segunda-feira, junho 29, 2009

GOLPE EM HONDURAS: qual é o compromisso do PSDB com a democracia?



O que o PSDB pensa do GOLPE em Honduras?

Veja as fotos dos sites do PT e do PSDB hoje 29.06.09 – 12h

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No site do PT

Honduras, os golpistas não são autodidatas

Publicado no site da Carta Maior

"Exijo do TSE que deixe de artimanhas e comece a contar os votos. Se este Tribunal não começar a contar os votos, marcharemos até ele para exigir isto". Foi com essas palavras que o então candidato do Partido Nacional, Porfírio Lobo, reagiu às projeções do presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, Aristides Mejia, que apontava Manuel Zelaya como virtual vencedor das eleições presidenciais de 2005. O tom de inconformismo não escondia o víés golpista que seria adotado pela oposição hondurenha, culminando na quartelada de domingo que expulsou Zelaya do país.
A insurgência militar é uma velha tradição da América Central, onde há uma extensa história de rebeliões, golpes e intervenções estrangeiras. Nesse momento, o que ocorre é a repetição de um filme cujo roteiro é conhecido por todos. A burguesia local combina seu estilo de exercício de poder com as formas tradicionais de dominação herdadas de tradições coloniais, elitistas e autoritárias.
Vivendo sucessivas conjunturas de instabilidade, o processo político hondurenho sempre foi fortemente marcado pela ininterrupta sucessão de golpes de Estado, a maioria patrocinada pelos interesses conjuntos da oligarquia nativa e das empresas bananeiras estadunidenses. A fragilidade institucional decorre, como em outros países do continente, da incapacidade política e cultural das classes dominantes em identificar e universalizar valores próprios que representem uma forma de vontade geral aceita por todos os segmentos sociais. Somando a isso sua conhecida subalternidade externa, a otimização de seus ganhos está na raiz da impossibilidade de se tornarem grandes fiadores de uma democracia estável e real.
A rapidez dos poderes Legislativo e Judiciário de Honduras em legitimar o golpe, contando com a boa vontade da grande imprensa, é a demonstração cabal da estreiteza do “Estado de Direito” na América Central. Projetar novas concepções de organização econômica, social e política capazes de amalgamar os interesses e aspirações das grandes maiorias continua sendo, para as elites encasteladas em quartéis, parlamentos e redações, o que deputados hondurenhos definiram como “uma explícita condução irregular".
Realizar uma consulta popular para abrir caminho a uma futura Assembléia Constituinte pode ser classificado como "reiterada violação à Constituição e às leis, bem como a inobservância das resoluções e sentenças dos órgãos institucionais”. Essa é a semântica aceita pela gramática política da região. 
O golpe em Honduras não diz respeito apenas ao povo hondurenho. Interpela diretamente todos aqueles que reconhecem que a única garantia possível de instauração de uma verdadeira ordem democrática é a qualificação de agentes sociais e políticos para os quais esse regime seja uma condição e uma exigência.
O formalismo dos golpistas não pode deixar algumas perguntas sem resposta. Como fica a cláusula democrática da OEA? Qual será o tipo de sanção imposto a Honduras? Até quando os povos centro-americanos continuarão submetidos a uma espécie de castigo histórico, um eterno retorno do beco sem saída das ações repressivas ilegais? Não é mais admissível que nossa história continue sendo escrita como contínua experiência de mutilação e desintegração disfarçada de desenvolvimento.
É fato que o embaixador dos Estados Unidos em Honduras, Hugo Llorens, afirmou que “seu país só reconhece Manuel Zelaya como único presidente legítimo do país e condena o golpe em andamento". O isolamento internacional também parece não conspirar a favor da extrema-direita hondurenha. Mas em nome da verdade histórica nunca devemos esquecer que os golpistas latino-americanos podem ser qualquer coisa, menos autodidatas. Valeria a pena Mr. Lorens consultar os compêndios. Até bem recentemente a regra era apoio incondicional a regimes liberticidas.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro


Honduras: direita monta golpe de Estado sob capa de legalidade

Desde que se assinou o TLC (Tratado de Livre Comércio) com os Estados Unidos em 2005, os movimentos populares de Honduras começaram a travar a luta contra os seus efeitos. Nesse mesmo ano assistiram à batalha de toda a América Latina contra a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) e perceberam que estavam abrindo mão da soberania e dos recursos naturais do país. Depois da assinatura do tratado, o Estado hondurenho perdeu o controle dos serviços públicos, a saúde, a educação e as obras públicas, restando em suas mãos um reduzido número de setores.

Honduras viu que em seu vizinho a sudeste, Nicarágua, a FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional), liderada por Daniel Ortega, chegava ao poder em janeiro de 2007 pelo voto popular com base em um programa democrático-popular. Dois anos e meio depois, assistiu a seu vizinho de sudoeste, El Salvador, levar ao poder, também pelo voto do povo, à FMNL (Farabundo Marti de Libertação Nacional), tendo à frente Mauricio Funes, derrotando as forças da direita que há 20 anos governavam o país, com base em plataforma para atender às necessidades básicas do povo pobre.

Em meio à vigorosa ascensão das forças progressistas do continente latino-americano que levou democraticamente ao poder em diversos países a dirigentes e partidos comprometidos com os anseios fundamentais de seus povos, o presidente hondurenho Manuel Zelaya, proprietário de terras e empresário, amante dos cavalos e dos aviões, que havia chegado ao poder em janeiro de 2006 para um mandato de 4 anos, com o conservador Partido Liberal, deu uma espetacular guinada à esquerda. Pressionado pelas condições sociais de um país em que sete de cada dez pessoas vivem em situação de pobreza e extrema pobreza e vendo-se de mãos atadas devido a imposições constitucionais e legais para realizar as transformações profundas com o fim de erradicar a miséria e a desigualdade resolveu declarar-se publicamente contra o TLC e as pressões de Washington para em seguida fazer Honduras aderir à ALBA, hoje denominada Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, liderada por Venezuela e Cuba.

Alguns dos processos eleitorais da região consagraram a doutrina da refundação dos Estados por meio novas constituições elaboradas à luz da nova realidade política por assembleias constituintes convocadas previamente por referendo popular e eleitas pelo voto da população. Assim ocorreu na Venezuela, Bolívia e Equador. Diante da nova realidade histórica vivida na América Latina e Caribe, Zelaya resolve chamar a realização de uma consulta popular democrática convocada para definir se o povo está ou não de acordo com a convocação de uma Assembléia Constituinte. Se o resultado é favorável, se instalará uma quarta urna em cada uma das seções eleitorais nas eleições gerais previstas para 29 de novembro, além das três que se colocam de maneira habitual para eleger presidente, deputados e autoridades locais. A quarta urna receberia os votos para os deputados constituintes.

Ao convocar a consulta para o dia 28 de junho, Zelaya havia afirmado – e reitera agora – que o processo era legal, baseado na Lei de Participação Cidadã e não vinculante, porque nada mais era que a opinião do povo.

Acendeu a luz vermelha para a oligarquia. Precatados com a experiência vivida em outros países, e criativa como soe acontecer, não querendo reproduzir os clássicos golpes de Estado nem apelos a secessão nem a magnicídios, mas fortemente apoiada nos meios de comunicação, setores empresariais, estamentos religiosos, grandes proprietários, meios financeiros decidem manejar seus fortes vínculos com as instituições e dar cobertura legal as suas pretensões. A Corte Suprema de Justiça decreta a ilegalidade da consulta, seguida pelo Tribunal Supremo Eleitoral, pela Procuradoria Geral, decisão finalmente referendada pelo Parlamento onde até o partido do presidente Zelaya votou em boa parte pela ilegalidade.

A partir daí os acontecimentos se desencadeiam em grande velocidade. Na quarta-feira, 24, Zelaya destitui o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general Romeo Vázquez, por se negar a distribuir as urnas para a consulta, seguida pela renúncia "solidaria" dos chefes da Marinha, Aeronáutica e Exército, bem como do ministro da Defesa. Contudo a Corte Suprema ordenou a recondução de Vázquez porque a negativa do militar estava amparada por uma decisão judicial.

No mesmo dia, à noite, o Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) denunciou a tentativa de golpe e qualificou os fatos como uma “reação desesperada da direita e seus aliados para deter a vontade popular de buscar vias democráticas para a transformação nacional”.

Na quinta-feira, 25, o presidente Zelaya dirigindo-se a uma multidão diante do palácio presidencial afirmou que iria resistir. Manteve a destituição dos chefes militares e apelou para as forças armadas e as instituições que defendessem a vontade popular, chamando o povo para acompanhá-lo no dia seguinte para iniciar a distribuição do material eleitoral.

Nesta sexta-feira, Zelaya manifestou sua firme decisão de realizar a consulta no domingo. Anunciou em cadeia de rádio e televisão que começava a distribuição do material para levar a cabo a consulta  - foco do conflito – apesar da resistência dos militares. “Ninguém vai parar a consulta de domingo”, ratificou Zelaya, encabeçando uma caravana popular que irrompeu na sede da Força Aérea para “resgatar” as urnas e papeletas que serão usadas no referendo e que haviam sido apreendidas pelo Ministério Público.

O Congresso Nacional havia aprovado  na noite anterior criar uma comissão especial para investigar a atuação do presidente de ignorar as decisões judiciais e violentar o Estado de Direito. Diversas fontes confirmaram que na sessão extraordinária se afastou a possibilidade de destituir Zelaya e que o presidente do Congresso, Roberto Micheletti assumisse a presidência. “Temos feito esforços para não romper a ordem constitucional e evitar um golpe de Estado”, reconheceu Micheletti.

“As duas bancadas dos partidos Liberal (governista) e Nacional (opositor) estavam decididas a declarar inabilitado o presidente, porém receberam chamadas de não sei quem e desistiram. Mas esse era o plano”, afirmou a deputada do partido de esquerda Unificação Democrática (UD), à AFP.

Sexta-feira, 26, fim do dia. Está armado o braço-de-ferro. Zelaya enfatiza que “não querem deixar que o povo seja consultado nem que fale nem que opine nem que tenha participação nem que haja democracia em Honduras.” Os setores que a ele se opõem reafirmam a ilegalidade do referendo. Ambos os lados dizem contar com respaldo político e popular. A OEA foi acionada. A ALBA se pronunciou. Um dia, somente um dia nos separa de um momento crucial para Honduras.

Max Altman é membro do coletivo da Secretaria de Relações Internacionais do PT


http://www.pt.org.br/portalpt/index.php


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sábado, junho 27, 2009

FINALMENTE A MÍDIA FORA DA LEI É ENFRENTADA

Petrobras notifica extrajudicialmente os jornais Correio Braziliense e Estado de Minas

By Blog Fatos e Dados Petrobras

Justiça
Os jornais Correio Braziliense e Estado de Minas receberam nesta sexta-feira (26/06) notificações extrajudiciais sobre a divulgação de dados sigilosos de dirigentes da Petrobras contidos no sistema de informações da Receita Federal, fato que constitui crime previsto no artigo 153, § 1º-A do Código Penal. A Companhia prepara medidas adicionais.

http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/2009/06/26/petrobras-notifica-extrajudicialmente-os-jornais-correio-braziliense-e-estado-de-minas/

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Carta da Petrobras ao jornal Correio Braziliense

Junho 26, 2009 by Blog Fatos e Dados Petrobras

exclamação
A Petrobras repudia de forma veemente a sensacionalista, irresponsável e desrespeitosa matéria “Os Xeiques da Petrobras”, publicada pelo Correio Braziliense, no dia 25/6. A Petrobras considera que a matéria revela a quebra do sigilo fiscal de diretores da Companhia.

O aumento da remuneração da Diretoria Executiva e dos conselheiros no período de 2003 a 2007 foi de 55% e não de 90%, como insistiu o jornal, apesar de ter os dados corretos repassados pela Petrobras. Os salários da Alta Administração da Petrobras estão congelados desde 2008 e até 2010. Essa informação, repassada ao Correio, foi inescrupulosamente omitida pelo jornal. O Correio omite também que na Assembléia Geral de Acionistas, realizada em 8 de abril de 2009, a remuneração global da Diretoria Executiva e dos conselheiros foi reduzida para R$ 8,2 milhões.

A manipulação de informações e erros de apuração continuam na matéria “Salário alto em duas versões”, publicada no dia 26. Não há divergências entre as declarações do presidente José Sergio Gabrielli à rádio CBN, no dia 25, e as informações do blog “Fatos e Dados”, da Petrobras. Como já dito, a Assembléia Geral realizada em abril de 2009, ratificou o congelamento dos salários que estavam sendo pagos desde setembro de 2008, conforme afirmou o presidente Gabrielli, sem que haja contradição com as informações divulgadas pela Petrobras.

Por fim, comparações entre a remuneração de diretores e conselheiros das maiores empresas do país, feitas pela própria imprensa, mostram que a remuneração da diretoria e conselheiros da Petrobras é a menor, chegando a ser 30 vezes inferior em alguns casos.

http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/2009/06/26/carta-da-petrobras-ao-jornal-correio-braziliense/

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Comparativo entre remunerações de diretores das grandes empresas do Brasil e do mundo

Junho 26, 2009 by Blog Fatos e Dados Petrobras

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Os números entre parênteses representam a quantidade de executivos em cada empresa.

remun2

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Petrobras pergunta ao Correio Braziliense

Junho 26, 2009 by Blog Fatos e Dados Petrobras

InterrogaçãoA Petrobras gostaria de saber do jornal Correio Braziliense  como conseguiu as informações sobre  bens patrimoniais de diretores da Companhia, que constam de sua matéria publicada em 25/06/2009 sob o título “Os xeiques da Petrobras”.

http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/2009/06/26/petrobras-pergunta-ao-correio-braziliense/
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Petrobras pergunta ao jornal O Globo

Junho 25, 2009 by Blog Fatos e Dados Petrobras  

jornalDesde ontem a Petrobras vem tentando obter, e não conseguiu até o presente momento, alguma informação a respeito do inquérito sobre o “dossiê das ambulâncias”. Esse inquérito se encontra no Ministério Público Federal de Cuiabá, sob a responsabilidade do procurador Mario Lucio Avelar. Como o jornal O Globo conseguiu informações?

http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/2009/06/25/petrobras-pergunta-ao-jornal-o-globo/

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http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/

não é só o discurso, é preciso olhar nos olhos das pessoas

Lula: interesses pessoais não devem se sobrepor ao projeto nacional em 2010

Leia abaixo entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicada pelo jornal Zero Hora nesta sexta-feira (26):

O que é melhor para a campanha da ministra Dilma Rousseff nos Estados em 2010? Chapa puro-sangue com PT na cabeça ou alianças com o PMDB?
Luiz Inácio Lula da Silva – Trabalho com a hipótese de construir uma aliança entre PT e PMDB, PDT e PTB. Uma parte importante da base do governo precisa compor nos Estados para que a gente possa ganhar e governar. O problema não é ganhar, é governar. É você ter um grupo de pessoas dispostas a trabalhar para destravar um País, um Estado, para que a gente possa apresentar à sociedade uma perspectiva. A Dilma tem de trabalhar com a possibilidade de um grande leque de alianças para ganhar bem e governar bem.

O PT está disposto a fazer sacrifícios?
Não temos o direito de não fazer sacrifício e permitir que o desejo pessoal de alguém prevaleça sobre os interesses coletivos de um partido, seja estadual ou nacional. É preciso um debate para saber o seguinte: o que nos interessa neste momento? Quais os Estados que temos de disputar, em quais temos chances? Que tipo de aliança poderemos fazer e o que queremos construir? Se fizermos essa discussão corretamente, fica fácil construir as alianças. É preciso construir um time que vá do goleiro ao ponta-esquerda para trabalhar junto nessa campanha. Essa minha concepção vale do Oiapoque ao Chuí. Mas quem decide isso são os partidos. Só espero que as pessoas tenham aprendido.

Como o senhor vê a ideia de o PT abrir mão da candidatura ao governo de SP em favor do deputado Ciro Gomes (PSB)?
O Ciro tem todas as condições de ser candidato em qualquer lugar do Brasil. Por enquanto, só vejo especulação, nada sério. Mas acho que o Ciro daria trabalho 
em São Paulo.

Esta semana o senhor criticou a imprensa por dar tanto espaço à crise no Senado. O senhor segue apoiando o senador José Sarney ou defende o afastamento dele da presidência da Casa?
Não critico a imprensa por conta do Senado. É pelo denuncismo desvairado que, às vezes, não tem retorno. Há uma prevalência da desgraça sobre as coisas boas. Talvez venda mais jornal. Citei um jornal quando fiz a crítica. Você tinha a volta do crescimento do emprego, cento e poucas mil vagas criadas. E a manchete era desse tamanho (faz um gesto com as duas mãos para indicar altura) sobre um emprego equivocado no Senado. Os milhares de empregos criados estavam numa notícia secundária. A nação precisa de boas notícias, de autoestima, para poder vencer esse embate com a crise internacional. Sobre as denúncias no Senado, que se faça investigação. Quem estiver errado deve ser punido. Todos os senadores têm mais de 35 anos de idade, estão na idade adulta. O Sarney já anunciou que vai investigar.

A defesa que o senhor faz de Sarney tem a ver com a eleição de 2010? A crise do Senado pode agravar a relação com o PMDB, que já não anda boa?
Não acho que algum senador vá renunciar ao mandato. Eles vão se acertar e prestar contas. A minha cabeça não trabalha pensando em 2010. Agora, tenho clareza de que nós saíremos bem em 2010 se a gente estiver bem em 2009.

O vice ideal para Dilma seria do PMDB?
Vamos discutir isso. Veja a importância do PMDB no Brasil, um partido que tem mais vereadores, mais deputados, mais senadores, mais governadores. Tem um potencial muito grande. Mas não é apenas isso que credencia alguém para ser vice. Primeiro, o vice tem que ser da concordância de quem vai ser candidato a presidente. Você não pode ter um vice que não tenha uma afinidade política, ideológica e visão de Brasil.

O senhor tem acompanhado o tratamento da ministra Dilma. Como ela está? Há riscos de prejuízo à campanha dela?
Por tudo que tenho conversado com os médicos, não acredito (em prejuízos). Mas doença é doença. No momento certo, o médico vai dizer se parou ou não o tratamento. A Dilma tem trabalhado a mesma coisa. Ela tem um ou dois dias por semana que se sente mais cansada, depois da quimioterapia, e diminui um pouquinho o ritmo. Todo mundo que já teve esse tipo de câncer diz que é curável. A Dilma vai ficar extraordinária e a hora que tiver que anunciar estará pronta para o embate. Se for candidata mesmo – depende ainda dos partidos e dela própria –, a partir de março se afasta e começa a campanha.

Quem vai para o lugar dela? O ex-ministro Antonio Palocci?
Não, não. Não posso discutir agora o que vou fazer. Mas não pretendo colocar nenhum ministro novo no governo.

Pelo menos 14 ministros devem sair até abril para concorrer nas eleições. Como o senhor pretende conduzir as substituições: com indicações políticas ou recorrendo a técnicos?
Não vou trazer uma pessoa para chegar sem conhecer o histórico do próprio ministério, das obras, dos projetos. Desse jeito, irei paralisar o governo por dez meses. Na hora que o ministro for saindo, o secretário executivo assume e vai tocando. Não quero mexer no andamento das coisas que estamos fazendo.

Na oposição, o senhor e o PT criticavam muito o antecessor, Fernando Henrique por viajar demais. Nenhum presidente colocou o Brasil tão em evidência como o senhor nessas missões internacionais. O que mudou e qual a utilidade desse trabalho?
Mas se você pegar o meu discurso verá que eu dizia: “Ele (Fernando Henrique) tem o direito de viajar pra fora, o que é lamentável é que ele não viaje aqui dentro”. E viajo muito lá fora e viajo muito aqui dentro. É inexorável. O número de aliados que o Brasil estabeleceu nesses seis anos é muito grande. As pessoas querem ouvir o Brasil.

Qual é a utilidade desse seu trabalho no exterior?
O momento histórico me deu essa projeção. Nós levamos cinco anos para poder consolidar o Bric (grupo formado pelos grandes países emergentes – Brasil, Rússsia, Índia e China) como uma instituição. Vamos ter a segunda reunião no Brasil no final do ano que vem. O Brasil está muito importante. Lembro quantas críticas recebi quando fiz a primeira viagem à África. “Mas por que na África? Não tem nada para vender na África.” Pergunta ao ministro (da Indústria e Comércio) Miguel Jorge, que voltou com uma caravana empresarial da África agora. A gente não tem o que vender é para a Alemanha, Suécia, EUA, porque precisa mais valor agregado, competitividade tecnológica. Mas para a África, América Latina, parte do mundo asiático e para o mundo árabe, o Brasil só tem é que vender.

O senhor vai encerrar o seu governo sem a reforma política e sem a reforma tributária?
Mandei as duas para o Congresso. Não sei quantos anos tenho de vida, mas quero estar perto para ver o dia em que alguns empresários disserem que é preciso fazer reforma tributária. O DEM fez da reforma tributária a bandeira dele. Mas eles não querem. Mandei duas propostas. Em abril de 2003 e outra no ano passado. Quando fazemos as reuniões com governadores, prefeitos e empresários, todo mundo concorda. Quando chega no Congresso, ninguém concorda mais.

O senhor tem dito que quer ser um cidadão do mundo depois de 2010. O presidente Barack Obama disse que o senhor é ‘o cara’. Ele seria o seu cabo eleitoral para o senhor ocupar um espaço na ONU, Banco Mundial? Qual é o seu desejo pessoal?
Quando falei cidadão do mundo, me perguntaram o que queria fazer. Não tenho pretensões. A minha maior pretensão agora é ver se eu pago a promessa que eu fiz para Dona Marisa em 1978. Ela queria que eu deixasse o sindicato e prometi que era o último mandato e que, depois, ia me dedicar à família. Já são 31 anos e não consegui. Pretendo me voltar um pouco para a família. Também não quer dizer que vá deixar de fazer política. Gostaria de trabalhar muito essa questão de integração da América Latina, da África. Acho que precisamos cuidar com muito carinho da África. Por isso, estou indo pra lá no dia 1º, na Cúpula Africana, na Líbia.

Mas com essa popularidade que o senhor tem, será que na eleição de 2014 a dona Marisa resiste? Pesa mais do que uma pressão para que o senhor volte a disputar a Presidência?
Tenho que recusar discutir 2014, porque não seria benéfico para mim e para quem quero eleger. Vamos supor que eu eleja a companheira Dilma a candidata do PT e o povo brasileiro eleja a Dilma presidente do País. Ora, qual é o meu papel? Trabalhar para que ela faça o máximo possível e ela tem o direito de querer ser candidata à reeleição. Senão, o que acontece? Se eu não tiver essa consciência de que ela tem de fazer mais e fazer melhor, fazer o governo dela sem tutela e patrulhamento de ninguém, sem saudosismos, você tira a possibilidade de uma grande mulher fazer um grande governo. Mas ela ficar no governo vendo que eu sou sombra, “ah, em 2014 ele vai voltar”... Vou torcer para que ela possa fazer o melhor e ser candidata à reeleição. Se for um adversário que ganhe, aí sim pode estar previsto em 2014 eu voltar. Depende.

Há uma posição de que as pessoas beneficiadas com o Bolsa-Família não saem do sistema. Estaria faltando um segundo passo, para as pessoas recuperem a cidadania?
Essa visão elitista dos brasileiros é responsável por mais de um século de empobrecimento generalizado. Com o Programa Luz para Todos, 83% das pessoas que receberam energia compraram televisão, 79% geladeira, 44% aparelho de som, 44% voltaram a estudar à noite. Alguém que nasceu na avenida Copacabana, que nunca teve problema, acha que R$ 80 é pouco, mas para um pobre é muito. À medida que a economia vai crescendo, as pessoas vão deixando o Bolsa-Família e deixam outros entrarem. 600 mil já deixaram o programa.

O senhor vai ampliar o prazo de redução do IPI?
Não posso falar porque as empresas estão falando por aí: “Compre seu carro logo”. Falando em política tributária, imposto e política social, quero dar uma explicação lógica. Todos queremos que o Brasil tenha uma política tributária muito mais simplificada. O ideal é que a gente aumente o número de contribuintes. A carga tributária brasileira não é algo a ser comparado com os países desenvolvidos. Num País que tem 10% de carga tributária, não há Estado. Pode mapear quais são os países. A política social é extremamente importante porque por mais de 20 anos se discutiu no Brasil se a gente deveria distribuir para crescer ou crescer para distribuir. Começamos a fazer os dois juntos e o resultado foi extraordinário. A ascensão dessa molecada por conta do ProUni: são 545 mil jovens da periferia na universidade, 40% deles negros. A política social é uma coisa barata, ela perpassa a ignorância, a violência. Na hora em que o pobre tem uma ajuda, todo mundo vai melhor, vai ter menos bandido, menos violência.

A oposição ganharia se usasse esse discurso?
Não sei, porque não é só o discurso, é preciso olhar nos olhos das pessoas.

O senhor acha que a oposição torceu para que a crise afetasse o Brasil?
Torceu e muito. Teve gente que até acendeu vela.

Houve gente que queimou os dedos?
Uns queimaram a língua, outros queimaram os dedos. Quando deixar o governo, vou montar um grupo para pesquisar as análises econômicas que fizeram sobre o meu governo, para saber quem errou e acertou. Sobre a crise, ninguém precisou explicar porque ela era internacional. Tivemos dois momentos da crise. Em setembro do ano passado eu estava no Panamá quando surgiram os primeiros sinais. Voltei, fiz várias reuniões com economistas, analisamos e percebemos que a crise chegaria muito pequena no Brasil. Até que desapareceu o crédito no mundo inteiro. Tomamos todas as medidas necessárias e somos reconhecidos no mundo inteiro.

É por essa questão de orgulho que o senhor não quer que a Petrobras sofra uma CPI?
Se tem um fato determinado, diga e faça a CPI. O que não pode é, de forma irresponsável, pegar a mais importante empresa do País e tentar, um ano antes das eleições, achincalhar. Numa CPI sem fato determinado, vale tudo. Se tiver de fazer, o que queremos é uma coisa séria. O que se propôs não tem nada de seriedade.

O que incomoda o senhor na CPI são os investimentos da Petrobras, que podem ser prejudicados, ou é o caráter eleitoral?
Acho que CPI não pode ser feita para fins apenas de disputa eleitorais. É não respeitar o País. Agora, a CPI é um instrumento da oposição em qualquer lugar do mundo. Estamos em uma crise econômica profunda, em que a Petrobras teve dificuldades para pegar dinheiro emprestado lá fora. Se uma empresa como a Petrobras encontra dificuldades em arrumar dinheiro, fico imaginando se começar um processo de achincalhamento. O denuncismo é isso. Acho que a Petrobras deveria ser investigada pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público.

O ministro Tarso Genro tem defendido a punição dos torturadores do regime militar. Ele faz isso com o aval do senhor ou é uma posição pessoal dele?
É uma tese do Tarso. No governo, temos pessoas que pensam diferente.

E o senhor?
Não sou jurista (risos).

O que o senhor diria para o cidadão brasileiro. Deve gastar ou esperar mais um pouco?
Deve gastar. As pessoas podem acreditar que o País está mais sólido do que já esteve. É importante o povo comprar. Não quero que faça dívidas. Mas se tiver uma economia, compre.

http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=78061&Itemid=195

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quarta-feira, junho 24, 2009

A inteligência da ação e o discurso de salão

A hipocrisia dos "éticos"

No atual quadro de correlação de forças, Lula deveria, tal como João Goulart desorientado, atacar, de uma só vez, todos os pilares da estrutura capitalista numa formação social ainda periférica?

Quando a indigência analítica é muito grande, torna-se impossível evitar a suspeita de que estejamos diante de um exercício de má-fé. Tornou-se moeda corrente, entre atores de certa esquerda, a acusação de que, chegando ao poder, o Partido dos Trabalhadores abandonou a grande política, definida por Gramsci como aquela que põe em questão as estruturas de uma sociedade, para reproduzir a gramática do poder conservador. Operando em um registro simplificado de abordagem, nossos esquerdistas de salão têm um mérito: demonstram, de forma cabal, que o amesquinhamento do debate não é exclusividade da direita que fingem combater, mesmo se igualando a ela no método e nas formas de ação.

Confundindo, ou fingindo confundir, a primeira eleição presidencial de Lula com o fim da hegemonia neoliberal, argumentam que o PT tinha plenas condições de realizar reformas estruturais já que os adversários estavam desnorteados. Cabe perguntar se ignoram a capilaridade social dos derrotados nas urnas, suas estruturas clientelísticas e, como já frisamos em vários artigos, que a vitória sobre o candidato da direita necessitou de um amplo leque de alianças que, se bateu forte no conteúdo doutrinário do partido, deixou evidente a necessidade de ampliar os termos dos seus debates internos. O que fariam nossos “bravos companheiros" se tivessem o mesmo capital político do presidente eleito? Que modificações estruturais implementariam?

É grande a semelhança com o argumento dos tucanos quanto ao crescimento do Brasil no período das vacas gordas, ou seja, que o país cresceu, mas poderia ter crescido muito mais se o governo fosse competente. Mas não diziam como fazer para que isso acontecesse. O que propõem afinal os militantes da "esquerda pura"? Uma aventura bem ao gosto do gueto que esperaria a derrota para capitalizar a tragédia?

No atual quadro de correlação de forças, Lula deveria, tal como João Goulart desorientado, atacar, de uma só vez, todos os pilares da estrutura capitalista numa formação social ainda periférica? Em um país onde retirar do baú a velha arma do anticomunismo primário ainda é um expediente que funciona, o governo deveria ter reeditado, com algumas adaptações, as “reformas de base”? Disciplinar a remessa de lucros, desapropriar latifúndios, auditar a dívida pública, contando com o apoio de segmentos militares e núcleos progressistas da burguesia?

Ou Lula não age com mais sabedoria quando aponta que a saída está na ampliação da democracia? No resgate de uma esfera pública antes regulada por corporações multilaterais. Na grande subversão que é, gradativamente, criar condições para que o trabalho ganhe prioridade sobre o capital. É uma tarefa que passa pela reversão de valores arraigados por anos de patrimonialismo. Melhor que ninguém, mais uma vez, cabe ao ex-líder sindicalista objetivar o significado de sua vitória em duas eleições e das esperanças políticas das classes trabalhadoras e dos excluídos.

Nesse contexto, chega a ser engraçado ver a convergência de opiniões sobre a declaração de Lula contrária ao linchamento político do senador José Sarney. “Esquerdistas éticos" e analistas tucanos fingiram espanto, vendo nas palavras do presidente uma legitimação do coronelismo. Quem conhece os efeitos do Bolsa-Família sobre os velhos currais, sabe como estão sendo erodidas antigas formas de dominação.

Faz-se necessário repetir o ensinamento de Gramsci: “É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade”. Voluntarismo e oportunismo andam de mãos dadas.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.

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terça-feira, junho 23, 2009

ENTREVISTA >> historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira





 
"Obama não tem condições de reverter fundamentalmente a política de Bush"

Para o cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, apesar de Obama ter prometido alterar as diretrizes políticas estabelecidas pelo presidente George W. Bush, “ele só promoveu mudanças cosméticas”. Na avaliação do professor de história da política exterior do Brasil na Universidade de Brasília (UnB), “Até agora não fechou o campo de concentração de Guantánamo e recuou em diversas outras medidas”.

Por Tatiana Merlino*

Qual o significado de se ter uma pessoa como Obama na presidência dos EUA?

A eleição para a presidência dos Estados Unidos de um homem de cor representa mais um sintoma do declínio político do Império Americano, até então governado por uma elite chamada de WASP (White, Anglo-saxon, Protestant), isto é, branca, anglo-saxônica e protestante, a elite “loira, de olhos azuis” que controla o sistema financeiro e à qual o presidente Lula se referiu como responsável pela débâcle da economia mundial. Essa elite fracassou. Mas não significa que perdeu o poder.

Obama realmente representa o “novo”?

Seja a resposta afirmativa ou negativa, por quê?

O novo que Barack Obama representa, como disse, é a eleição de um afro-americano para a presidência. Mas, em termos de diretrizes políticas, as diferenças não são fundamentais, devido às relações reais de poder nos Estados Unidos. Obama, por exemplo não pode cortar substancialmente as encomendas do Pentágono a fim de reduzir o déficit fiscal dos Estados Unidos, que cresce de ano a ano. Se tentasse fazê-lo, diversas indústrias de material bélico logo quebrariam, aumentando o desemprego e arruinando os Estados onde estão instaladas. Mas o complexo industrial-militar é uma bolha, inflada pelos recursos públicos, e mais dias menos dia vai estourar, como aconteceu com a bolha do sistema financeiro e a indústria automobilística, Em artigo recente, o jornalista português Miguel Urbano Rodrigues afirma, sobre o novo presidente dos EUA:

“O seu sorriso permanente e o discurso recheado de promessas ocultam mal as suas posições conservadoras: mudar alguma coisa na aparência para que tudo fique, afinal, na mesma”. Qual sua opinião sobre essa afirmação?

A observação do jornalista Miguel Urbano Rodrigues é procedente. Barack Obama, por mais bem intencionado que seja, é presidente dos Estados Unidos, a potência regente do sistema capitalista mundial, e seu objetivo obviamente não podia nem pode ser outro senão preservá-lo, mediante certas reformas necessárias, mas dentro das condições que a política interna e externa lhe permitem. Não se podia nem se pode ter ilusão a respeito do que Barack Obama poderia ou poderá realizar ao longo de sua administração.

No período em que o governo de Barack Obama completa 100 dias, qual sua avaliação a respeito das medidas tomadas por ele até o momento?

O que elas dizem sobre o que é e sobre o que será seu governo?

Qualquer que seja sua tendência política, um presidente não pode fazer o que quer, o que deseja. Faz apenas o que pode, dentro da correlação de forças existente na sociedade. E os lobbies, que representam interesses econômicos, sociais e políticos nos Estados Unidos são muito poderosos. Tendem sempre a pautar e delimitar a atuação do governo. Daí que o presidente Barack Obama, apesar das promessas de alterar as diretrizes políticas estabelecidas pelo presidente George W. Bush, só promoveu mudanças cosméticas. Até agora, meados de maio de 2009, com um pouco mais de 100 dias no governo, não fechou o campo de concentração de Guantánamo e recuou em diversas outras medidas. Aliás, nem George W. Bush pode executar todo o programa neo-conservador (The New American Century), atacando preventivamente (preemptive attacks) outros países do “Axis of evil” (Eixo do Mal), como Irã e a Coréia do Norte, com o propósito de exportar militarmente o modelo americano de democracia, assumindo os Estados Unidos a “responsabilidade única” de preservar e estender uma ordem internacional amigável para a sua segurança.

Quais são as principais diferenças entre os governos de Obama e Bush que ficaram evidentes nesses cem dias? A que elas se devem?

Barack Obama procura recuperar a imagem dos Estados Unidos, tão desgastada e desmoralizada internacionalmente pelas políticas de George W. Bush, que representava no governo, o que há de mais reacionário e conservador naquele país. E não há dúvida de que ele é muito mais inteligente e instruído que seu antecessor. Em termos políticos, tratou de relaxar as tensões políticas internacionais, o antagonismo com outros países, que a administração do ex-presidente George W. Bush fomentava. Mas Barack Obama assumiu o governo em meio a uma profunda crise econômica e financeira mundial, cujo epicentro está nos Estados Unidos. E até meados de maio de 2009, em termos políticos, não efetivou todas as suas promessas de campanha. Pelo contrário, recuou em várias iniciativas que antes anunciara.

O que mudou e o que irá mudar na política externa dos EUA?

Só posso dizer que ela continuará pautada pelos seus interesses nacionais. Porém é difícil fazer qualquer previsão específica, em face da grave crise econômica e financeira, que terá inevitavelmente reflexos políticos, afetando os Estados Unidos e alterando de alguma forma, a médio prazo, o sistema internacional de poder. A situação internacional é muito volátil.

O senhor acredita que Obama vem colocando em prática uma nova estratégia imperialista, mais sutil, inteligente? Se sim, quais seriam as bases dessa estratégia?

Não se trata velha bem de nova estratégia imperialista. Não se pode tomar os parâmetros da primeira metade do século 20. A política imperialista de conquista e competição armada entre as potências industriais evoluiu após a 2ª Guerra Mundial, para o ultra-imperialismo, uma espécie de cartel de nações capitalistas, cuja expressão militar é a OTAN, que oferece garantias mútuas de não-agressão e previa a cooperação na área de segurança, bem como ajuda mútua no caso de uma agressão por terceiros países, coletivizando a defesa, a fim de que ela não se torne assunto nacional e sim de interesse do sistema global capitalista. Esse cartel é conduzido pelos Estados Unidos como potência hegemônica, capaz de modelar a vontade das outras potências industriais e conduzir a política internacional, de acordo com seus interesses que são, na realidade, os interesses globais do sistema capitalista. O propósito do presidente Barack Obama é restaurar a posição dos Estados Unidos, fortemente prejudicada pelo belicismo e unilateralismo da política do presidente George W. Bush. Mas é muito difícil em virtude do colapso financeiro, que desde os fins de 2007 está a abalar a sua economia, com incalculáveis reflexos sobre todo o sistema capitalista mundial. No caso de Guantánamo, por exemplo, há uma iniciativa positiva, que é ordenar fechamento, mas, ao mesmo tempo ele afirma que não vai punir os torturadores. Essa ambivalência evidencia que ele não tem condições de reverter fundamentalmente a política do presidente George W. Bush. Aliás, ainda não fechou o campo de concentração de Guantánamo nem divulgou todas as informações sobre as torturas ali praticadas, bem como na prisão de Abu Ghraib e, mais ainda, restaurou os tribunais militares para julgar os suspeitos de terrorismo e buscou evitar a divulgação de centenas de outras fotos que mostram os presos terrivelmente torturados e outras aberrantes imagens. O novo presidente dos EUA sinaliza mais simpatia abertura e diálogo com presidentes que costumam proferir discursos antiimperialistas. Na Cúpula das Américas, Obama conversou com Chávez e Evo, em relação a Cuba, liberou viagens e envio de dinheiro a parentes... Qual o significado e quais os limites dessa postura? A mudança não é da postura. Foram as circunstâncias históricas que mudaram. Ao longo das últimas três décadas, os Estados Unidos sofreram acentuado enfraquecimento econômico, moral e político. Sua hegemonia na América Latina desvaneceu-se em conseqüência, entre outros fatores, do fracasso das ditaduras militares e do insucesso das políticas neoliberais, implementadas por governos democráticos, de conformidade com o Consenso de Washington. Foi este processo - e não o crescimento das forças de esquerda - que possibilitou o surgimento de governos como o de Hugo Chávez, na Venezuela, Evo Morales, na Bolívia, do ex-guerrilheiro Daniel Ortega, na Nicarágua, e de Mauricio Funes, da Frente de Libertação Nacional Faribundo Martí, em El Salvador. O presidente Obama busca ajustar a política exterior dos Estados Unidos à nova realidade. O Brasil e todos os demais países da região, inclusive os que estão sob governos conservadores, demonstraram, de maneira inequívoca, que não aceitam a continuidade do estado de beligerância que os Estados Unidos mantém contra Cuba, submetendo-a a um embargo cruel, injusto e inútil, desde 1962, há quase meio século. Mas é difícil prever os limites da mudança na política de Obama vis-à-vis de Cuba e da América Latina, em geral. Como o cientista americano Brady Tyson certa vez observou, a “instabilidade e imaturidade” da opinião pública nos EstadosUnidos, ou seja, “seu potencial de histeria”, em determinadas situações, e a “paranóia do Pentágono” podem determinar um retrocesso.

Qual está sendo e qual deve ser a política dos EUA para a América Latina?

Quais os interesses de Obama no continente?

Quanto aos interesses do presidente Obama, creio que podem ser condensados no desejo de evitar que o anti-americanismo continue a recrudescer, como ocorreu, sobretudo, no governo de George W. Bush, e prejudique cada vez mais os interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos na região.

Recentemente o presidente Obama sinalizou uma aproximação com o Brasil e o presidente Lula. A partir disso, o que se pode concluir?

Os gestos de Barack Obama vis-à-vis do Brasil e do presidente Lula não implicaram mudança na atitude dos Estados Unidos. O presidente George W. Bush manteve bom entendimento com Lula não obstante haver este feito freqüentes críticas à política exterior dos Estados Unidos, como no caso da guerra contra o Iraque, e manifestado fortes divergências, em vários aspectos, inclusive frustrando a formação da ALCA. O Brasil tem seus próprios interesses nacionais, muitas vezes contraditórios ou mesmo antagônicos aos interesses dos Estados Unidos e sua maior importância internacional está na razão direta da independência e autonomia de sua política exterior. E, conforme escreveu a revista Newsweek, Luiz Inácio Lula da Silva é presidente de “uma superpotência astuta como nenhum outro gigante emergente", que, de forma não-declarada, se contrapõe à influência dos Estados Unidos, mas sem o radicalismo da Venezuela e que expressa suas “ambições internacionais sem agitar um sabre", mas enviando "diplomatas e advogados para as zonas quentes ao invés de frotas de navios ou tanques",quando há algum conflito na região. *Essa é uma entrevista exclusiva do site Caros Amigos, na próxima edição da revista, Tatiana Merlino escreve mais sobre o governo Obama. 

Em breve nas bancas e também disponível na versão digital através da assinatura digital Caros Amigos.


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Postado por Jussara Seixas no POR UM NOVO BRASIL em 6/22/2009 05:56:00 PM

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sábado, junho 20, 2009

quinta-feira, junho 18, 2009

“revoluções do capitalismo”



Os Pré-Cogs estão chegando! Caiu o diploma!

Os Pré-Cogs estão chegando!

Fim da exigência do Diploma de jornalista abre novas formas de lutas pós mídias digitais (Ivana Bentes para Carta Capital)

Finalmente caiu o diploma de jornalista! Em votação histórica no Supremo Tribunal Federal.

O fim da exigência do diploma para se exercer o jornalismo no Brasil (como em tantos paises do mundo inteiro) abre uma série de novas questões e debates sobre o campo da Comunicação pós-midias digitais, bem mais interessantes que o velho muro das lamentações corporativas. Agora, será necessário constituir novos “direitos” para jornalistas e não-jornalistas, free-lancers, blogueiros e midialivristas terão que inventar novas formas de lutas, comuns.

O fim do diploma tira da “invisibilidade” a nova força do capitalismo cognitivo, as centenas e milhares de jovens free-lancers, autônomos, midialivristas, inclusive formados em outras habilitações de Comunicação, que eram impedidos por lei de fazer jornalismo e exercer a profissão e que, ao lado de qualquer jovem formado em Comunicação, constituem hoje os novos produtores simbólicos, a nova força de trabalho “vivo”.

Vamos finalmente sair do piloto automático dos argumentos prontos “de defesa do diploma” que sempre escamotearam alguns pontos decisivos:

1. O fim da exigência de diploma para trabalhar em jornalismo não significa o fim do Ensino Superior em Jornalismo, nem o fim dos Cursos de Comunicação que nunca foram tão valorizados. Outros cursos, extremamente bem sucedidos e disputados no campo da Comunicação (como Publicidade) não tem exigência de diploma para exercer a profissão e são um sucesso com enorme demanda. A qualidade dos cursos e da formação sempre teve a ver diretamente com projetos pedagógicos desengessados, com consistência acadêmica, professores de formação múltipla e aberta, diversidade subjetiva e não com “especificidade” ou exigência corporativa de diploma.

2. As empresas de jornalismo e comunicação são as primeiros a contratarem os jornalistas com formação superior. NA UFRJ, por exemplo, os estudantes de Comunicação e Jornalismo são “caçados” pelas empresas que dão preferência aos formados, com nível superior em Comunicação, por que mudariam?

3. Esse papo de “quem é contra o diploma faz o jogo do patrões”, é uma velha ladainha, repetida no piloto automático da frases feitas. Raciocínio que é bem mais conservador e retrógrado que o próprio discurso das empresas/mercado que precisa empregar quem tem formação de qualidade. Que precisa de profissionais qualificados,capazes de entender os novos ambientes pós-digitais, capazes de fazer redes e de inovar em diferentes campos.

4. Os jornais já burlam a exigência de diploma pagando os MAIORES salários da Redação aos não-jornalistas, cronistas, articulistas, editorialistas, muitos SEM diploma (a exigência de diploma nunca alterou esse quadro!). As Universidades não precisam formar os “peões” diplomados, mas jovens capazes de exercer sua autonomia, liberdade e singularidade, dentro e fora das corporações, não profissionais “para o mercado”, mas capazes de “criar” novos mercados, jornalismo público, pós-corporações.

5. Nada justificava a “excepcionalidade” do diploma para os jornalistas que criou uma “reserva de mercado” para um pequeno grupo e que diminuía a empregabilidade de jovens formados em cinema, rádio e TV, audiovisual, publicidade, produção editorial, etc. proibidos pelo diploma de exercer…..jornalismo.

Até agora, nenhuma entidade corporativa defendeu nem pensou em uma SEGURIDADE NOVA para os free-lancers, os precários, os que não tem e nunca terão carteira assinada. É hora das associações, federações, sindicatos mudarem o discurso do século XIX e entrarem no século XXI buscando uma nova forma de SEGURIDADE PARA OS PRECÁRIOS, OS NÃO DIPLOMADOS, OS MIDIALIVRISTAS, o fim do diploma aponta para essas novas lutas.

O raciocínio corporativo constituiu até hoje uma espécie de “vanguarda da retaguarda”, discurso, fabril, estanque, de defesa da “carteira assinada” e “postos de trabalho “, quando no capitalismo cognitivo, no capitalismo dos fluxos e da informação o que interessa é qualificar não para “postos” ou especialidades (o operário substituível, o salário mais baixo da redação!), mas para CAMPOS DO CONHECIMENTO, para a produção de conhecimento de forma autônoma e livre, não o assujeitamento do assalariado, paradigma do capitalismo fordista.

A idéia de que para ter “direitos” é preciso se ‘assujeitar” a uma relação de patrão/empregado, de “assalariamento”, é uma idéia francamente conservadora!

O precariado cognitivo, os jovens precários das economias criativas estão reinventando as relações de trabalho, os desafios são enormes, a economia pós-Google não é a Globo fordista, não vamos combater as novas assimetrias e desigualdades com discursos e instrumentos da revolução industrial.

Devemos lutar não por cartórios do século XIX, mas pelos novos movimentos sociais de organização e defesa do precariado, lutar pela AUTONOMIA fora das corporações, para novas formas de organização e seguridade do trabalhador livre do PATRÃO E DA CORPORAÇÃO.

A General Motors nos EUA e as fábricas fordistas não vão falir sozinhas, levarão juntos o capitalismo fabril, patronal, corporativo e o arsenal conceitual, os discursos, que não conseguem mais dar conta, nem explicar, as mudanças.

Acabou o diploma de Jornalismo, mas o diploma/formação de Comunicação nunca foi tão importante! Vamos agora pensar o jornalismo público, o jornalismo do comum! E, antes que eu me esqueça: isso não tem nada a ver com “neoliberalismo”, vamos parar de repetir duas ou três frases clichês!

Existem hoje “revoluções do capitalismo” (titulo do belo livro de Mauricio Lazaratto, inspirado em Antonio Negri e Gilles Deleuze).

Não é a toa que a garotada prefere ir para as Lan Houses ao invés de entrarem para as corporações.

A Comunicação e o jornalismo são importantes demais para serem “exclusivas” de um grupo de “profissionais”. A Comunicação e o jornalismo hoje são um “direito” de todos, que será exercido por qualquer brasileiro, com ou sem diploma.

O capitalismo cognitivo está constituindo um novo processo de acumulação globalizado, que tem como base o conhecimento, as redes sociais, a comunicação, o “trabalho vivo” (Negri. Lazaratto. Cocco), existem, claro, novas formas de exploração e assujeitamento, mas também novas formas de luta!

Adeus ao proletariado fabril, diplomado ou não, viva o precariado cognitivo, os Pré-Cogs que estão chegando e são a base da comunicação, base das tecnologias da informação, base da economia do conhecimento, que alimenta a inovação e as novas lutas.

Viva a formação superior em Comunicação, em Jornalismo, viva as Escola Livres de Jornalismo e as novas dinâmicas mundanas de ensino/aprendizado e trabalho “vivo”.

Ivana Bentes é professora e diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, é formada em Comunicação com habilitação em jornalismo, especialização em Filosofia, autodidata em audiovisual e estuda novas mídas on-line. Twitter @ivanabentes

http://www.trezentos.blog.br/?p=1839
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Lula e a greve dos jornalistas: "mania de status"

publicada terça, 31/03/2009 às 13:44 e atualizado quarta, 01/04/2009 às 19:52 | Comentários 8 Comentários

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo acaba de publicar  material precioso: um 

encarte especial sobre os  30 anos da greve dos jornalistas de São Paulo.  Foi a última greve da categoria.

Rubens Marujo, reponsável pela edição, fez um trabalho primoroso: ouviu jornalistas, sindicalistas, donos de jornais.Gente que foi pra porta de jornal fazer piquete, como Ricardo Kotscho. Gente que permaneceu nas redações, e ajudou a produzir os jornais mesmo durante a greve, como Boris Casoy.

Marujo colheu depoimentos de quem considera ter sido a greve de 79 "um desastre", como Alberto Dines (hoje, responsável pelo Observatório da Imprensa). Dines acha que a greve serviu apenas para unir o patronato (que criou naquele momento a ANJ - Associação Nacional de Jornais), e não trouxe benefícios para a categoria.

Juca Kfouri, na época um dos mais ativos no movimento grevista, diz que a greve foi uma "aventura". Apesar de não se arrepender da participação no movimento, acha que o melhor era "não ter feito aquela greve".

Os jornais não deixaram de circular durante a greve, que teve como consequência dezenas de demissõs. Porgramas de TV não deixaram de ir ao ar.

Alguns avaliam que os patrões - ao manter as publicações mesmo com mais da metade da categoria parada - perceberam que as redações estavam inchadas. Partiram para cortes sucessivos, reduzindo os quadros após a greve.Claro que, em muitos casos, as demissões foram retaliação pura e simples.

                         

                     Lula, há 30 anos:"jornalista tem de começar a se sentir como um trabalhador"

O encarte sobre a histórica greve traz também declarações de Lula sobre os jornalistas. O hoje presidente da República era sindicalista no ABC, e em 1979 compareceu a assembléias dos jornalistas pouco antes da greve.

Veja o que Lula (que hoje diz evitar os jornais pra não sentir  "azia") pensava sobre a categoria há 30 anos:

"Jornalista tem de perder a mania de status, tem de começar a se sentir como um trabalhador".

"(...) esse pessoal devia ter consciência do seu papel como jornalista. Se vale a pena ganhar 4 mil, se o salário deveria valer 15, 20 mil. Se vale a pena trabalhar por amor. Isto pra mim é uma bestialidade. Por mais burro que seja um metalúrgico, ele nunca continua trabalhando se encerra o expediente dele (...) e o jornalista por amor trabalha das oito da manhã até meia-noite".

"Será que não há consciência que o dono do Estadão, o dono da Folha, está ganhando aí quatro salárias nas costas dele, que é um só? Então, onde está a consciência que  jornalista deveria ter?."

Tudo isso a que Lula se referiu há 30 anos é hoje ainda mais forte. Jornalista não se vê como trabalhador. Muitos acham que esse negócio de reinvindicar é coisa de peão. Eu diria até que, nas últimas décadas essa tendência se acentuou. Ser jornalista virou um símbolo de "status" ainda mais forte do que há 30 anos.         

                                           

      "A Montanha dos Sete Abutres": jornalista pensa que é celebridade

O estudante entra na faculdade com essa idéia na cabeça. Depois, o sujeito encara salário baixo nas redações, condições adversas de trabalho. Mas, o velho modelo segue forte: "não vou brigar, isso não é coisa pra gente como eu".

Os mais antigos, parece, têm mais consciência. Vejam o que diz  o Juarez Soares, jornalista esportivo conhecido, que podia se acomodar na condição de "estrela". Ao comentar (no encarte do sindicato) os trinta anos da greve de 79, da qual participou ativamente, Juarez afirma: "jornalista é um tipo metido a intelectual, e intelectual nã faz greve. Quem faz greve e peão. Ainda em tempo: já agora, com muito mais experiência, estou à disposição. Podem contar comigo pra próxima greve".

Em 2006, quando entrei em choque com a direção da TV Globo, por causa da cobertura das eleições, os chefes de Redação queriam que nós, jornalistas, assinássemos um abaixo-assinado defendendo a cobertura da Globo, que fora atacada em reportagem da revista "CartaCapital". Eu e outros colegas nos recusamos a assinar. Fomos minoria ínfima!

Quando saí da TV, alguns dias depois, escrevi uma carta aos colegas, em que  tratava de vários pontos. Era uma carta interna que, contra minha vontade, circulou pela internet e tornou-se pública. Nela, eu explicava porque me parecia absurdo defender a posição da empresa num abaixo-asinado: 

"Respeito os colegas que assinaram. Alguns assinaram por medo, outros por convicção. Mas, o fato é que foi um abaixo-assinado em defesa da Globo, apresentado por chefes!

Pensem bem. Imaginem a seguinte hipótese: a revista “Quatro Rodas” dá matéria falando mal da suspensão de um carro da Volkswagen, acusando a empresa de deliberadamente não tomar conhecimento dos problemas. Aí, como resposta, os diretores da Volks têm a brilhante idéia de pedir aos metalúrgicos pra assinar um manifesto em defesa da empresa! O que vocês acham? Os metalúrgicos mandariam a direção da fábrica catar coquinho em Berlim!

Aqui, na Globo, muitos preferiram assinar. Por isso, talvez, tenhamos um metalúrgico na Presidência da República, enquanto os jornalistas ficaram falando sozinhos nessa eleição…"

Como diria o Lula, há 30 anos, fazer abaixo-assinado pra defender o patrão é uma "bestialidade".  Mas, há muitabgente que age e pensa como se fosse sócia dos Marinho, dos Frias...

Com diz um bom amigo que também saiu da Globo depois das eleições de 2006: "vendo só minha força de trabalho; eles acham que podem comprar meu cérebro, mas esse custa mais caro".

http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/lula-e-a-greve-dos-jornalistas-mania-de-status

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quarta-feira, junho 17, 2009

CADÊ O PPS???


Mas o Lula não ia sequestrar a poupança?
 




















LUIZ ANTONIO MAGALHÃES
 
 
Está na manchete da Folha Online na manhã desta quarta-feira:
 
Depósitos triplicam, mesmo com alteração na poupança

Captação da caderneta nos primeiros sete dias úteis de junho foi de R$ 2 bi, relata a Folha. Governo mudou regras da poupança para evitar fuga de fundos de investimento.
 
É claro que existe uma explicação lógica para o fenômeno, em função da queda da taxa básica de juros, mas não deixa de ser engraçado: a oposição, PPS à frente, esperneou, gritou, enfim, fez um escarcéu danado em torno do tal "sequestro" que Lula, tal como Fernando Collor, faria na poupança popular. Pois o povão não só entendeu que era mentira como botou ainda mais dinheiro neste tipo de aplicação, reforçando a confiança que tem no atual presidente. O que os Jungmanns da vida não entendem é que Lula, quando fala, é olho no olho com o povaréu. Esta relação de confiança os tipinhos como o ex-ministro da Reforma Agrária (??) de Fernando Henrique jamais vai conseguir estabelecer.
 
Este blog agora fica imaginando o mico que será para Jungmann, durante a campanha eleitoral, explicar as bobagens ditas por ele sobre a cadernetas de poupança no programa eleitoral do PPS. Alguém precisa avisar ao Roberto Freire, presidente nacional da sigla, que mentira de perna curta.

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terça-feira, junho 16, 2009

Só na internet...




LULA É OVACIONADO DE PÉ NA OIT, PIG NA INTERNET "NÃO SABE"

Atualizado em 16 de junho de 2009 às 11:11 | Publicado em 15 de junho de 2009 às 23:52

São 23h40. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta segunda-feira sua visita a Genebra, na Suíça. Discursou e arrancou aplausos em dois braços da ONU - o Conselho de Direitos Humanos e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Na capa dos portais dos três principais jornais do país, Globo, Folha e Estadão, NADA, NADA, NADA.

Em compensação, no portal da BBC Brasil a viagem de Lula é manchete; às 21h44 era citado quatro vezes na capa.

Primeiro, Lula foi aplaudido no Conselho de Direitos Humanos da ONU.  “Eu tenho notado que em algumas campanhas políticas o maior instrumento da direita é dizer que vai diminuir a imigração para garantir o emprego no seu país", afirmou o presidente em notícia publicada na BBC Brasil. "Não podemos permitir que a direita em cada país utilize o imigrante como se ele fosse um mal da nação ocupando o lugar de uma pessoa do próprio país. Nós não podemos permitir que essa visão ideológica tenha lugar no mundo do trabalho. Essa é uma luta muito difícil. Muitas vezes os próprios trabalhadores culpam os imigrantes. Então não é uma luta fácil, mas é uma luta que somente o movimento sindical pode assumir e defender com unhas e dentes."

Depois, ao discursar na plenária da OIT, Lula foi aplaudido seis vezes - e ovacionado de pé ao final de sua participação - ao criticar duramente o modelo econômico pregado pelo neoliberalismo e defender um Estado forte capaz de amparar os cidadãos em um momento de crise econômica.

"Primeiro teve o Consenso de Washington e depois o neoliberalismo, que disse que o Estado tinha de ser o mínimo possível, porque o mercado resolvia qualquer problema. Mas no meio da crise, a quem é que os bancos americanos, os bancos alemães recorreram? Ao Estado. Porque somente o Estado tinha garantia e credibilidade de fazer aquilo que o mercado não conseguia fazer", disse Lula, arrancando aplausos da plateia.

Para ler a notícia na íntegra, vá ao site da BBC

http://www.viomundo.com.br/denuncias/lula-e-ovacionado-de-pe-na-oit-pig-na-internet-nao-sabe/

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