terça-feira, abril 11, 2006

Lula mantém dianteira nas pesquisas, oposição exaspera-se

Editorial Vermelho
Apesar do recrudescimento da investida da oposição encabeçada pelo PSDB e PFL, a última pesquisa Datafolha divulgada domingo (9/04) mostra que se a eleição para presidente da República fosse hoje, Lula venceria com um índice de 40% contra Alckmin, com 20% (perdeu 3% em relação à pesquisa anterior). Na ausência de Garotinho – hoje com 15%—Lula levaria no primeiro turno. Outro dado significativo: mais da metade dos eleitores (52%) acredita que Lula será reeleito em outubro próximo
Pelo menos dois fatores entrelaçados sustentam essa competitividade eleitoral do presidente. Parte considerável do povo tem Luiz Inácio Lula da Silva como um líder, com autoridade e competência para continuar governando o país. Apesar de todo o bombardeio da oposição e da mídia, grande parcela da opinião pública consegue discernir que o Brasil, sob o governo Lula, foi retirado do atoleiro e agora está pronto para o desenvolvimento. A outra “fonte de energia” de Lula vem dos resultados obtidos de seu governo, de suas realizações concretas e políticas públicas.
Os números do Datafolha açularam ainda mais a sanha da oposição conservadora. Ao menos duas reações da direita já aparecem com nitidez. Primeiro. O bombardeio político sobre o Palácio do Planalto deve ser intensificado. Simultaneamente, a “operação desmonte” com os ataques renitentes contra o ministro da Justiça, a direita através de seu aparelho golpista— a CPI dos Bingos— tentará atingir diretamente o presidente. Em tom de chantagem e ameaça, figuras como ACM, falam que chegou a hora de se aprovar a convocação do filho de Lula contra quem a oposição espalha denúncias. O caso do presidente do Sebrae, Paulo Okamato, pela enésima vez é requentado.
Quanto ao pedido de impeachment, a mídia faz circular a ameaça de que a peça jurídica já está pronta. Espera-se apenas a arregimentação de “signatários ilustres” e do momento conveniente de protocolá-lo junto à mesa da Câmara dos Deputados.
Segundo. A outra reação da direita revela exasperação e avivamento das feridas deixadas pela disputa entre Alckmin e José Serra. Setores da mídia vinculados a Serra disseminam análises e palpites de que se a candidatura do ex-governador de São Paulo não decolar até o final de maio, não restará alternativa senão defenestrá-lo. Não é difícil adivinhar quem seria o substituto.
Por outro lado, o crescimento da candidatura de Garotinho do PMDB ressalta uma vez mais o papel decisivo do “centro” nesse confronto. A candidatura Lula e a oposição irão disputá-lo a ferro e fogo.
A referida pesquisa obviamente deve reforçar o ânimo das forças democráticas e progressistas que apóiam a reeleição de Lula. No entanto, seria pueril no quadro político marcado pela instabilidade e a ferocidade do adversário, descambar-se para atitudes triunfalistas e ilusórias. Ao contrário, o correto é que incentive a persistência no rumo do projeto nacional de desenvolvimento econômico com valorização do trabalho. Ela também assinala a necessidade de que seja ampliado o campo de alianças políticas em nível nacional e regional. Além dessas medidas a serem construídas ao longo das próximas semanas, impõe-se, de imediato, reações do campo democrático, patriótico e popular de repúdio as maquinações que visam golpear a autoridade do presidente e provocar a paralisia de seu governo.