domingo, outubro 30, 2005
AGORA É GUERRA
BRAVO, BRAVO, BRAVO!!!
30/10/2005 - "É hora de mobilizar para defender o PT"
Os militantes setoriais do PT foram convocados, neste sábado, a sair em defesa do partido. Sem deixar de qualificar os erros cometidos por “companheiros” petistas, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, endureceu ao analisar o modo como os meios de comunicação têm se comportado diante da crise política. Para ele, há uma parcialidade evidente no tratamento das denúncias, com uma opção clara por fragilizar o PT para a disputa eleitoral de 2006.
Quando o PT avalia as denúncias como “ataques das elites” contra o Partido dos Trabalhadores e o governo Lula, Berzoini lembra que, freqüentemente, a mídia trata isto como uma distorção dos petistas para não assumir a responsabilidade sobre os erros. Berzoini enfatizou, na abertura do Encontro Setorial Nacional de Mulheres, no Hotel Braston (São Paulo), que não se trata de esconder os erros, mas de dizer “a mais pura verdade” que tem sido ignorada.
“Nenhum outro governo foi tão massacrado pela mídia quanto esse”, ressaltou o líder petista. Berzoini enfatizou o interesse que os setores de oposição e de comunicação têm em manter o PT e o governo Lula mergulhados num longo e pesado processo de desgaste político. Para ele, qualquer pessoa que analisar nestes últimos vinte anos o equilíbrio na cobertura da imprensa do processo de denúncias “não comprovadas”, vai perceber um claro processo de linchamento político do PT.
Diante de dezenas de delegadas do movimento de mulheres do PT, Berzoini afirmou que houve muita dúvida entre os petistas, de qual a natureza e gravidade do erros cometidos por “companheiros” da direção do partido. Com o tempo passando, ele avalia que é possível perceber que a extensão dos erros dos “companheiros” é muito menor do que o que ocorre na política do país. “Devemos qualificar devidamente os erros cometidos. Não é possível ter a ingenuidade e não ter noção política do que está por trás desta crise”, alertou.
De acordo com o presidente do PT, não deve haver complacência e tolerância com a corrupção, mas rigor. No entanto, ele considera necessário haver autocrítica de saber distinguir claramente entre foco de corrupção, que ocorre em qualquer governo, e corrupção sistêmica. Ele citou, então, casos que ele qualifica como tais, ocorridos durante o governo tucano. A “farra das privatizações”, os escândalos do PROER, e a “lambança” da compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição.
Cadáver político
Para Berzoini, está claro que as razões deste desgaste estão na disputa eleitoral de 2006. “Querem que PT chegue na disputa sem capacidade operacional e de verbalização da sua perspectiva da disputa”, analisou.
Para ele, as elites tentam fazer da crise a única pauta política do país para interditar o debate comparativo do que foram os oito anos do governo anterior. Ele mencionou o tom do programa do PT exibido nesta semana, comparando o governo do PSDB com o do PT. Dentre os exemplos citados por ele, foi destacada a atuação da Polícia Federal contra a corrupção. “Nunca esteve tão livre como incentivada para investigar corrupção. Apesar disso, depois de quatro meses de investigações no Ministério Público, CPI e imprensa, não há provas de corrupção sistêmica, como havia no governo Collor”, falou.
Após estas considerações, o dirigente petista fez a convocação para a mobilização. “Está na hora de defender nosso partido e nosso governo. Não podemos entrar no jogo alimentado por órgãos de comunicação extremamente parciais, que tentam fazer do PT um cadáver político para 2006”, disse. Sob aplausos das militantes, Berzoini declarou que o PT não é um cadáver político. “Vamos disputar para vencer e confrontar programas e realizações”.
Ele questionou também as afirmações de que o PT vai ter a bancada reduzida na próxima eleição. Ele diz não estar convencido desta tese, já que o PT é maior hoje do que quatro anos atrás, com mais senadores, deputados, vereadores, prefeitos, além de estar mais organizado. “Modéstia às favas, quem consegue colocar 315 mil militantes nas ruas para uma eleição interna não tem razão para temer uma eleição geral. O PT tem que ter humildade para fazer o debate político, mas sem submissão, mostrando o que eles fizeram”, falou.
Ele encerrou dirigindo-se diretamente às militantes feministas, ao afirmar que em suas mais diversas origens, elas sabem que o PT não é um partido de cúpula, mas um partido de base. “Temos divergências, mas elas não nos enfraquecem mas fortalecem, desde que mantenhamos a unidade daqui para fora. Esta unidade é fundamental para enfrentarmos a disputa de classes e de projeto”, concluiu.
Cezar Xavier, do Portal do PT
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