de estado, do PRP, UDN, ARENA, PDS e enfim PFL; os responsáveis pela criação da sociedade mais excludente do mundo e pelo fato do Brasil não ter se desenvolvido social e economicamente, estão na oposição. E agora querem posar de éticos na política. Eles tentam uma sobrevida, agarrados ao PSDB, que representa a direita reciclada desse país. E estão à espreita de com garras e dentes e afiados esperando uma oportunidade para voltar a implantar a política da chibata no Brasil. Como diz o ditado popular: o lobo perde a pele, mas não perde o vício.
l) O E & P
O boletim Economia & Política, foi criado como forma de dar uma contribuição ao debate político e econômico ao Brasil, tendo em vista um projeto nacional de desenvolvimento econômico e social. Ele não é neutro, trabalha na defesa do governo Lula e do Partido dos Trabalhadores. Solicito a quem tiver de acordo com a linha editorial de repassá-lo o máximo possível, para que outras pessoas possam participar do debate e ajudar na formulação de um projeto nacional para o país. Meu nome é Evaristo Almeida e quem tiver algum texto, dentro da linha do E & P e queira que saia no boletim, é só enviar para o e-mail evaristoalmeida@uol.com.br
m) Rede Povo
Mais um sítio interessante é o http://www.amigosdopresidentelula.blogspot.com./ Não esqueça do www.porumnovobrasil.org/web/ e o http://grupobeatrice.blogspot.com/. Acesse-os e coloque nos seus favoritos. A partir desse número não mais serão enviados textos anexos ao E & P. Eles poderão ser acessados nos sítios:
http://www.pt.org.br/
http://www.vermelho.org.br/
http://agenciacartamaior.uol.com.br/
frase
“Viver é perigoso” Romualdo – personagem de Guimarães Rosa em Grandes Sertões e Veredas
Poesia
Shakespeare
Hamlet
Ser ou não ser, essa é que é a questão:
Será mais nobre suportar na mente
As flechadas da trágica fortuna
Ou tomar armas contra um mar de escolhos
E, enfrentando-os, vencer? Morrer - dormir:
Nada mais; e dizer que pelo sono
Findam as dores, como os mil abalos
Inerentes à carne - é a conclusão
Que devemos buscar. Morrer - dormir.
Dormir! Talvez sonhar - eis o problema,
Pois os sonhos que vierem nesse sono
De morte, uma vez livres deste invólucro
Mortal, fazem cismar. Esse é o motivo
Que prolonga a desdita desta vida.
Quem suportara os golpes do destino,
Os erros do opressor, o escárnio alheio,
A ingratidão no amor, a lei tardia,
O orgulho dos que mandam, o desprezo
Que a paciência atura dos indignos,
Quando podia procurar repouso
Na ponta de um punhal? Quem carregara
Suando o fardo da pesada vida
Se o medo do que vem depois da morte -
O país ignorado de onde nunca
Ninguém voltou - não nos turbasse a mente
Que nos fizesse arcar co’o mal que temos
Em vez de voar para esse, que ignoramos?
Assim nossa consciência se acovarda
E o instinto que inspira as decisões
Desmaia no indeciso pensamento;
E as empresas supremas e oportunas
Desviam-se do fio da correnda
E não são mais ação. Silêncio agora!
A bela Ofélia! Ninfa, em tuas preces,
Recorda os meus pecados.
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