segunda-feira, dezembro 05, 2005


Aqui e lá, a tática da baderna

Intelectuais denunciam tentativa de
golpe contra Chávez

Manifesto assinado por nomes como Tariq Ali, Eduardo Galeano, Emir Sader, Ignacio Ramonet, Bernard Cassen, Atílio Borón, Michael Löwy, João Pedro Stédlie e José Dirceu denuncia uma nova tentativa de interromper o processo democrático venezuelano.
Redação - Carta Maior 04/12/2005

Um grupo de intelectuais de todo o mundo divulgou um manifesto denunciando uma nova tentativa de interromper o processo democrático venezuelano, que estaria sendo apoiada pelo governo do Estados Unidos. Assinam o manifesto nomes como Ignácio Ramonet, Tariq Ali, Emir Sader, Eduardo Galeano, Atílio Borón, James Petras, Bernard Cassen, João Pedro Stédile, Michael Löwy e José Dirceu. O texto do manifesto é o seguinte:

“Nos últimos seis anos temos sido testemunhas de como milhões de venezuelanos tomaram em suas mãos seu próprio destino contra toda sorte de adversidade para construir uma sociedade de inclusão e de justiça. Fortalecido pela Constituição Bolivariana – uma das mais democráticas do mundo -, o povo venezuelano ratificou sua vontade fazendo uso do voto em sete oportunidades nos últimos seis anos. No entanto, uma elite minoritária com o apoio do governo dos Estados Unidos e dos meios de comunicação tentou, por várias oportunidades, por fim a este processo de transformação. Tentou um golpe de Estado em abril de 2002, que o povo rechaçou saindo às ruas tendo a Constituição como arma. Em dezembro de 2002 tentaram sabotar a principal indústria do país provocando danos profundos à economia nacional.

Ambos os atos demonstraram um desprezo pela democracia, pelo estado de direito e pela soberania nacional.

A poucos dias das eleições parlamentar, a oposição minoritária da Venezuela, diante de uma segura derrota eleitoral, utiliza o abstencionismo como chantagem e conclamou a retirada de seus candidatos alegando falta de confiança no processo e nas autoridades eleitorais.

Apesar das últimas eleições na Venezuela terem se caracterizado por sua transparência, a qual foi respaldada por múltiplos observadores internacionais, a oposição condicionou sua participação a uma série de novas exigências. No entanto, apesar destas exigências terem sido satisfeitas pelas autoridades eleitorais, a oposição cinicamente abandonou seu compromisso retirando-se da disputa. Esta é uma estratégia para deslegitimar as instituições venezuelanas, o que só reflete seu desejo de prejudicar o próprio conceito de democracia, violentando o direito que um povo tem de escolher seu próprio destino.

Esta nova tentativa de interromper o processo democrático venezuelano tem sido tacitamente respaldada por funcionários do governo norte-americano que, publicamente, colocaram em dúvida a credibilidade do poder eleitoral venezuelano.

Nós, amigos do povo venezuelano, rechaçamos esta nova tentativa de sabotar a democracia e depositamos nossa confiança nas autoridades eleitorais e na vontade do povo de exercer seu direito de vôo, elemento fundamental da democracia, sem intimidação e sem chantagem".

Ignacio Ramonet (Espanha) Tariq Ali (Paquistão) João Pedro Stedile (Brasil) James Petras ( EUA) Emir Sader (Brasil) José Dirceu (Brasil) Eduardo Galeano (Uruguai) Bernard Cassen (França) Atilio Borón (Argentina) Samir Amin (Egito) François Houtart (Bélgica) Richard Gott (Inglaterra) Fernando Morais (Brasil) Jean-Pierre Chevenement (França) Georges Sarre (França) Sergio Lobo (Venezuela) Robin Blackburn (Inglaterra) Socorro Gomes (Deputada Federal – PCdoB, Brasil) Vanessa Grazziotin (Deputada Federal – PCdoB, Brasil) Carlos Lima (UNB –Brasil) Sydnei Liberal (Brasil) Paul-Emile Dupret (Bélgica) Rémy Herrera (França) Valter Pomar (Brasil) Aminata Traore (Malí) Michael Löwy (Brasil) Leila Jinkings (Brasil) Ramon Chao (Espanha) Breno Altman (Brasil)

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