segunda-feira, dezembro 26, 2005
FEBEM
ELDORADO DE CARAJÁS
P-36
Jatinhos e donos de jornal
O BRASIL DE FHC QUEBRADO
Torta no secretário da pulverização...
O Fracasso tucano não tem
pai nem mãe
Dando nome aos bois, uma visão crítica da mídia do Brasil
A oposição ficou em estado de histeria quando o presidente Lula em entrevista a revista Carta Capital e no encontro do Mercosul em Montevidéu, disse que ela age como a oposição venezuelana, que tentou um golpe fracassado contra o presidente Hugo Chávez. Mas, qual a similaridade entre a oposição do Brasil e a da Venezuela?
Ela se caracteriza por usar a mídia como foco de propaganda golpista. Nos dois países a mídia é controlada por pequenos grupos mercantilistas que têm interesses de classe social bem definidos. No Brasil quem faz sistematicamente uma política para a desestabilização do governo é a revista Veja e o jornal Folha de São Paulo.
A revista Veja ficou vários meses atacando o governo Lula e o Partido dos Trabalhadores, de forma apressada e irresponsável, só parando quando caiu na denúncia vazia dos dólares de Cuba. O ex-governador Leonel Brizola sempre disse que essa é a maior revista estadunidense publicada em língua portuguesa. Ela nunca traz nenhuma crítica ao governo de São Paulo ou ao prefeito da cidade de São Paulo, por estar umbilicalmente ligada aos tucanos. Segundo dados divulgados pelo deputado Dr. Rosinha, há na diretoria do grupo Abril, pessoas ligadas ao governo do FHC, além do grupo ter doado dinheiro para campanha de deputados do PSDB.
A revista também nunca traz crítica ao governo dos Estados Unidos, e sua política belicista e destruidora. Aliás, a imprensa brasileira não cobre os Estados Unidos do jeito que deveriam, quem assistiu ao filme Fahreneit 9/11, do Michael Moore, percebe que as notícias que são ruins ao império não são publicadas na mídia brasileira, para dar uma impressão de Disneylândia daquele país, ao povo brasileiro. Esse idílio foi quebrado pelo furacão Katrina, que expôs as mazelas do país mais rico do mundo.
Não importa o fato contra o PT, sempre será publicado pela revista Veja na capa, enquanto fatos tão ou mais comprometedores de outros partidos como o PSDB e o PFL, quando não ignorados, ficam praticamente escondidos no interior da revista. A política da Veja é sempre dar evidência negativa ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores.
Quanto ao jornal Folha de São Paulo, ele vem há algum tempo atacando o Partido dos Trabalhadores . A Folha no ano de 2004 usou todos os meios possíveis para destruir a imagem da prefeita Marta Suplicy, enquanto enaltecia a do Serra, isso foi provado cientificamente por um grupo de acompanhamento da mídia da Escola de Comunicação da USP. Toda ação da prefeita era colocada de forma pejorativa, como os CEUs, que o jornal apelidou de escolões e fez severas críticas ao projeto. Assim foi com o Bilhete Único, com o Passa-rápido e toda ação da prefeitura era sempre enfatizada de forma pejorativa. Todos os dias a Folha de São Paulo e o jornal Agora, que também é do grupo traziam pesadas críticas à prefeita, responsabilizando-a por tudo que acontecia em São Paulo, mesmo que a área fosse de responsabilidade do estado, como é a segurança.
Atualmente, com a mudança da gestão as críticas cessaram, dando a impressão que estamos no paraíso. O prefeito aumentou a passagem de ônibus de R$ 1,70 para R$ 2,00, reduziu a frota, colocou ônibus velhos nas ruas, persegue os moradores de rua do centro, os congestionamentos são imensos na cidade e nada é publicado de forma crítica nos jornais do grupo. O mesmo acontece com o governo Alkmin com mais de 56 pedidos de abertura de CPI na Assembléia Legislativa e situações como a da Febem (inclusive com condenação na OEA) e da segurança pública que já teriam desestabilizado qualquer governo; tem um tratamento diferenciado do jornal e ele segue blindado.O que acontece de ruim no estado por incompetência do governador ou por negligência nunca é enfatizado; isso explica a imagem positiva que ele tem na população. Dessa forma qualquer um é sério e competente.
Quanto ao governo Lula, o jornal o persegue desde o início. Nunca sai na primeira página uma matéria favorável ao governo. Quando a inflação baixa, há aumento da exportação ou aumento no nível de emprego, é publicada de forma burocrática no interior do jornal, mas qualquer denúncia ou fato negativo contra o governo, é publicado em manchete na primeira página. A Folha tem usado um truque de sublimação na primeira página. Quando há menção ao nome PT ou a Lula, em letras destacadas, eles colocam uma foto ligando o nome a um fato negativo. Assim eles associam os nomes, com marginais, quando da ligação com a foto de três detentos que iam prestar depoimento na CPI, a destruição de um depósito de combustível em Londres, entre outros fatos negativos.
Os articulistas do jornal, com raras exceções, são sistematicamente adestrados para criticar o governo federal, a impressão que dá é que os artigos são escritos no diretório do PSDB. O jornal ainda publica fatos sem comprovação, como foi a denúncia feita pelo ACM neto de desfalques nos fundos de pensão, que deu várias primeiras páginas, sem nenhuma prova e que os especialistas consideraram o relatório do deputado do PFL como uma farsa, mas o jornal não se retratou. O objetivo claro da Folha de São Paulo é fazer o maior estrago possível, sem nenhum compromisso com a verdade; é a obsessão dos donos do jornal em colocá-lo de rabo preso com os tucanos, fazendo um jornal a desserviço do Brasil e impossibilitando a sua leitura por quem espera coerência da imprensa. O Grupo Cisneros da Venezuela não faria melhor.
Toda informação vinculada ao PT ou ao governo vem sob a rubrica “escândalo do mensalão”, apesar de não haver prova da existência do mensalão. A intenção é muito clara, seja verdade ou não, macular o partido e o governo sob essa ótica. Eles são culpados mesmo que não exista prova. Os fatos ligando figuras proeminentes dos tucanos e pefelistas, como o caixa 2 mineiro, dinheiro suspeito no Mato Grosso, tráfico de drogas, corrupção na Bahia, nunca têm um tratamento investigativo e seja qual for a gravidade nunca sai em manchete na primeira página. Assim também são outros meios de informação como todos os canais de televisão e os seus noticiários, principalmente quando têm âncoras, que amparados por uma pseudo neutralidade, aumentam o tom e as críticas quando o assunto é governo Lula e Partido dos Trabalhadores.
Há ainda os programas pseudo-populares nas rádios pelo país afora que ficam martelando preconceitos contra o governo federal. Os sítios da Internet, como o UOL, ligado ao grupo Folha, que quando a notícia é ruim para o PT e o governo fica estampado o dia inteiro no sítio e quando é ruim para a oposição logo desaparece. Não se está questionando neste artigo o direito de uma imprensa livre e democrática, aliás é isso que está faltando. O jornal Brasil de Fato tem denunciado que as matérias desfavoráveis ao governo e ao prefeito de São Paulo, nos jornais Agora e Folha de São Paulo; tanto o Alkmin quanto o Serra têm ligado para o dono do jornal, para fazer “cair” a matéria. Ou seja, só há democracia quando o governo é de esquerda, aí todos os jornalistas podem publicar o que quiserem, principalmente matérias negativistas.
Será que se o governo federal não fosse de esquerda, o noticiário seria o mesmo? Ou seria, como foi no caso do município de São Paulo, em que quando a Marta Suplicy era a prefeita o malho era constante, e agora com o Serra, a mídia se omite? A liberdade de imprensa não é a liberdade dos donos das mídias colocarem o seu ponto de vista, independentemente dos interesses da nação e da verdade fatual? Como democratizar a ditadura midiática? De que forma se contrapor a ela? Essas questões são muito importantes na implantação de um projeto de nação democrática e com inclusão social no Brasil.
Fica bem claro neste texto que não se questiona o fato da publicação dos erros cometidos pelo Partido dos Trabalhadores, ninguém quer uma mídia estilo Pravda no Brasil. Os atos errados de todo e qualquer partido ou governo devem ser publicados, mas com isonomia. O questionamento é a forma histérica e raivosa como isso é feito pela mídia do Brasil a respeito do PT, visando apenas a sua destruição, assim como a não divulgação nem investigação de erros similares ou piores cometidos por outros partidos e governos.
Evaristo Almeida – Mestre em Economia Política – PUC-SP
Novo colaborador do Beatrice
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