sábado, novembro 12, 2005


O que fantasiaram os pregadores morais sobre a "miséria" interior dos homens maus! O que mentiram diante de nós sobre a infelicidade dos homens apaixonados! - sim, mentir é aqui a palavra certa - conheceram muito bem a riquíssima felicidade dessa espécie de homens, mas o silenciaram, porque era uma refutação de sua teoria, segundo a qual toda felicidade só nasce com o aniquilamento da paixão e o calar da vontade! E, por fim, no tocante à receita de todos esses médicos de almas e sua recomendação de uma cura dura, radical, é permitido perguntar: é esta nossa vida efetivamente dolorosa e pesada o bastante, para trocá-la com vantagem por um modo de viver e uma petrificação estóicos? Não estamos passando mal o bastante para termos de passar mal à maneira estóica.
Nietzsche

Profundamente arraigada nas trevas.
Em que mundo, essa gente vive???

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Documento do Vaticano restringe gays no clero, diz jornal

Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Um novo documento do Vaticano proibirá a ordenação de padres que sejam homossexuais praticantes, assumidos ou que demonstrem essa tendência de forma "profundamente arraigada", segundo notícia publicada na sexta-feira pelo Il Giornale, de Milão.
O diário publicou trechos de um documento há muito tempo aguardado, que deve ser divulgado ao final deste mês.
"A Igreja não pode admitir no clero aqueles que pratiquem a homossexualidade, que tenham tendências homossexuais profundamente arraigadas ou os que apóiem a chamada 'cultura gay"', diz o documento, segundo o jornal.
Nos últimos meses, houve várias referências ao conteúdo do documento, mas a reportagem do Il Giornale, assinada por seu respeitado correspondente de assuntos religiosos, Andrea Tornielli, é a primeira com citações literais.
O documento já teria sido aprovado pelo papa Bento 16o. O Vaticano não quis comentá-lo.
Embora a Igreja tenha começado a preparar o texto há anos, o tema ganhou mais urgência a partir do escândalo provocado em 2002 pela revelação de que padres norte-americanos cometiam abusos sexuais, em geral contra adolescentes do sexo masculino.
Várias fontes dizem que o documento deve ser curto e grosso. Essa "instrução" da Congregação do Vaticano para a Educação Católica abrange um dos temas mais delicados para a Igreja.
Ele não afeta os homens já ordenados padres, apenas os que entrarem a partir de agora nos seminários.
Segundo Il Giornale, homens que tiverem tendências homossexuais como "parte de um problema transitório" poderão ser ordenados diáconos, caso tenham "claramente superado" tais tendências por pelo menos três anos.
Depois de ordenados diáconos, normalmente os religiosos levam cerca de um ano para se tornarem padres.
O texto diz que ninguém "tem o direito de receber a ordenação" caso haja "sérias dúvidas" sobre sua capacidade de respeitar as regras do clero. Os reitores dos seminários terão de zelar por isso.
A Igreja prega que a homossexualidade não é um pecado, mas que os atos homossexuais o são. Todos os padres, sejam homo ou heterossexuais, precisam manter o celibato.
A imprensa, inicialmente nos Estados Unidos, noticiou em setembro que o documento proibiria todos os homossexuais de serem ordenados, sem exceção. Mas essa versão foi desde então amplamente desmentida, pois muitos setores da Igreja temiam que bons homens fossem excluídos do clero nessa situação.
A nova instrução será uma reforma de um documento de 1961 que proibia a ordenação de homens que tenham "inclinações perversas" à homossexualidade.
Reagindo aos rumores anteriores sobre o veto total aos homossexuais, o arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, disse em outubro ao semanário católico britânico The Tablet que "não se pode eliminar um candidato ao clero simplesmente porque é gay".
Martin disse à publicação que os seminários não deram no passado apoio suficiente para que seus alunos amadurecessem sua sexualidade.
"Precisamos oferecer serviços de apoio a esses padres, e isso envolverá ajudá-los na sua jornada pessoal e dar segurança a eles", afirmou.
Em seu livro "O Rosto Mutante do Clero", o padre Donald Cozzens estimou que cerca de 40 por cento dos padres dos EUA sejam homossexuais, mas que apenas uma pequena minoria seja praticante.

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