domingo, maio 22, 2011

Discurso ridículo!

Obama sobre a questão israelense
O que o jornal O Globo tem a dizer sobre o discurso de Obama, ontem, pode ser lido em http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/05/19/israel-hamas-rejeitam-discurso-de-obama-924499078.asp e é um amontoado de ‘declarações’ tolas, copiadas da imprensa internacional de repetição e selecionados por critérios de 'jornalismo' vicioso, de má qualidade.
De importante, no discurso de Obama sobre a questão israelense só, que (1) Obama reconheceu oficialmente o “estado judeu”.

Doravante, portanto, se não reconhecer os estados islâmicos... confirma-se o que todos sabem e nenhuma imprensa noticia: o Pentágono, a OTAN, os EUA de Obama & AIPAC e a rede Globo entendem que “estado judeu” pode; mas “estado muçulmano” fere o princípio iluminista da separação entre religião e estado. A enganação ‘jornalística’ prossegue, ampla, geral e irrestrita.

Obama disse também, claramente, que (2) os EUA impedirão, na ONU, qualquer tentativa de conseguir que a Assembleia Geral, em setembro, reconheça o estado palestino. Disse claramente. Só não se sabe COMO impedirão, mas que disse que impedirão, disse.

Disse também, espantosamente claramente, que (3) nada impede que se crie uma Israel inviável e uma Palestina insegura (Obama só fez repetir que deve haver “uma Israel segura” e “uma Palestina viável”, logo...). Duplifalar, na veia!

Depois, como se até aí tivesse havido impressionante reconhecimento de ‘fatos’ com os quais toda a humanidade ‘naturalmente’ concordasse, Obama atreveu-se, encolhidamente, a dar um leve puxão de orelhinhas em Israel. Disse que (4) “Israel terá de defender-se ela mesma”. E mesmo isso, que não passa de frase oca e jamais acontecerá, custará muuuuuuuuuuuuuuuuuuito caro a Obama. Difícil entender, até, porque disse isso. Por quê?

Difícil imaginar discurso – e posições! – mais absolutamente sem rumo, sem projeto, sem plano, construído sem espinha dorsal, espécie de coleção de frases feitas repetidas, pensadas, talvez, para ‘a mídia’. Obama começa a fazer papel ridículo. Armado até os dentes e Prêmio Nobel da Paz, e ridículo, convencido que engana todos, todo o tempo, quando já se vê que ou é perfeito tonto, ou, sim, pensa que engana todos, todo o tempo.

Obama disse também que (5) o terrorismo foi varrido do mundo (provavelmente pela encenação de assassinato de Osama bin Laden pelos SEALs, a que Obama fingiu que assistiu pela televisão, como se viu pela televisão). Disse, claramente, que Israel deve impedir “o ressurgimento” do terrorismo. Se não se pode deixar que “ressurja”... é porque (a) bin Laden era o único terrorista do mundo e (b) dado que os SEALs fingiram que mataram em 2011, o cara que morreu de doença, em 2001... o terrorismo foi varrido do mundo. Tá provado!

E, para não deixar nenhum assunto sem comentário, como executivo de Relações Públicas, que vai burocraticamente ‘ticando’ itens de uma agenda ‘midiática’, disse que o recente acordo de unificação política dos palestinos “é assunto de legítima preocupação para Israel”. Melhor, claro, que os palestinos se engalfinhassem em luta de morte, lá entre eles. Mas já que não se engalfinharam nem se autovarreram da face da Terra... “cabe aos palestinos” explicar a Israel porque não se autovarreram da face da Terra e optaram por unir-se. Claro. Faz sentido. Claro. É.

O que Obama realmente disse sobre “a questão israelense” e O Globo não publicou foi:
“Num momento em que o povo do Oriente Médio e do Norte da África livra-se do peso do passado, a exigência de paz duradoura, que ponha fim ao conflito e atenda todos os clamores é mais urgente que nunca.
Para os palestinos, terminarão em fracassos os esforços para deslegitimar Israel. Ações simbólicas para isolar Israel na ONU em setembro não criarão um estado independente. Os líderes palestinos não chegarão à paz e à prosperidade, se o Hamás insistir na via do terror e da rejeição. E os palestinos jamais farão sua independência negando a Israel o direito de existir.
Quanto a Israel, nossa amizade tem raízes profunda, que se prendem profundamente numa história partilhada e em valores partilhados. Nosso compromisso com a segurança de Israel é inabalável. E nos levantaremos contra tentativas de isolar Israel, tornando-a alvo de críticas nos fóruns internacionais. Mas precisamente por causa de nossa amizade, é importante dizer a verdade: o status quo é insustentável, e Israel deve também agir com firmeza na direção de uma paz duradoura.
O fato é que muitos palestinos vivem na margem oeste do rio Jordão. A tecnologia tornará cada vez mais difícil que Israel defenda-se. Uma região que passa por mudanças profundas levará ao populismo, no qual milhões de pessoas – não apenas alguns líderes – devem crer que a paz é possível. A comunidade internacional está cansada de um processo infindável que jamais produz qualquer resultado. O sonho de um estado judeu e democrático não pode ser realizado mediante ocupação permanente.
Em última instância, cabe aos israelenses e palestinos entrarem em ação. Nenhuma paz lhes pode ser imposta, nem o adiamento eterno jamais fará desaparecer o problema. Mas o que os EUA e a comunidade internacional podem fazer é declarar com franqueza o que todos sabem: uma paz duradoura implicará dois estados para dois povos. Israel como estado judeu e pátria do povo judeu, e o estado da Palestina, como lar do povo palestino. Dois estados que se autodeterminarão, reconhecer-se-ão mutuamente e viverão em paz.
Assim, enquanto as questões centrais do conflito devem ser negociadas, a base dessa negociação é clara: uma Palestina viável e uma Israel segura. Os EUA creem que as negociações devem resultar em dois estados, com fronteiras palestinas estáveis e permanentes com Israel, Jordânia e Egito e fronteiras israelenses permanentes com a Palestina. As fronteiras entre Israel e Palestina devem basear-se nas linhas de 1967, com trocas [de território] a serem acordadas, de modo que se estabeleçam fronteiras reconhecidas e seguras para os dois estados. O povo palestino deve ter o direito de se autogovernar e expandir seu potencial, em estado contínuo e soberano.
Quanto à segurança, todos os estados têm direito de autodefesa, e Israel deve ser capaz de se autodefender – sozinha [orig. “by itself]” – contra qualquer ameaça. Deve haver providências suficientemente robustas para evitar o ressurgimento do terrorismo; para por fim à entrada de armas; e para que haja efetiva segurança nas fronteiras. A retirada total e gradual [ing. “The full and phased withdrawal] das forças militares de Israel deve ser coordenada com a assunção da plena responsabilidade pelos palestinos, em estado soberano não militarizado. A duração desse período de transição deve ser acordada, e a efetividade dos arranjos de segurança deve ser demonstrada.
Esses princípios oferecem uma base para negociações. Os palestinos devem conhecer os limites territoriais de seu estado; os israelenses devem saber que precisam resolver suas questões básicas de segurança. Sei que esses passos, só eles, não resolvem esse conflito. Permanecem duas questões emocionais em disputa: o futuro de Jerusalém, e o destino dos refugiados palestinos. Mas, fazendo avançar agora a questão territorial e da segurança, oferece uma base para resolver essas duas oautras questões de modo justo e equilibrado, e que respeite os direitos e aspirações de israelenses e palestinos.
Reconhecer que as negociações devem começar pelas questões de território e segurança não significa que será fácil voltar à mesa de negociações. Em particular, o recente anúncio de um acordo entre Fatah e Hamas gera preocupações profundas e legítimas para Israel – como se pode negociar com um partido que se mostrou pouco disposto a reconhecer seu direito de existir? Nas próximas semanas, os líderes palestinos deverão apresentar resposta crível a essa pergunta. Enquanto isso, os EUA, nossos parceiros do Quarteto e os estados árabes terão de continuar a esforçar-se para superar o atual impasse.”

(“Discurso de Barack Obama sobre o Oriente Médio”, 19/5/2011, Guardian, UK (aqui, excerto da transcrição integral que se lê, em inglês, em
http://www.guardian.co.uk/world/2011/may/19/barack-obama-speech-middle-east).

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Obama nunca admitiria ao vivo, para o mundo, que...
21/5/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/ME21Ak01.html


Fatos de campo decidirão se os EUA realmente “valorizam a dignidade do vendedor de rua tunisiano, mais que o poder brutal do ditador”.

Comecemos então com um fato. Para o presidente Barack Obama dos EUA, a Arábia Saudita não fica no Oriente Médio. Talvez a Casa de Saud tenha deslocalizado os desertos e o petróleo para a Oceania, sem contar a ninguém. No discurso da 5ª-feira, do qual se extraiu a frase acima, e no qual, segundo o evangelho da Reuters, Obama “exporia uma nova estratégia dos EUA, dirigida a um mundo árabe cético”, nem os céticos árabes, nem, aliás, o resto do mundo, absolutamente não ouviram as palavras fatídicas “Arábia” e “Saudita”. Até Índia, Indonésia e Brasil foram mencionados.

Muito difícil explicar como os EUA, sempre segundo o evangelho da Reuters, planejam “modelar o resultado dos levantes populares”, se começam por sequer pronunciar o nome da potência do Oriente Médio que está por trás da contrarrevolução que se ergue para esmagar a grande revolta árabe de 2011.

Obama tentou modelar o que os Clintonitas definem como “realismo ambicioso”. Está mais para ficção ambiciosa. Ao insistir no conjunto de “princípios” dos EUA e ao tentar nada sutilmente monopolizar todo o campo moral – lançando ordenações sobre mudança de regime, de Muammar Gaddafi (“Já era!”) a Bashar al-Assad da Síria (“Ou reforma ou Fora!”), Obama tentou reescrever a história, carimbando “Washington” no coração do impulso dos árabes pró-democracia. Talvez engane os norte-americanos. Não enganou a rua árabe.

Foram precisos três meses para Obama conseguir afinal se pronunciar sobre a dinastia al-Khalifa no Bahrain – e ainda não falou do chefe de todos, a Arábia Saudita. Deixou os ditadores do Bahrain escapar do anzol, com luva de veludo oferecida pelo Departamento de Estado, ao mesmo tempo em que se deslocou na direção de um script aprovado por Riad/Telavive, culpando o Irã, mal-mãe-de-todos-os-males: “Constatamos que o Irã tentou tirar vantagem do torvelinho na região, e que o governo do Bahrain tem interesse legítimo no império da lei. Mesmo assim, temos insistido publicamente e privadamente que as prisões em massa e o uso da força bruta conflitam com os direitos universais dos cidadãos do Bahrain, e não são meio legítimo para impedir as reformas.”

É ainda mais orweliano que qualquer simples “força bruta”: é a Universidade do Bahrain, por exemplo, obrigando os alunos a assinar juramento de obediência ao governo em que prometem não desafiar a monarquia, sob pena de expulsão.

Para encurtar, eis a versão concisa da Nova Política de Obama para o Oriente Médio. Apoiamos os “nossos” filhos da puta (ditadores) que sejam sofisticados o bastante para espancar, prender e matar seus próprios cidadãos sem ultrapassar o degrau mais baixo das centenas (caso do Bahrain). Nos incomodamos ‘só um pouquinho’ com os “nossos” colaboradores na guerra ao terror que espancam, prendem e matam cruelmente o próprio povo, sem sair do padrão “poucas centenas” de vítimas (Iêmen). Estamos fortemente inclinados a reduzir muito nosso apoio a ditadores pouco confiáveis, aliados ao Irã, que espancam, prendem e matam seu próprio povo à escala de “muitas centenas” (Síria).

Declaramos guerra – usando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como se fosse braço armado da ONU – contra ditadores encharcados em petróleo e nada confiáveis que espancam, prendem e matam o próprio povo em números pressupostos de milhares (Líbia). E não diremos palavra, mudez total, sobre os “nossos” filhos da puta e monarcas que impedem preventivamente que se ouça qualquer protesto democrático (Jordânia, Marrocos, Arábia Saudita) ou invadem territórios próximos para massacrar qualquer protesto pacífico (Arábia Saudita).

‘Solução final’ ou morte!
Sobre a questão absolutamente central para todo o mundo árabe, Obama fez como se manifestasse prudência e equilíbrio e apoiasse uma solução de dois estados para Israel/Palestina, nas fronteiras de 1967, “com fronteiras permanentes entre a Palestina e Israel, Jordânia e Egito, e fronteiras permanentes entre Israel e a Palestina”. É o cutucão mãe de todos os cutucões, fingindo que assim poria fim a todos os cutucões: nenhum governo israelense jamais aceitará tal ideia – nem que, como Obama sugeriu --, ganhe o direito de decidir que percentagem quer conservar, das terras palestinas que roubou.

Israel jamais definiu as próprias fronteiras. Desde 1948 – de fato, desde antes –, os sionistas sonham com uma “Grande Israel” do Nilo ao Eufrates. Como o Eufrates não estava e hoje está ainda muito menos à venda, os sionistas optaram por ocupar toda a Palestina do Mandato britânico. Esse é o significado (sempre ocultado) de o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu insistir em que os palestinos reconheçam Israel como “o estado judeu” [expressão que Obama, sim, usou no discurso, reconhecendo portanto, o próprio Obama, o “estado judeu” dos sonhos sionistas (NTs)].

Se os palestinos reconhecerem algum “estado judeu”, 1,5 milhão de palestinos – que já são subcidadãos em Israel – ficariam instantaneamente sem nação e seriam expulsos em massa para o bantustão palestino, configurado como “solução final” para o “problema demográfico” dos sionistas.

O conjunto de condições que os palestinos teriam de aceitar foi como Obama repetir um press release emitido em Telavive: contra a unificação dos partidos Hamas e Fatah; e contra o plano de os palestinos requerem que a Assembleia Geral da ONU, em setembro, reconheça o estado palestino. Nem um pio sobre a expansão das colônias já construídas em territórios ocupados da Cisjordânia; apenas uma solicitação a Israel para que cesse “atividades de assentamento” (o que é isso?! Será primo da “atividade militar cinética”?) Não surpreende que a imprensa em Israel esteja festejando o discurso como vitória de Netanyahu.

E quando Obama disse que “adiamentos sem fim não farão desaparecer o problema”, aí, errou completamente. Adiamentos sem fim estão, sim, fazendo desaparecer o problema, estão fazendo a limpeza étnica do problema. Exatamente porque sempre usaram a tática dos “adiamentos sem fim” é que todos os governos israelenses jamais pararam de construir nos territórios ocupados, até cercarem completamente Jerusalém Leste, ao mesmo tempo em que, sem parar um dia, usaram uma estratégia de “dividir para governar” (jogando o Fatah contra o Hamás) para debilitar o moral e a resistência dos palestinos.

Nenhuma retórica de florilégio consegue ocultar o fato de que se tratou, só e sempre, de “proteger” Israel (mencionada 28 vezes no discurso). Quem queira ainda mais provas, espere o fim de semana, quando Obama falará na Conferência Anual do American Israel Public Affairs Committee, AIPAC [Comitê EUA-Israel de Assuntos Públicos]; e depois, na 2ª-feira, quando Netanyahu falará àquele parlatório deslocalizado de Telavive conhecido como Congresso dos EUA.

Por hora, a rua árabe esbraveja que Obama estragou tudo, de vez. E Israel, furiosa, disse que não, não, não, nenhuma concessão, em nenhum caso.

A culpa é do “crescente xiita”

Obama e sua retórica escorregadia jamais poriam em risco o pacto de trocar petróleo-por-segurança que liga os EUA aos sauditas e ambos ao diabo. (O lado preferido do diabo ainda é tema a ser debatido). Sobretudo quando a Casa de Saud – e os fabricantes norte-americanos de armas – lambem os beiços, antegozando um negócio monstro de $60 bilhões, que envolve dúzias de jatos de combate F-15, que hão de derrotar a “ameaça existencial” chamada Irã. (Epa! Mas não é o que Israel repete, à guisa de explicação para o que faz? Ora... EUA, Israel... É tudo a mesma coisa.)

Obama nunca, em nenhum caso, admitiria ao vivo, para o mundo, que está em curso uma contrarrevolução na qual se reúnem EUA, Arábia Saudita e Israel, ativos desde o final de fevereiro, para esmagar a grande revolta árabe de 2011 – como Asia Times Online noticia desde o início.

Obama em nenhum caso admitiria que a arma de escolha dessa contrarrevolução é o chamado “antixiismo” – contra os xiitas persas no Irã, tanto quanto contra os xiitas árabes no Bahrain, na Arábia Saudita, no Iraque, no Líbano, em Omã e na Síria. Epa! Em sentido trágico, mas previsível, aí está uma estratégia típica da al-Qaeda!

Obama em nenhum caso admitiria que a ideia do “crescente xiita” – invenção do rei Abdullah II, rei-de-Playstation da Jordânia, em 2004 – foi desengavetada, deram-lhe uma espanada para tirar o pó, e está sendo usada, esperam eles todos, com mais sucesso.

Obama em nenhum caso admitiria que a obsessão demente de Washington contra o Irã – demência à qual Israel acrescenta combustível e assopra – já pode ser vista hoje, graficamente exposta, como preconceito sectário de EUA/Sauditas/Israel contra o xiismo. (E que consagração para os xiitas, serem discriminados, simultaneamente, pelos preconceitos religiosos de cristãos/judeus/wahabitas, unidos todos numa só “coalizão de vontades”!)

Obama em nenhum caso admitiria que – como observou Joseph Massad, professor de política árabe em Columbia (um dos raros comentaristas que viu a identidade) – “a repressão violenta apoiada pelos EUA no Bahrain, na Arábia Saudita, em Omã, no Iêmen, na Jordânia, no Marrocos, na Argélia e nos Emirados Árabes Unidos anda de mãos dadas com a intervenção por EUA-UE-Qatar na Líbia. Em todos os casos, trata-se de salvaguardar os poços de petróleo para as empresas do ocidente, depois de haver novos governos nos países em que os cidadãos levantaram-se e exigiram democracia.”

Obama em nenhum caso admitiria que a luta em curso, da qual depende a definição dos tempos que vivemos, trava-se entre a grande revolta árabe de 2011, conduzida nas ruas pelas multidões, e a contrarrevolução comandada por EUA/Arábia Saudita/Israel.

As classes do diz-que-disse em Washington apelidaram o discurso de “Cairo II” – atualização do discurso original, em 2009, para “vender” democracia ao mundo árabe. Washington comprou o discurso: encontrou baratinho, em banca de saldão.

Cairo, isso sim, teria muito mais a dizer sobre democracia no mundo árabe, que a retórica de Obama em versão “Yes-vocês-podem-acreditar-se-se-esforçarem”.

Temos de esperar que o Cairo e o resto do Egito consigam eleger governo soberano e independente. Se acontecer, então, sim, começará a revolução árabe real. Agora, somos todos egípcios. 

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