Enviado por luisnassif, sab, 23/06/2012 - 19:15
Por Stanley
Burburinho
Jornalista da Folha faz pergunta para
Hillary e seguranças vetam seu acesso a pavilhão no Riocentro
DO RIO
A segurança da ONU vetou a presença do
jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, no pavilhão 5 do Riocentro, onde se
realizam as sessões plenárias com chefes das delegações dos 193 países que
participam da Rio+20.
Na parte da manhã desta sexta-feira (22),
Rodrigues assistiu ao evento no qual a secretária de Estado norte-americana,
Hillary Clinton, anunciou um programa de ajuda a países africanos na área de
energia limpa.
Ao final, na saída da sala, o jornalista
fez uma pergunta à chefe da diplomacia dos EUA a respeito da posição dos EUA
sobre a crise política no Paraguai. Hillary respondeu brevemente, dizendo que
estava acompanhando.
Nesse momento, seguranças dos EUA e da ONU
empurraram o repórter e o impediram de fazer novas perguntas. Rodrigues então
foi seguido até a sala ocupada pela Folha no pavilhão 3 do Riocentro. No local,
os seguranças da ONU e dos EUA pediram novamente para ler e anotar os dados da
credencial do repórter.
Às 13h30, quando estavam sendo distribuídos
passes para a entrada de jornalistas na plenária da tarde, funcionários da ONU
informaram que a presença de Rodrigues estava vetada naquele
local.
De acordo com Robin Della Rocca, do
departamento de Informação Pública da ONU e responsável pelo atendimento à
imprensa na Rio+20, seguranças de Hillary informaram à ONU que, apesar de
advertido, Rodrigues insistira em se aproximar da secretária e que, por isso,
pediam que fosse vetado seu acesso ao Pavilhão 5, onde se reúnem os chefes de
Estado. O pedido foi atendido pela ONU.
O consulado americano no Rio negou que a
segurança da secretária Hillary Clinton tenha pedido que o acesso de Rodrigues
ao Pavilháo 5 fosse vetado.
O diretor-executivo da Associação Nacional
de Jornais, Ricardo Pedreira, disse que a entidade lamentava "atitude
discriminatória contra o jornalista Fernando Rodrigues por estar exercendo a sua
função de jornalista. Ainda mais vindo dos Estados Unidos, um país reconhecido
por sua liberdade de imprensa".