Ricardo Berzoini é o novo presidente do PT

Ricardo Berzoini é o novo presidente do PT

Apurados 95,6% dos votos, comissão eleitoral avalia que candidato do Campo Majoritário não poderá ser ultrapassado por Raul Pont na corrida pela presidência do partido. Pont, que admitiu a derrota, pode assumir a secretaria-geral do PT, o segundo cargo da hierarquia partidária.

Marcel Gomes - Carta Maior 10/10/2005



São Paulo – O candidato do Campo Majoritário à presidência do PT, Ricardo Berzoini, venceu o segundo turno das eleições internas e será o novo presidente do partido. Raul Pont, candidato da tendência Democracia Socialista e apoiado pela esquerda petista, telefonou na tarde desta terça (11) para Berzoini e reconheceu a derrota.

Totalizados 95,6% dos votos até às 18 horas, Berzoini tinha 112.348 (51,6%) dos votos válidos e Pont, 105.257 (48,4%). O quorum deve passar de 230 mil votos. A vitória ainda não foi confirmada matematicamente, mas a comissão eleitoral do partido avalia que a chance de virada é “improvável”.

A partir de agora, começam as negociações entre as tendências para a formação da nova direção do PT. Berzoini precisará de bastante jogo de cintura para buscar composições no Diretório Nacional. Das com 81 vagas eletivas, o número de cadeiras do Campo Majoritário caiu de 42 para 34.

A secretaria-geral, segundo cargo da hierarquia partidária, deverá ficar com a chapa de Raul Pont, como já admitiu Berzoini. O nome do próprio Pont é citado para a função, mas ele reluta porque cumpre mandato de deputado estadual no Rio Grande do Sul.

No dia 22, o PT reúne seu Diretório Nacional para formalizar a troca de gestão. Ricardo Berzoini substituirá o atual presidente Tarso Genro, que assumiu o partido após a queda de José Genoino. Deverá manter o PT próximo ao presidente Lula e trabalhar pela reeleição dele, mas sem abdicar das críticas moderadas que tem feito à política econômica do ministro Antonio Palocci (Fazenda), sobretudo à execução orçamentária.

Natural de Juiz de Fora (MG) e pai de três filhos, Berzoini é deputado federal pelo PT de São Paulo, foi ministro da Previdência e do Trabalho no governo Lula e substituiu Silvio Pereira na secretaria-geral do partido. Tem história na militância sindical. Foi presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e o primeiro presidente da Confederação Nacional dos Bancários da CUT.