Por Fernando Ferro
O educador e filósofo Paulo Freire, se estivesse vivo, completaria 90 anos em 2011. Com seu método revolucionário de alfabetização foi, de forma articulada, com método, rigor científico, compromisso social e político, o primeiro neste país a enfrentar o flagelo da ignorância e da falta de oportunidade. Com sua vontade e seu propósito, Freire não apenas ensinou a ler as letras do alfabeto, mas deu significado à leitura, uma função social.
Paulo Freire chamou homens e mulheres que não tinham nenhuma esperança de participar ativamente da dinâmica cívica, por falta total de informação, para uma situação de protagonismo social. E foi além. Ensinou a escrever formando senso crítico, estimulando a formação da opinião e a criticidade. É a partir deste movimento que o Brasil percebe a necessidade de criar uma política de combate ao analfabetismo. Ele mesmo dizia que a escolarização era um forte elemento para a formação da consciência do cidadão.
Paulo Freire chamou homens e mulheres que não tinham nenhuma esperança de participar ativamente da dinâmica cívica, por falta total de informação, para uma situação de protagonismo social. E foi além. Ensinou a escrever formando senso crítico, estimulando a formação da opinião e a criticidade. É a partir deste movimento que o Brasil percebe a necessidade de criar uma política de combate ao analfabetismo. Ele mesmo dizia que a escolarização era um forte elemento para a formação da consciência do cidadão.
Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou dos intelectuais de sua época por voltar-se ao diálogo com as pessoas simples, não apenas como método de instrução, mas sobretudo como um meio de exercer a democracia em sua plenitude.
E é neste ponto que Paulo Freire se mostra contemporâneo e atual. Foi Paulo Freire quem quebrou no Brasil o estigma de que não é preciso ter berço, ou dinheiro, ou posição social para ter acesso às escolas. Quando atualmente presenciamos os indígenas tendo acesso ao ensino superior, ou os negros ocupando vagas por cotas, ou ainda as populações do interior deste país tendo acesso às Universidades Federais, é importante olhar pra trás e enxergar que a semente foi plantada por este ilustre Pernambucano.
E é neste ponto que Paulo Freire se mostra contemporâneo e atual. Foi Paulo Freire quem quebrou no Brasil o estigma de que não é preciso ter berço, ou dinheiro, ou posição social para ter acesso às escolas. Quando atualmente presenciamos os indígenas tendo acesso ao ensino superior, ou os negros ocupando vagas por cotas, ou ainda as populações do interior deste país tendo acesso às Universidades Federais, é importante olhar pra trás e enxergar que a semente foi plantada por este ilustre Pernambucano.
Sendo um homem ímpar, profundo conhecedor de filosofia e de educação, Paulo Freire começou a dedicar-se à educação de jovens e adultos em 1962, quando realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. Em resposta aos eficazes resultados, o presidente João Goulart, que empenhava-se na realização das reformas de base, aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências num Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos pelo País.
A obra e o legado de Paulo Freire serão revistos e revisitados durante o ano de 2011. A primeira ação oficial será uma sessão solene realizada na Câmara dos Deputados em Brasília no dia 8 de abril, a pedido do nosso mandato. É importante reforçar a importância deste homem para a concretização do processo democrático brasileiro.
Afinal, não seria LULA a mais legítima expressão do processo pedagógico dos oprimidos? Paulo Freire tem sua “culpa” nisso. Ensinou pessoas simples a levantar o olhar, encarar a vida, buscar o conhecimento e fortalecer a auto-estima. Contribuiu para formar uma intelectualidade orgânica no mais fundo sentido gramisciano....
Fernando Ferro, deputado federal PT/PE e membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.