LULA VAI VOLTAR PARA AS RUAS.
LULA VAI VOLTAR PARA OS BRAÇOS DO POVO.
SE A MÍDIA QUER GOVERNAR O BRASIL, ELA QUE VENHA PARA AS RUAS.
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Ex-presidente ruge forte e mostra as garras; ideia de retomar Caravanas da Cidadania significa colocar a campanha presidencial na rua; mesmo que não venha a ser candidato, suspense em torno de Lula poderá durar até o último minuto; provocado, ele já corre para a frente e para baixo, na direção da população sob a elite, como sempre fez em sua vida; tem funcionado
13 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS
11:46
247 – Um discurso. Foi o suficiente
para o ex-presidente Lula, de Paris, mexer totalmente no quadro político do
momento e na cena eleitoral de 2014. Rugindo forte na posição de fera política
acuada por denúncias de corrupção em sua gestão como presidente e entre os
amigos e auxiliares mais próximos a ele, Lula também fez questão de mostrar as
garras.
O anúncio, em Paris, de que está
disposto a retomar as Caravanas da Cidadania equivale ao lançamento, na prática,
de sua candidatura de volta ao Palácio do Planalto. Já se sabe, agora, como ele
vai tentar, mas ninguém tem certeza se ele levará o projeto até o fim. Lula
introduziu, a seu favor, na cena política atual e no quadro eleitoral de 2014, o
elemento do suspense. De quebra, buscou sair da posição defensiva para a de
protetor da presidente Dilma, que antecipou-lhe, na terça-feira 11, a primeira
solidariedade diante das denúnicas do publicitário Marcos
Valério.
Na tentativa de sair do corner ao
qual foi imprensado, Lula despertou o velho instinto de critica do PT. Não por
menos, o lider Jilmar Tatto não fala em outro assunto que não a lista de Furnas
e o mensalão do PSDB. Entre apoiadores informais, redes sociais já vão sendo
organizadas em defesa de Lula, com a adesão de milhares de
internautas.
Por onde andar, Lula terá atrás de si
toda a mídia. Será notícia, como já aconteceu nas outras edições das Caravanas,
todos os dias. Agora, com a ampliação e pulverização da mídia, todos os minutos.
Com elas, Lula volta ao noticiário como agente propositivo.
Agora que quebrou o silêncio, antes
mesmo da saída da primeira caravana, o ex-presidente deverá, ao seu modo, em
novos pronunciamentos e até em vídeos a serem postados na sua página virtual,
participar novamente do que ele chama de "luta política".
Foi assim no ano passado, quando
remexeu em todas as principais articulação do PT para a eleição municipal e
carregou Fernando Haddad até o cargo de prefeito de São Paulo. Fora assim dois
anos atrás, quando criou a candidatura, guiou a campanha e instalou a candidata
Dilma Rousseff na Presidência da República. E antes, ainda: todas as vezes em
que se viu pressionado em sua carreira, Lula obedeceu ao instinto de ultrapassar
a elite para encontrar-se diretamente com a população.
Nos tempos de sindicalista, gostava
das portas de fábrica tanto quanto das grandes assembléias. Como político,
jamais abriu mão do corpo a corpo num país de dimensões continentais. À exceção
de Luis Carlos Prestes, com a Coluna Prestes, nenhum outro político brasileiro
tentou o mesmo caminho. Assim como Prestes, que era perseguido pelos militares,
Lula se diz perseguido por seus adversários. As semelhanças não são meras
coincidências.
As Caravanas da Cidadania são a
expressão mais bem elaborada da maneira de Lula encontrar-se com o seu eleitor.
Abertas a improvisos, mas formatadas com organização, elas permitem que o
ex-presidente adote pose de candidato sem sê-lo necessariamente. Em tese, Lula,
com sua série já executada de incursões de ônibus pelos rincões do Brasil, colhe
subsídios para entender melhor o país. Na prática, vai juntando apoios
eleitorais, quebrando resistências, formando alianças em cada município e
distrito. Uma amarração direta, forte, que o ajudou a vencer a eleição
presidencial por duas vezes. O movimento do ex-presidente, goste-se dele ou não,
parece mesmo uma jogada de mestre.