quarta-feira, dezembro 01, 2010

Escuta, não está na hora do seu Toddynho?

EXCLUSIVO – A TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA QUE O REPÓRTER DA FOLHA FEZ COM O SENHOR CLOACA NA SAÍDA DO PLANALTO

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-          Olá, você é o senhor Cloaca, não é?
-          Você, não. Senhor.
-          Hãã…o senhor é o senhor Cloaca, não é?
-          Até prova em contrário. E enquanto as pragas não pegarem…
-          Será que voc…o senhor poderia me dar uma palavrinha?
-          Uma só? Pode ser um adjetivo?
-          Na verdade, tenho algumas perguntas…
-          Então, por que pediu uma palavrinha em vez de perguntar se podia fazer algumas perguntas?
-          É que…,como voc…o senhor vê, sou novo nisso.
-          Não vi nada. Mas vejo que você tem um crachá da Folha.
-          É, pois é.
-          É seu mesmo? Deixe-me ver a foto…

(Cara, crachá, cara, crachá, cara, crachá)

-          Não repare muito, senhor Cloaca.
-          Vem cá, você é sobrinho da Tia Lenita?
-          Quem?
-          Deixa para lá…
-          Mas, senhor Cloaca…as perguntas…
-          Ah, sim, claro!
-          Voc…o senhor não acha que o Presidente Lula está querendo censurar a imprensa?
-          Não, não acho. De onde você tirou essa ideia estapafúrdia?
-          É que me mandaram perguntar…
-          Você acha isso?
-          Sabe, eu sou apenas um operário da mídia…
-          Estou vendo. E vamos deixar claro que não tenho nada pessoal contra você, meu caroooo… qual é mesmo seu nome?
-          (mostra o crachá) Breno. Breno Costa. E o seu?
-          Senhor. Senhor Cloaca.
-          Sei. Mas o seu nome verdadeiro…
-          Isso não é importante. Sequer sou famoso.
-          Mas agora está famoso, não é?
-          Quem está famoso é o Senhor Cloaca.
-          Mas, essa história de o Presidente Lula querer calar a imprensa…
-          Que história, rapaz?
-          O Lula atacou a imprensa, oras!
-          O que o Presidente Lula fez foi manifestar suas ideias a respeito de como certa imprensa o tem tratado. Isso não é atacar a instituição Imprensa. Aliás, se você viu a entrevista que ele acabou de dar para os blogueiros…
-          Uma entrevista chapa-branca, não é?
-          Chapa-branca? Pode me citar algum exemplo?
-          Bem…veja bem…ãããnnn…
-          Escuta, não está na hora do seu Toddynho?
-          Que horas são?
-          Exatamente, meio-dia e quarenta.
-          Então, a censura à imprensa…
-          Olha, meu filho, a mesma liberdade que certa imprensa tem de publicar o que quiser contra o Lula tem o Lula de dizer o que pensa daquilo que publicaram contra ele. Ou a Imprensa não pode ser criticada?
-          Não é isso…é que…
-          Seu jornal, por exemplo, teve toda a liberdade de publicar que o Lula é assassino e estuprador.
-          Veja bem…quer dizer…
-          Seu jornal chamou a ditadura de ditabranda.
-          É, isso é verdade.
-          O que é verdade?
-          Meu jornal chamou a ditadura de ditabranda.
-          E você trabalha lá.
-          Como eu disse, sou apenas um operário…
-          Objetivamente, o que você saber de mim, que já não saiba?
-          Voc…o senhor trabalha onde?
-          Você vai publicar exatamente o que eu disser, não é?
-          Sim.
-          Assessoro políticos do PT-RS, mas vou evitar o assunto.
-          É verdade que, na hora da foto, o Lula disse: vem cá, ô Cloaquinha”?
-          Sim, é verdade, ele disse.
-          E o senhor fez o quê?
-          Nada. Apenas fui.
-          Não vai se gabar disso?
-          Vou, sim. Estou até pensando em botar uma placa no pescoço com os dizeres: O Lula me chamou depois: ‘Vem cá, ô Cloaquinha!’

(Toca o celular. “Alô, mamãe! Como? Acabou??? Tudo bem, pode ser Ovomaltine!” Desliga o celular)

-          Bem, obrigado pela entrevista, senhor Cloaca, mas estão me esperando para o almoço. 
     -        Também vou indo. Até a próxima, Breno! E, olha, não aceite doces de estranhos na rua, tá?
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O diálogo acima é 85% verdadeiro. E está gravado.
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