Sean Penn, "Smiles for smirks", Huffington Post, 21/4/2009
http://www.huffingtonpost.com/sean-penn/smiles-for-smirks_b_189801.html
Mais uma vez a mídia cabeça-fraca e seus colunistas de repetição mostram que não entendem os norte-americanos, a natureza e a linguagem do americanismo. Hoje, quando considerou a possibilidade de investigar funcionários do governo Bush, o presidente Obama foi imediatamente acusado de estar traindo o que dissera antes: que temos de "olhar à frente".
Se o presidente Ford tivesse olhando à frente, quando decidiu perdoar Nixon, talvez tivesse antevisto, à frente, todos os abusos de poder que viriam depois, com Bush. Se tivesse sido genuinamente "linha dura" e tivesse mandado Nixon para a cadeia, talvez tivesse conseguido impedir a recente torrente de crimes.
Depois, foram as críticas contra o acolhimento caloroso que o presidente Obama deu ao presidente Chavez da Venezuela; e outra vez ouviram-se as vozes mais amargas e humanamente impotentes dos EUA.
Por que ainda há quem dê atenção ao ex-vice-presidente Cheney? Cheney é o ser humano que mais vezes errou, sobre praticamente todos os assuntos que comentou. (Ah! Se Sean Penn conhecesse o ex-FHC, hein?!)
Depois, foi Newt Gingrich, para quem Obama teria errado ao aceitar o cumprimento de Chavez; que "a aproximação foi errada". E sugeriu que o encontro, propriamente dito, ainda seria aceitável. Mas que Obama deveria ter sido mais contido, mais frio. É mau conselho, típico de mau ator que jamais deu certo. (Todos os amadores pensam que representar personagem durão implica fazer sempre a mesma cara de... durão.) Seja com amigos, seja com inimigos, Obama sempre obterá maior vantagem estratégica com um sorriso.
Conheço bem o presidente Chavez. Concorde-se ou não com suas políticas, a verdade é que é homem caloroso e cordial, dono de potentíssimo senso de humor – e diariamente arrisca a própria vida pelo seu país, de modos e maneiras que Dick Cheney nem imagina que existem. Dizer que Chavez deveria ser tratado com frieza é equivalente a sugerir que Obama cuspisse nele. Como país e para nossa vergonha, já fizemos isso vezes demais. Basta.
Digam o que quiserem, atitudes como a que Cheney prega resultam sempre da obsessão de autocelebração desses narizes-empinados arrogantes, que já custaram aos EUA todo o respeito internacional, milhões de vidas e cobriram de feridas as mãos que temos para construir o futuro de nossos filhos. Os Cheneys, como os O'Reillys e Hannitys e Limbaughs, odeiam, de fato, os princípios sobre os quais os EUA foram fundados. São alguns dos maiores covardes de toda a história dos EUA. Meu aplauso, para um presidente dos EUA, que é firme... e sorri.
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