Casa Branca versus Fox News: É guerra.
11/10/2009, Ari Melber, The Nation
http://www.thenation.com/blogs/notion/483259/new_white_house_line_against_fox_it_s_war
Ver também "The White House Takes on the Press", NYT, 8/10/2009,
em http://www.time.com/time/politics/article/0,8599,1929058,00.html:
"Chefe de comunicações de Obama diz que já não podem confiar em jornalistas para moderar debates públicos".
A batalha entre a Casa Branca e a rede Fox News alcançou um novo pico no domingo, quando Anita Dunn, Diretora de Comunicações de Obama, numa cadeia nacional, declarou que a rede Fox News é organização partidarizada, que funciona como apêndice do Partido Republicano.
"A rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o setor de comunicações do Partido Republicano" – disse Dunn à CNN. E acrescentou: "não precisamos fingir que [a Fox] seria empresa comercial de comunicações do mesmo tipo que a CNN." Dunn também aproveitou as páginas do The New York Times, a cujos repórteres declarou em entrevista do domingo, que "a rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico."
Na fala mais importante, pela CNN, Dunn afirmou que o presidente Obama agora considera a rede Fox como opositor partidário, mais do que como organização jornalística. "Qundo o presidente fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita" – ela explicou. – "O presidente já sabe que estará como num debate com o partido da oposição".
É grande avanço em relação ao modo como o "establishment" Democrata encara a rede Fox. E demorou para acontecer.
De fato, os Democratas de alto e baixos escalões sempre viram a rede Fox News como força obviamente hostil. Mas os Democratas eleitos resistiram muito, sem decidir se aceitavam ou se combatiam aquela rede.
A verdade é que o "establishment" Democrata chegou a aceitar a ideia de dar à rede Fox o privilégio de hospedar e moderar um debate durante as primárias presidenciais – mas o movimento considerado "de autolimitação" foi abortado, depois que uma coalizão de blogueiros e ativistas progressistas objetou.
Com o desenrolar da campanha, o pessoal de Obama foi subindo o tom dos comentários e várias vezes a rede Fox enfrentou dura barreira de arame farpado eletrificada pelos discursos de delegados e, às vezes, do próprio candidato. (Como esquecer Robert Gibbs, quando virou a mesa, em debate com Sean Hannity, da Fox, em outubro passado?)
Quando acabou a campanha, a equipe de Obama discutiu muito sobre como reagir à rede Fox, de dentro da Casa Branca. Foi preciso surfar (e algumas vezes esconder das câmeras) uma onda de obamistas ressentidos com a Fox. E o padrão sempre foi que o presidente é mantido acima das brigas 'midiáticas'.
A nova atitude de Dunn é parte de nova estratégia, mais ampla, recentemente 'telegrafada' na revista Time, para chamar mentiras de "mentiras" e tratar a rede Fox como espaço para debates muito duros com a oposição – como partido de oposição, portanto, não como discussão jornalística. Gibbs diz que a nova estratégia dará certo, porque ele, sinceramente... bem... Gibbs gosta de jogo rápido: "O único modo de arrancar os caras de uma base, é mandar uma bola rápida. Aí, eles se mexem."
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