Eduardo Guimarães
Desta feita, valho-me de magistral artigo do pesquisador sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política (NEMP) da Universidade de Brasília, doutor Venício A. de Lima, intitulado, sugestivamente, como "PESQUISAS ELEITORAIS - O silêncio suspeito da grande mídia", para enumerar as explicações que vêm sendo dadas pela mídia para a recuperação da popularidade de Lula.
1ª) "(...) colocar em dúvida os resultados [das pesquisas eleitorais para presidente da República], através da desqualificação profissional dos institutos de pesquisa. Esse foi o mote inicial de importantes líderes da oposição política no Congresso Nacional. Teve vida curta";
2ª) "O sucesso relativo na economia aparece em destaque, desde a valorização cambial até a queda do "risco-país" ";
3ª) "No campo das razões estritamente políticas, a indefinição do PSDB em relação a quem será o seu candidato a presidente foi a principal justificativa. Lula estaria crescendo "por exclusão" (sic) e na ausência de um adversário definido";
4ª) "Aparecem também o esvaziamento das CPIs; o "deslocamento" da crise para o Congresso Nacional; a banalização das denúncias e o fato de que a maioria da população parece ter chegado à conclusão de que a crise não foi exatamente tudo aquilo que a oposição dizia ser. A honestidade – ou sinceridade – estaria perdendo e benefícios econômicos e sociais ganhando peso junto à população. Além disso, afirma-se que o presidente está sozinho em campanha eleitoral;
5ª) "Com relação à recuperação específica do apoio junto à classe média, as explicações mais comuns foram: a identificação de uma "tendência de esquecimento" (sic) dos fatos que fizeram esses eleitores abandonarem temporariamente o presidente Lula; o "saco de bondades" de medidas governamentais dirigido à classe média; e a correção da tabela do Imposto de Renda, dentre vários outros".
A percepção da mídia sobre o brasileiro representada por suas conclusões sobre as razões dele para, em todas as classes sociais, passar a achar que o tão achincalhado presidente da República merece um segundo mandato, faz deste país, em sua maioria, um país de idiotas que se contentam com crescimento pífio da economia, que esquecem uma crise que não sai da mídia um só minuto e/ou que se vendem quando lhes oferecem pagar uma merreca a menos de imposto de renda.
A maioria idiotizada dos brasileiros que quer votar em Lula, maioria que um dos regiamente pagos jornalistas da grande mídia disse composta por "idiotas de plantão" e "descerebrados", e que, segundo a mídia, não teria cultura e informação suficiente para entender que ele deve ser escorraçado da política nacional, enquanto o país vota em de dois políticos tucanos que sofrem acusações, no mínimo, tão graves quanto as que sofre o presidente da República.
Minha conclusão sobre tudo isso é a de que a mídia e uma elite que compra revistas Veja, Estadões, Folhas, Globos etc, têm os brasileiros em muito má conta. E isso porque essa enorme elite tucano-pefelê-midiática-empresarial não se considera parte da enorme ralé brasileira. Formariam, nas´visões que têm de si mesmos, uma sociedade à parte - o que, de certa forma, não deixa de ter um fundo de verdade.
A conclusão, por sua vez, me leva a considerar que os brasileiros que também conseguem enxergar os bastidores da crise política vitaminada pela mídia devemos agir de forma cada vez mais decidida para impedir que interesses míopes e minoritários façam valer suas vontades político-eleitorais-ideológicas. E devemos agir difundindo os fatos em todas as trincheiras midiáticas que conseguirmos ocupar, que, infelizmente, por enquanto ainda se resumem à internet e às conversas de pé-do-ouvido em nossos círculos de relações sociais. Leia mais no blog Cidadania.com. É só clicar AQUI
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