Uma crítica arrojada da atitude do Ocidente em relação à África e à América Latina feita pelo ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva provocou aplausos de pé na cúpula da União Africana nesta quinta-feira.
Lula censurou em particular as Nações Unidas por não concederem a nenhum país africano ou latino-americano um assento permanente em seu Conselho de Segurança.
"Não é possível que o continente africano, com 53 países, não tenha uma representação (permanente) no Conselho de Segurança", afirmou.
"Não é possível que a América Latina, com seus 400 milhões de habitantes, não tenha uma representação (permanente), que cinco países decidam o que fazer, como fazer, sem levar em consideração o resto dos seres humanos que vivem neste planeta".
Lula se referia aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos).
O Brasil, uma potência emergente com um aumento progressivo de influência no cenário mundial, luta há muito tempo por um assento permanente no Conselho de 15 membros.
O conflito na Líbia é um foco da cúpula, que teve início nesta quinta-feira na capital da Guiné Equatorial, Malabo, com críticas à ação da Otan e ao envolvimento do Ocidente na crise líbia. Essa agressão à Líbia é a continuidade da política dos países colonialistas e imperialistas que sempre criaram guerras e revoluções na África para roubar as riquezas naturais dos países africanos ao longo dos séculos.
"Precisamos de uma Organização das Nações Unidas que tenha a coragem de impor um cessar-fogo na Líbia" e imponha negociações entre o presidente Muamar Kadhafi e seus opositores rebeldes, disse Lula. "A solução para o conflito na Líbia deve partir dos próprios líbios e não de potências colonialistas estrangeiras", finalizou.
O Brasil foi um dos cinco países que se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU em março sobre a Resolução 1973, que autorizou a utilização de "todos os meios necessários" para "proteger os civis das forças de Kadhafi",mas na realidade havia interesse em legitimar um ataque militar à Líbia para os governos dos EUA, França e Inglaterra roubarem o petróleo líbio. A autorização - contrariando todos os preceitos da ONU - se converteu em uma “carta branca” para a Otan bombardear indiscriminadamente a população civil da Líbia – algo que não consta no documento da ONU.
A crise é dos ricos
Lula também acusou o Ocidente de impor injustamente a países pobres, incluindo europeus, medidas de austeridade após uma crise financeira que, segundo ele, teve suas raízes nos Estados Unidos e na Europa.
"A crise veio dos Estados Unidos, de banqueiros americanos, de especulação financeira nos países mais ricos da Europa. E são os países pobres da África, América Latina e Ásia que vão pagar a conta", afirmou.
Agora as "vítimas pagarão o preço por um crime que não cometeram - isso é o que está acontecendo na Grécia", disse.
O Ocidente foi "incapaz de ver uma África que é composta por seres humanos iguais aos do continente europeu", ressaltou, acrescentando que talvez eles pensem que"nós africanos ou latino-americanos sejamos cidadãos de segunda classe ou porque parecemos com nativos".
"Nós queremos apenas ser tratados igualmente e dividir a riqueza que está sendo produzida neste mundo".
Lula pediu um aumento da integração entre nações africanas e emergentes.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o grupo dos BRICS, que aparece como uma possível contra-força em assuntos internacionais em relação aos países do Ocidente.
Lula censurou em particular as Nações Unidas por não concederem a nenhum país africano ou latino-americano um assento permanente em seu Conselho de Segurança.
"Não é possível que o continente africano, com 53 países, não tenha uma representação (permanente) no Conselho de Segurança", afirmou.
"Não é possível que a América Latina, com seus 400 milhões de habitantes, não tenha uma representação (permanente), que cinco países decidam o que fazer, como fazer, sem levar em consideração o resto dos seres humanos que vivem neste planeta".
Lula se referia aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos).
O Brasil, uma potência emergente com um aumento progressivo de influência no cenário mundial, luta há muito tempo por um assento permanente no Conselho de 15 membros.
O conflito na Líbia é um foco da cúpula, que teve início nesta quinta-feira na capital da Guiné Equatorial, Malabo, com críticas à ação da Otan e ao envolvimento do Ocidente na crise líbia. Essa agressão à Líbia é a continuidade da política dos países colonialistas e imperialistas que sempre criaram guerras e revoluções na África para roubar as riquezas naturais dos países africanos ao longo dos séculos.
"Precisamos de uma Organização das Nações Unidas que tenha a coragem de impor um cessar-fogo na Líbia" e imponha negociações entre o presidente Muamar Kadhafi e seus opositores rebeldes, disse Lula. "A solução para o conflito na Líbia deve partir dos próprios líbios e não de potências colonialistas estrangeiras", finalizou.
O Brasil foi um dos cinco países que se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU em março sobre a Resolução 1973, que autorizou a utilização de "todos os meios necessários" para "proteger os civis das forças de Kadhafi",mas na realidade havia interesse em legitimar um ataque militar à Líbia para os governos dos EUA, França e Inglaterra roubarem o petróleo líbio. A autorização - contrariando todos os preceitos da ONU - se converteu em uma “carta branca” para a Otan bombardear indiscriminadamente a população civil da Líbia – algo que não consta no documento da ONU.
A crise é dos ricos
Lula também acusou o Ocidente de impor injustamente a países pobres, incluindo europeus, medidas de austeridade após uma crise financeira que, segundo ele, teve suas raízes nos Estados Unidos e na Europa.
"A crise veio dos Estados Unidos, de banqueiros americanos, de especulação financeira nos países mais ricos da Europa. E são os países pobres da África, América Latina e Ásia que vão pagar a conta", afirmou.
Agora as "vítimas pagarão o preço por um crime que não cometeram - isso é o que está acontecendo na Grécia", disse.
O Ocidente foi "incapaz de ver uma África que é composta por seres humanos iguais aos do continente europeu", ressaltou, acrescentando que talvez eles pensem que"nós africanos ou latino-americanos sejamos cidadãos de segunda classe ou porque parecemos com nativos".
"Nós queremos apenas ser tratados igualmente e dividir a riqueza que está sendo produzida neste mundo".
Lula pediu um aumento da integração entre nações africanas e emergentes.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o grupo dos BRICS, que aparece como uma possível contra-força em assuntos internacionais em relação aos países do Ocidente.