segunda-feira, abril 19, 2010

Uma mão lava a outra e as duas sujam a cara (de pau)

O Cyborg de 2010
Avancemos, pois, até 2010, quando José Serra representa as forças anti-Lula.
Porém, Lula em 2010 não é o José Sarney de 1989.  A popularidade do presidente da República e de seu governo ronda a casa dos 70%.

Vem daí a necessidade de inventar um novo Cyborg:

Cyborg, o Homem de Seis Milhões de Dólares, foi um seriado extremamente popular que passou na TV Globo nos anos 80. O galã Lee Majors era meio homem, meio máquina, daí a referência da revista Veja a Collor, o Cyborg.

Na conjuntura atual, em que uma comparação de resultados com o governo Lula seria altamente prejudicial a Serra, ele e seus assessores de marketing tentam reinventá-lo como o candidato acidental: ele não tem nada a ver com o trânsito de São Paulo, nada a ver com as enchentes de São Paulo, nada a ver com o tiroteio entre as polícias paulistas, nada a ver com as taxas de homicídio, nada a ver com a crise penitenciária, nada a ver com a greve dos professores, nada a ver com a cratera do metrô, nada a ver com José Roberto Arruda, nada a ver com o fato de que será preciso monitorar os ventos no Rodoanel. Quando eles — os ventos, não os motoristas — decidirem andar a mais de 50 km hora, sai de baixo!
Não faltaram condições para que o governador paulista fizesse uma governo revolucionário em São Paulo, que pudesse ser apresentado agora aos eleitores para se contrapor ao projeto político da ex-ministra Dilma. Como escreveu Luís Nassif, aqui:
“Critiquei inúmeras vezes a oportunidade jogada fora por Serra, de não ter mobilizado o estado de São Paulo em torno de um projeto de desenvolvimento, de inovação das empresas. Tinha-se de tudo no estado: grandes empresas, as melhores universidades, os melhores institutos de pesquisa, as melhores redes de atendimento empresarial, o apoio total da mídia, a melhor infra-estrutura urbana, as melhores cidades médias. Se juntasse todos esses atores, Serra poderia ter montado programas inesquecíveis de capacitação da indústria paulista, dos pequenos e médios empreendedores, poderia ter comandado acordos fundamentais, surfado nas novas ideias, feito uma revolução gerencial, mudado a estrutura de secretariado do governo. Enfim, aqui se teria o laboratório ideal para colocar em prática novas novos conceitos. Só que, em todo seu governo, Serra não soube apresentar uma nova ideia sequer.
Quando estourou a crise global, poderia ter saído na frente de Lula, com medidas próprias do Estado, grandes concentrações de empresários e trabalhadores contra a crise, medidas fiscais etc. Levou cinco meses para receber representantes da indústria. Para tomar as primeiras medidas, foi quase um semestre. A indústria de máquinas e equipamentos registrava 40% de queda nas vendas, e a única coisa que o estado fazia era ampliar a substituição tributária. Para serem recebidos pelo governador, empresários praticamente ameaçaram uma mobilização na frente do Palácio, junto com CUT e Força Sindical.”
Na falta de ideias inovadoras e de uma obra impressionante, para além do rodoviarismo malufista, o que faz um candidato que representa mudança em um quadro de crescimento econômico acelerado, recordes de novos empregos e grande satisfação do eleitorado com um presidente que pretende eleger sua sucessora?
Faz de conta que não representa a mudança. Faz de conta que ele, sim, é o pós-Lula, um slogan que tem a vantagem de servir ao mesmo tempo àqueles que não suportam Lula e aos que não votarão em um candidato “contra Lula”.

Leia tudo aqui: http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/o-cyborg-de-2010.html

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Vídeo: Globo entra na campanha do “mais” do Serra. E o TSE, nada ?

    Publicado em 19/04/2010
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Na foto, uma porção de reginas duartes

O Conversa Afiada recebeu e-mail com o vídeo do “Brasil (Globo) pode mais”.

Deve ser uma retribuição ao agasalhamento do terreno que a Globo invadiu por 11 anos e o Serra transformou numa escola técnica para formar profissionais para a Globo.

Uma mão lava a outra.

E cada vez “mais !”.



Paulo Henrique Amorim



Em tempo: veja o que o Serra disse, no lançamento de sua campanha: “o Brasil pode mais. Quatro palavras, em meio a muitas outras. Mas que ganharam destaque porque traduzem de maneira simples e direta o sentimento de milhões de brasileiros: o de que o Brasil, de fato, pode mais.

Em tempo 2: o Conversa Afiada encaminhará este post à presidência do Tribunal Superior Eleitoral.

Em tempo 3:  Senti muita falta da urubóloga Miriam Leitão, do Alexandre Maluf Garcia e do patibular William Waack no vídeo do “Brasil pode mais”. Por que eles não foram escalados ? O Serra é que barrou eles ?

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