quinta-feira, março 02, 2006
Economista americano acusa CIA de matar presidente do Panamá em 1981
Carter (esq.) e Torrijos, em 1978, durante assinatura da transferência do Canal do Panamá
O economista americano John Perkins confirmou essa semana no Panamá que agentes da CIA assassinaram, em 1981, o general panamenho Omar Torrijos, então presidente do país, cujo avião caiu em uma região montanhosa no dia 31 de julho daquele ano.
Autor do livro "confissões de um assassino econômico", Perkins declarou ao diário panamenho La Prensa que durante sua vida como economista recebeu a missão de "disciplinar" o governante panamenho, para que este aceitasse as "receitas" promovidas pelo Banco Mundial, no sentido de aumentar a dependência do país ao capital financeiro de Washington.
"Torrijos era um obstáculo para a CIA. Como eu falhei com Torrijos, que não aceitou as minhas 'sugestões', eu sabia que os chacais da CIA cairiam sobre ele", disse o economista, cujo livro está na lista do New York Times como o dos mais vendidos. Perkins explicou que as exigências constituiam em entregar ao Panamá empréstimos colossais, para a construção de mega-projetos, mas o dinheiro seria proveniente somente de fundos de empresas dos Estados Unidos, o que desembocaria em dependência externa cada vez maior dessa nação da América Latina.
O general panamenho se opos a tais políticas, mas de forma suspeita acabou morrendo em 31 de julho de 1981, em um suposto acidente aéreo, quando o avião que o levava caiu em uma zona montanhosa no norte da província ocidental de Coclé.
Moisés Torrijos, um dos irmãos do general, sustentou durante anos a tese de que o suposto acidente foi, na verdade, um plano da CIA denominado "Falcão em Vôo", para impedir a projeção política revolucionária na América Central. De fato, diversos observadores mantiveram sempre a tese de assassinato pela CIA de Torrijos, o general que resgatou para a soberania a zona do Canal com a assinatura, em 1977, dos tratados Torrijos-Carter, no qual também eram acertadas condições para as bases militares americanas.
Em recentes declarações à mídia internacional, o economista americano assegurou que os mesmos "chacais" pretendem agora silenciar os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e o da Bolívia, Evo Morales, por sua posição nacionalista.
Com informações da agência DPA e do La Jornada
http://www.vermelho.org.br/diario/2006/0302/0302_torrijocia.asp
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