terça-feira, janeiro 09, 2007
A diferença entre retórica e ação
O comentário que fiz na semana passada sobre o governador José Serra teve ampla repercussão, mas se os leitores e leitoras observarem as medidas tomadas pelo governador Sergio Cabral verão a diferença entre a retórica e a ação. Ao contrário de Serra, Cabral assumiu decretando intervenção na rede de saúde pública do Estado e agindo na segurança pública, acertando com o governo federal uma série de iniciativas que envolvem as Forças Armadas, a Polícia Federal e as polícias Civil e Militar do Estado. Factóides e governo, esta é a diferença. Serra está totalmente voltado para a disputa política com o governo federal. Cabral, para os problemas do Rio de Janeiro. Repito: São Paulo vive os mesmos problemas do Rio, e nenhum Estado seguirá adiante sem uma parceria com o governo federal. Toda a experiência administrativa brasileira prova que prefeitos, governadores e presidente da República precisam se unir para enfrentar a grave crise urbana que vivemos – nos aspectos sociais, culturais e de segurança pública, o que exige medidas amplas e investimentos das três esferas da União.O que está em jogo é a nossa juventude e o seu futuro, com quem ela estará amanhã, se consigo mesma e com o Brasil ou com o crime organizado. Chega de discursos, precisamos de ações e realizações. Antes que seja tarde.
O que interessa à segurança pública em São Paulo
O governador José Serra resolveu governar. Anunciou um decálogo, pura mídia, para a segurança. Nada de novo, nada que já não tenha sido anunciado pelos tucanos, que governam o Estado há 12 anos – na verdade governaram também com Quércia e Fleury –, além de cobrar o Governo Federal, o que nem precisava, já que durante os quatro anos de Lula todas as ofertas de apoio e ajudas foram recusadas.O plano do governador é um conjunto de obviedades, como os princípios de prevenção, inteligência e integração. Vejam só: depois de 12 anos de governo, a proposta é integrar a Polícia Civil com a Militar, as Secretarias da Justiça, Segurança e Administração Penitenciária. Pode?Volta ainda a promessa de reformar a Secretaria da Segurança e acabar com as prisões nos distritos policiais, construindo Centros de Detenção Provisória, de péssima memória em todo o Brasil. A conferirJá sobre as cobranças que Serra e os líderes do PFL, esses como sempre de maneira desrespeitosa, fazem ao presidente e ao governo federal – mais policiais federais, mais integração entre a PF, as Forças Armadas e as polícias do Estado, além de mais recursos do Fundo Penitenciário Nacional –, acredito que, como já afirmou o ministro Tarso Genro, a disposição do governo federal é de total colaboração e integração.É bom lembrar que, por decisão (picuinha) de Geraldo Alckmin, o Gabinete Integrado de Segurança Pública de São Paulo foi o último a ser implantado no país e o do Sudeste só dependia da adesão do Estado de São Paulo. É bom lembrar também, como faz o diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda, que neste ano a Polícia Federal receberá 1.500 novos agentes – o que não acontecia há pelo menos uma década –, que serão deslocados principalmente para São Paulo e Rio de Janeiro.De qualquer forma, acredito que, com a colaboração entre o governo paulista, os governos da região Sudeste, as Forças Armadas, a Receita Federal e a Polícia Federal, muito se pode fazer na área da prevenção e inteligência, com propõe o governador Serra, seja no controle do tráfico de drogas e do contrabando, seja no combate à lavagem de dinheiro.A instalação do gabinete integrado, o aumento de efetivos da PF, os recursos do fundo penitenciário e a ação conjunta na área da prevenção e inteligência são bons sinais, significa que São Paulo deixará de lado a disputa partidária e trabalhará com o governo federal naquilo que interessa a seu povo, a segurança pública e o combate ao crime organizado.
enviada por Zé Dirceu
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