terça-feira, outubro 31, 2006
Em que democracia do mundo se veria isso ?
LULA E OS MENINOS DA GLOBO
Paulo Henrique Amorim
Petista que gosta de musica clássica – Você precisava ver o que eu andei ouvindo lá dentro... o que eles falam dos meninos...
PHA – Que meninos ?
Petista que gosta de musica clássica – Os filhos do Roberto Marinho.
PHA – E o que eles falam ?
Petista que gosta de musica clássica – Que dessa vez vai ser diferente. O Lula está uma fera.
PHA – Que nada. O Lula não bate na Globo.
Petista que gosta de musica clássica – Dessa vez, não sei, não.
PHA – Vamos ver.
Petista que gosta de musica clássica – Eles sempre acharam que podiam fazer o que bem entendessem, que, na hora “agá”, todo mundo tinha que ir lá beijar a mão deles.
E lá fomos nós, ontem, sábado 28, eu e o petista que gosta de musica clássica assistir ao deslumbrante concerto de música policoral com o coro da Osesp sob a regência (divina) de Naomi Munakata.
(Na minha modestíssima opinião, a Sala São Paulo e a Osesp são as melhores obras do Governo Mário Covas. O perigo é Fernando Henrique Cardoso, agora presidente do Conselho da Fundação Osesp, se “apropriar” dela.)
Pano rápido.
Como disse o professor Wanderley Guilherme dos Santos, em nenhuma outra democracia séria do mundo a imprensa tem a importância que tem no Brasil.
A imprensa, aqui, diz o professor Wanderley, tem o poder de gerar crises.
Acrescento eu, ao professor Wanderley: em nenhuma democracia séria do mundo existe uma rede de televisão com o poder da Globo – que levou a eleição para o segundo turno.
Desde que acabaram os anos militares, o único presidente – que eu saiba – que esboçou enfrentar a Globo foi Fernando Collor, que sonhou em transformar a rede regional dos Martinez, no Paraná, numa rede nacional.
Caiu antes.
O sonho dos Sirotsky, da RBS, no Rio Grande do Sul, nascia com um teto baixo: não podiam sair da zona geográfica demarcada pela Globo, para não perder a novela das 8.
Se vencer, o Governo Lula tem a obrigação de enfrentar o problema da mídia – e da Globo.
Não é um problema do Presidente Lula. Não é uma questão pessoal, entre ele e “os meninos”.
É uma questão institucional.
A democracia brasileira será sempre uma democracia mitigada enquanto a mídia tiver esse poder de gerar crises e a Globo, o de intervir no processo eleitoral.
Não se pode esperar muito de uma eventual auto-crítica; ou de uma epifania, em que os donos das empresas jornalísticas e seus funcionários vejam a luz: que imprensa é essa que se faz, no Brasil ?
Fui votar hoje de manhã e antes de entrar na escola em que ficava minha seção, uma banca de jornal atravancava o caminho, com a manchete do jornal O Estado de S. Paulo: “Lula chega ao 2º. turno (grande novidade !!!) com 21 milhões de votos à frente”.
Ao lado, a manchete da Folha de S. Paulo, igualmente gorda e larga: “Pesquisa indica vitória de Lula para presidente hoje” (hoje ???).
Em que democracia do mundo se veria isso ?
A ultima vez em que, nos Estados Unidos, um jornal de grande circulação deu uma manchete dessas foi quando disse que Dewey ia ser eleito. Venceu Truman.
A imprensa brasileira é o que é.
Com essa imprensa, o Governo Lula – se ele for reeleito, como dizem o Estadão e a Folha – terá que encontrar mecanismos novos para fazer a democracia funcionar melhor.
Uma idéia seria desenvolver a comunicação através da internet. (Clique aqui para ler o artigo “Como governar quando TODA a imprensa é contra”).
Outra possibilidade que se abre é com a convergência digital e o re-nascimento da indústria da tevê por assinatura no Brasil, depois da entrada das empresas de telefonia (clique aqui para ler sobre a compra da TVA da Abril pela Telefônica).
Como sabe, até agora, a tevê por assinatura no Brasil não foi para a frente (a Abril nunca entrou nesse jogo), porque não interessava à Globo criar uma alternativa à Rede Globo, a da tevê comercial, aberta.
A Globo entrou na tevê por assinatura para impedir que a tevê por assinatura prosperasse. (Só no Brasil ...)
Está na agenda da Ministra Dilma Rousseff (se de fato as pesquisas se confirmarem) re-institucionalizar a industria da comunicação no Brasil.
A legislação brasileira é um saco de gatos, exatamente porque é o que melhor serviu à Globo até agora.
Vamos ver se, dessa vez, o Presidente Lula tem uma conversinha com “os meninos”.
Se as pesquisas se confirmarem ...
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/397001-397500/397488/397488_1.html
>>>
domingo, outubro 29, 2006
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
A esperança renovada
Ajudar a transformar as esperanças do nosso povo em realidade foi o que me levou a abraçar a vida política e a nela persistir. O mesmo impulso de promover o país que éramos ao país desenvolvido que vamos ser me deu a energia necessária para honrar o mandato delegado pela nação ao longo destes 46 meses de governo, iniciado em janeiro de 2003. Não ignoro as dificuldades que a luta pelo desenvolvimento ainda impõe à vida de milhões de cidadãos e cidadãs, em especial aos mais humildes. Mas chego ao final do mandato presidencial com a firme convicção de que materializamos uma parte significativa da esperança do povo na vida do nosso país. Uma esperança, felizmente, sempre renovada. Tenho orgulho da oportunidade de conduzir esse processo ao lado da grande maioria da sociedade brasileira. Desde esse mirante das experiências acumuladas e das conquistas alcançadas, enxergo com otimismo as imensas possibilidades reunidas no passo seguinte da nossa história. Com humildade, porém com firmeza, e, sobretudo, com o apoio encorajador e a confiança depositada em nosso trabalho, digo que valeu a pena assumir essa missão. Hoje, mais que ontem, estou certo de que o Brasil pode, sabe e tem condições de avançar cada vez mais no caminho da prosperidade com justiça social. Quando assumimos a Presidência da República, o apelo da urgência social era inadiável. Impunha-se a tarefa imediata de regenerar os fundamentos que distinguem um povo de uma comunidade com destino incerto. Os compromissos compartilhados que sustentam a convivência solidária e democrática estavam esgarçados no acesso aos mais elementares direitos humanos. Havia fome em milhões de lares, incerteza na produção e desalento na alma do povo. Demos as principais respostas requeridas pelo imperativo da hora. Simultaneamente, vencemos a vulnerabilidade externa com uma ação comercial e diplomática que rapidamente reverteu o flanco de uma inserção internacional equivocada, substituindo-a por um ciclo robusto de exportações, que crescem acima da média mundial. Passamos às reformas prementes, restituindo previsibilidade ao horizonte econômico das empresas e das famílias após tantos anos de incerteza para planejar o futuro. Lutamos a justa batalha. Somos humildes para reconhecer os erros registrados no caminho. Todavia eles não abalaram, ao contrário, reforçaram nossa convicção de que a democracia e a transparência do Estado de Direito são requisitos sempre indissociáveis à superação dos conflitos do desenvolvimento. Temos orgulho da semeadura feita. Os frutos da colheita se encontram hoje ao alcance das mãos e das mesas de milhões de brasileiros. Vivemos o melhor ambiente macroeconômico das últimas décadas. O Brasil chega ao final de 2006 como o país menos desigual dos últimos 25 anos. 7 milhões de cidadãos venceram a linha da pobreza. O poder de compra do salário mínimo aumentou 26%, em termos reais, desde 2003. Na esfera dos preços, nas contas externas, na regeneração orçamentária, na liquidez das empresas ou na trajetória declinante dos juros, fincamos pilares sólidos para avançar sem risco de regredir. Estamos enfrentando com êxito o desafio de distribuir renda sem renunciar ao equilíbrio macroeconômico. Hoje temos uma sociedade menos pobre. E uma economia mais estável. Estamos prontos para ingressar numa nova etapa de crescimento acelerado. A opção que fizemos está estampada tanto na vida das pessoas como nas estatísticas -está nos campos e nas cidades de todo o país. Consolidei nestes quatro anos de mandato uma convicção de vida. Não existe panacéia técnica que possa guiar o desenvolvimento de uma nação. Um povo não pode terceirizar as opções cruciais de sua história. Tampouco dissimular em uma agenda administrativa aquilo que é prerrogativa da condução política e da superação democrática de divergências e conflitos. Nenhum governo melhora o desenvolvimento à margem da sociedade. O Brasil precisa reforçar a principal ponte erguida nos últimos anos entre nossas esperanças, sempre renovadas, e o passo seguinte da nossa história. Ou seja, respaldar e impulsionar a articulação de forças políticas que acumulou um patrimônio inédito de estabilidade, confiança e entendimento indispensáveis para fazer do desenvolvimento a grande obra da maturidade democrática da sociedade brasileira no século 21. É o que peço aos 125 milhões de eleitores e eleitoras que vão decidir hoje o futuro do Brasil nos próximos anos.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA , presidente da República, é candidato à reeleição pelo PT.
>>>
sábado, outubro 28, 2006
MEU VOTO É LULA
LULA E ROSEANA NO COMÍCIO DE TIMON:
o recado do presidente foi claro, "quem votar em mim, por favor vote em Roseana".
Destaco aqui a carta de José Antônio Barros Heluy. O único dirigente petista do PT do Maranhão que teve a coragem e a lucidez de apoiar abertamente o voto em Roseana Sarney.
É também a minha posição por todas as razões já relacionadas por José Antônio.
Jackson e o seu PDT fazem oposição ao governo LULA desde o primeiro minuto, pior, estão aliados ao projeto conservador e entreguista do PSDB/PFL, do mesmo jeito que o PPS de Roberto Freire, funcionam como um partido de aluguel para ataques covardes e criminosos contra o PT e LULA.
JACKSON É O PSDB/PFL NO MARANHÃO, sua opção sempre foi clara o suficiente para quem quiser ver.
Parabéns José Antônio, conte com a gente.
Adauto Melo
grupobeatrice@oi.com.br
www.grupobeatrice.blogspot.com
>>>
27/10/2006
Petista com Roseana
José Antônio Barros Heluy, dirigente petista maranhense, filho da deputada Helena Barros Heluy (que participou do recente comício de Lula em Timon), declarou apoio a Roseana no horário eleitoral gratuito. Atacado por outros petistas (a maioria do diretório regional apóia Jackson), responde com a seguinte carta aberta:
“Na vida, a todo instante, estamos diante de encruzilhadas, momentos de decisão, momentos de riscos e momentos com tranqüilidade; enfim, sempre uma dúvida e incerteza. Nunca se pode dizer que as decisões, por mais que pensadas e discutidas, possam ser as mais corretas. O certo é que precisam ser tomadas e o tempo não espera. Cheguei ao momento de uma encruzilhada e manifestei a minha decisão individual, com todos os meus sentimentos e vontade, com a alma livre e a mente tranqüila. Não me corrompi e muito menos traí as minhas concepções, meu partido e nem a ninguém.
“A decisão de apoiar Roseana para governadora guarda inteira coerência com a política nacional do Governo Lula, isto é, buscar alianças com setores que incorporem o programa de mudanças sociais e apóiem o nosso governo no Congresso Nacional. Além disso, a outra candidatura é dirigida pelo PSDB, partido que representa o grande capital, a direita e os interesses das elites financeiras. Tanto é que Jackson recusou-se a declarar voto em Lula, apesar dos apelos do PT maranhense. Considero que a prioridade para políticos progressistas é a situação social do Brasil. A manutenção de um governo popular e democrático interessa diretamente aos maranhenses, sobretudo os mais pobres. Se Roseana apóia Lula e Jackson prefere o PSDB, acredito firmemente que adotei o caminho correto.
“Não ofendi e nem desrespeitei. Somente explicitei meu posicionamento individual, livre, espontâneo e de peito aberto, na forma que rege a democracia, seguindo a orientação e o sentimento do meu companheiro de partido, o presidente Lula, tão claramente publicada em todos os veículos de comunicação.
“Sei que poderei sofrer retaliações, críticas, calúnias, mesmo tendo agido respeitosamente. E esclareço: agi individualmente e com muita coragem. Não dividi a decisão e nem divido as conseqüências com a Deputada Helena Heluy ou com o nosso grupo político.
“Se não se pode ousar, se não se pode dizer em que se acredita, se não se pode decidir livremente, onde, então, estão a Democracia e a tal de Liberdade?
“(Ass.) José Antônio Barros Heluy”
Carta publicada no blog do WR
>>>
quinta-feira, outubro 26, 2006
Justiça Eleitoral proibe notícias sobre o cx2 tucano
>>>
Escrito no site: * Por determinação da Justiça Eleitoral, todas as informações sobre o caso José Carlos de Oliveira correm sob sigilo de Justiça e, portanto, foram retiradas do horaHNews, a pedido do Ministério Público - http://www.horahnews.com.br
>>>
Policiais Federais estouram caixa dois de Osmar e Alckmin no Paraná
A Polícia Federal apreendeu na manhã desta terça-feira, no hotel Siena, em Curitiba, bolos de dinheiro (reais e dólares) e uma arma, pertencente a José Carlos Oliveira, que estaria a serviço da campanha do senador Osmar Dias e Geraldo Alckmin.
A Polícia Federal está entregando neste momento o dinheiro e a arma à Justiça Eleitoral.
O homem da mala José Carlos de Oliveira chegou ao Hotel Siena no domingo à tarde.
Portava uma mala pequena e uma mochila e saiu uma única vez do quarto em que se hospedou, na tarde de segunda-feira.
Oliveira deixou o hotel na manhã desta terça-feira. Neste momento, um funcionário do hotel está depondo na Polícia Federal.
Em segredo
O caso - configurado como crime eleitoral - foi encaminhado para a 177ª Zona Eleitoral, aos cuidados do juiz Rogério Ribas.
Ele decidiu manter segredo de Justiça para evitar o uso eleitoral do caso e só irá se manifestar depois de concluída a investigação.
Dinheiro do pedágio e base PSDBista de São Paulo
Os bolos de dinheiro apreendidos pela Polícia Federal eram em sua maioria de notas de cinco e dez reais. Inicialmente, acreditou-se que se tratava de dinheiro das empresas de ônibus.
Como na diretoria da Associação Brasileira de Concessionários de Rodovias (ABCR) existe um integrante com o mesmo nome do hóspede do hotel, José Carlos Ferreira de Oliveira Filho, as atenções se voltam para os pedágios.
Oliveira pediu para não arrumarem o quarto.
De acordo com informações de um funcionário do hotel Siena, que pede anonimato, José Carlos Oliveira tem entre 30 e 40 anos e nas primeiras horas da manhã desta terça-feira deixou o hotel.
Segundo o funcionário, Oliveira deixou ordens para que a camareira não arrumasse seu quarto, indicando que voltaria em seguida.
Ainda de acordo com as informações, de domingo até hoje pela manhã, José Carlos Oliveira teria feito várias telefonemas para São Paulo, "Ainda não foi possível verificar para onde ligou várias vezes, mas temos informações que seria para dirigentes do PSDB paulista, podendo até ser para um dos coordenadores de campanha de Alckmin" - Nome guardado em segredo por causa das investigações.
Copiado antes da proibição, do site HoraHNews
>>>
Escrito no site: * Por determinação da Justiça Eleitoral, todas as informações sobre o caso José Carlos de Oliveira correm sob sigilo de Justiça e, portanto, foram retiradas do horaHNews, a pedido do Ministério Público - http://www.horahnews.com.br
>>>
Policiais Federais estouram caixa dois de Osmar e Alckmin no Paraná
A Polícia Federal apreendeu na manhã desta terça-feira, no hotel Siena, em Curitiba, bolos de dinheiro (reais e dólares) e uma arma, pertencente a José Carlos Oliveira, que estaria a serviço da campanha do senador Osmar Dias e Geraldo Alckmin.
A Polícia Federal está entregando neste momento o dinheiro e a arma à Justiça Eleitoral.
O homem da mala José Carlos de Oliveira chegou ao Hotel Siena no domingo à tarde.
Portava uma mala pequena e uma mochila e saiu uma única vez do quarto em que se hospedou, na tarde de segunda-feira.
Oliveira deixou o hotel na manhã desta terça-feira. Neste momento, um funcionário do hotel está depondo na Polícia Federal.
Em segredo
O caso - configurado como crime eleitoral - foi encaminhado para a 177ª Zona Eleitoral, aos cuidados do juiz Rogério Ribas.
Ele decidiu manter segredo de Justiça para evitar o uso eleitoral do caso e só irá se manifestar depois de concluída a investigação.
Dinheiro do pedágio e base PSDBista de São Paulo
Os bolos de dinheiro apreendidos pela Polícia Federal eram em sua maioria de notas de cinco e dez reais. Inicialmente, acreditou-se que se tratava de dinheiro das empresas de ônibus.
Como na diretoria da Associação Brasileira de Concessionários de Rodovias (ABCR) existe um integrante com o mesmo nome do hóspede do hotel, José Carlos Ferreira de Oliveira Filho, as atenções se voltam para os pedágios.
Oliveira pediu para não arrumarem o quarto.
De acordo com informações de um funcionário do hotel Siena, que pede anonimato, José Carlos Oliveira tem entre 30 e 40 anos e nas primeiras horas da manhã desta terça-feira deixou o hotel.
Segundo o funcionário, Oliveira deixou ordens para que a camareira não arrumasse seu quarto, indicando que voltaria em seguida.
Ainda de acordo com as informações, de domingo até hoje pela manhã, José Carlos Oliveira teria feito várias telefonemas para São Paulo, "Ainda não foi possível verificar para onde ligou várias vezes, mas temos informações que seria para dirigentes do PSDB paulista, podendo até ser para um dos coordenadores de campanha de Alckmin" - Nome guardado em segredo por causa das investigações.
Copiado antes da proibição, do site HoraHNews
>>>
quarta-feira, outubro 25, 2006
MIDIATRIX REVELATIONS
Vocês têm que ver isso... Neo encontra Bonner e Homer na Matrix!
É sensacional!!
link para o vídeo no youtube.
http://www.youtube.com/watch?v=Sv55JusfEC8
Anti Vírus
>>> Mesmo com todas as ameaças de tumulto feitas na véspera (através de uma edição extra) pelo jornal pequeno, o jornal do PSDB no Maranhão, o comício de Timon foi lindo e impressionante. Uma demonstração cabal do carisma e da liderança política do presidente LULA... am
Comício de Lula em Timon-MA , 24/10 (Foto: R. Stuckert)
Em pauta
"Choque de gestão" causa déficit e paralisia
Lula perguntou, Alckmin negaceou.
Mas deu na Folha de S.Paulo: o governo paulista reduziu em até 80% os investimentos em projetos de infra-estrutura e paralisou várias obras.
A matéria revela os efeitos do "choque de gestão" que o candidato tucano queria implantar no país.
Segundo a reportagem, "algumas das principais obras e projetos de infra-estrutura de transporte de São Paulo tiveram seu ritmo reduzido drasticamente ou foram até paralisadas pelo governo de Cláudio Lembro (PFL), que conta os dias para terminar o seu mandato... Os atrasos ou as interrupções dos investimentos... foram intensificados nos últimos meses e envolvem de rodovias do interior à expansão da rede sobre trilho da Grande São Paulo, do Rodoanel ao recapeamento das marginais Pinheiros e Tietê".
Ainda de acordo com o texto, "na metade do ano, Lembo enviou ofício a todos os secretários vetando novos investimentos e determinando 'redobrada atenção' e 'rigorosa austeridade nos gastos públicos'... Das obras em curso de recuperação ou ampliação de estradas, a Folha apurou que a redução do ritmo em diversos casos é de 80%".
Cadê o "gerente eficiente"?
Durante muito tempo, além de proteger a figura do ex-governador Geraldo Alckmin, grande parte da mídia difundiu a o mito de que ele seria um exemplo de "administrador competente" e de "gerente eficiente".
Os fatos negam esta pretensa qualidade:
1. Caos na segurança
As três recentes ondas de violência urbana no Estado, que causaram a morte de quase 200 pessoas e a destruição de inúmeros bens públicos e privados.
2. Abandono da educação
A educação pública sofreu brutal regressão. O ensino médio hoje atende 25% da demanda de jovens entre 15 e 19 anos; de 1999 a 2005, as matrículas baixaram de 1.720.174 para 1.636.526; a taxa de reprovação pulou de 3,6% para 15,6%; e a evasão escolar já atinge a marca recorde de 7% ao ano.
Como forma de maquiar este desastre, o governo inventou a "progressão continuada", espécie de aprovação automática. Devido a esta maquiagem, há casos de estudantes analfabetos frequentando a quarta série.
O analfabetismo atinge 6,6% da população e há mais cinco milhões de analfabetos funcionais (18% dos paulistas acima de 15 anos).
3. Mercantilização da saúde
O PSDB entregou vários hospitais públicos à iniciativa privada, sob a camuflagem das tais Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Elas administram os hospitais através dos contratos de terceirização, sem licitação ou controle do Tribunal de Contas.
Atualmente, já são 18 hospitais, três ambulatórios de especialidades e um centro de referência para idosos entregues para a iniciativa privada.
Além disso, o governo Alckmin cortou 170 mil cargos funcionais na área da saúde entre 1994 e 2006.
4. Pedágios caríssimos
Estudo do Ipea revelou que, entre 1995 e 2005, as tarifas cobradas nos pedágios paulistas subiram em até 716%.
O governo Alckmin privatizou as melhores estradas - com pistas duplas, canteiros centrais e situadas nas regiões mais ricas - e deixou as piores com o Estado.
As 12 concessionárias presenteadas pelo PSDB exploram apenas 3,5 mil quilômetros (16% da malha rodoviária), que constituem o filé mignon do setor.
Após a privatização, o número de pedágios disparou.
Em 1995, havia 11 pedágios; hoje, são 153 - sendo que apenas 14 estão sob controle estatal.
Na Rodovia dos Imigrantes, que tem apenas 58,5 quilômetros ligando capital ao litoral e possui um movimento anual superior a 30 milhões de veículos, a concessionária Ecovias cobra R$ 14,80 por automóvel.
5. Privatizações danosas
Desde a criação do Programa Estadual de Desestatização (PED), em julho de 1996, setores estratégicos da economia paulista foram "vendidos" a monopólios privados por preços irrisórios.
Sob a batuta de Geraldo Alckmin, presidente do PED, foram privatizadas entre outras a Eletropaulo, CPFL, Elektro, Cesp, Comgás, Ceagesp.
A alienação deste patrimônio rendeu R$ 35,6 bilhões.
Fepasa e Banespa foram federalizados antes de serem privatizados.
Os danos à economia foram brutais.
No caso do Banespa, ele possuía ativos de R$ 29 bilhões e patrimônio de R$ 11 bilhões. Mas foi "vendido" ao Santander por apenas R$ 7,05 bilhões.
6. Estado endividado
Todo este processo de desmonte foi feito sob o pretexto de que era preciso dar um choque de gestão para sanar a dívida pública.
Mas a situação financeira do Estado só piorou.
Os R$ 35 bilhões obtidos nas privatizações serviram para pagar juros. A dívida publica pulou de R$ 34 bilhões no início do governo tucano, em janeiro de 1995, para R$ 123 bilhões em março passado.
7. Apagão na energia
O desmonte do Estado teve efeitos devastadores na infra-estrutura, em especial no setor de energia.
Numa primeira fase, o governo fatiou as três estatais existentes, Eletropaulo, Cesp e CPFL, em onze empresas de geração, distribuição e transmissão de energia.
Na segunda, promoveu o leilão das empresas fragilizadas.
Essa política resultou nos famosos apagões entre junho de 2001 e fevereiro de 2002.
Os governos tucanos destruíram o sistema de energia construído desde os anos 50 e que havia alavancado a industrialização.
"Moeda podre", como o Certificado de Ativos, foi usada nos leilões.
Com a privatização, piorou a qualidade dos serviços.
No caso da CPFL, antes do leilão ela possuía 200 postos de atendimento no Estado; três anos depois, em 2000, eram apenas 30.
Notas
Tucanos tentaram até mudar o nome da Petrobras
Alckmin se esforça para negar, como fez no debate desta segunda-feira na Record, mas a Petrobras só escapou da privatização tucana por causa da intensa mobilização da sociedade civil, durante o governo FHC.
Um dos episódios mais nebulosos desta tentativa de crime de lesa-pátria foi a jogada milionária montada pelos tucanos-pefelistas para mudar o nome comercial da Petrobras para Petrobrax. Era o início formal do processo de privataria do maior patrimônio público brasileiro.
A mudança do nome, que custaria mais de R$ 50 milhões, foi anunciada no final de 2000 e abortada logo em seguida, diante dos intensos protestos da sociedade civil.
Mesmo assim, foram pagos R$ 2,7 milhões para a agência de publicidade encarregada de fazer os estudos de implantação da nova marca. A natureza real destes gastos nunca foi explicada.
O então presidente da Petrobras, Henri-Philippe Reichstul, justificou a mudança do nome: "Queremos acabar com a imagem de empresa-dinossauro". Imagem de ineficiência que havia sido criada por eles.
A terceirização de setores vitais da empresa, a falta de contratações e de reqüalificação dos funcionários e os cortes em investimentos ameaçaram perigosamente a capacidade técnica da Petrobras durante a gestão tucana.
Assim que assumiu o governo, ainda no início de 1995, o tucanato já havia criado as pré-condições jurídicas para privatizar a Petrobras, com o envio ao Congresso do emendão que permitiu a queda do monopólio estatal do petróleo.
Estatal pode ser eficiente e lucrativa
O Governo Lula transformou a Petrobras em uma das empresas mais eficientes e lucrativas do País.
O processo de privatização foi estancado e a Petrobras realizou algumas das maiores conquistas de toda a sua história.
O volume de investimentos da empresa superou a casa dos R$ 68 bilhões e bateu todos os recordes históricos. O Brasil conseguiu finalmente a auto-suficiência em petróleo. E hoje investe pesado também em energias alternativas como o biodiesel.
O governo Lula mostrou que a Petrobras é uma empresa altamente eficiente, administrável pelo poder público, rentável e capaz de produzir recursos, empregos e tecnologia.
"Estou com Lula e não abro"
Celso Antonio Bandeira de Mello*
"O verdadeiro confronto (entre Lula e Alckmin) é, na verdade, simplesmente, o confronto entre duas concepções político administrativas. A imprensa, baseada nas pesquisas, anota que uma das candidaturas conta com maior apoio entre os mais instruídos. Se, na ultima hora, estes quiserem guiar-se pela racionalidade, como seria natural, haveriam de perguntar-se pelos resultados obtidos na condução do País pela ação de uma e de outra linha política. Basta cotejar os sucessivos governos."
"No último ano do governo neoliberal (de FHC), a inflação foi de 12,3%. No mês de agosto de 2006 reduziu-se a 3,84%. As reservas internacionais eram de US$ 37,8 bilhões; agora, em setembro deste ano, atingiram US$ 73.4 bilhões. A dívida com o FMI era de US$ 14,7 bilhões e com o Clube de Paris de US$ 5 bilhões. Hoje é de 0 dólar em ambos os casos; o risco-país caiu dos 1.529 pontos, no governo FHC, para 222 em 31 de agosto de 2.006."
"Em três anos, as exportações passaram de 60 para 120 bilhões e o saldo comercial, antes negativo em mais de US$ 8 bilhões, passou a mais de US$ 100 bilhões positivos. O salário mínimo que equivalia a 55 dólares passou a corresponder a 152 dólares, o que explica os dados sociais favoráveis que foram divulgados pela imprensa. O desemprego, de 12,2% caiu para 9,6%. Foram gerados mais de 4 milhões de empregos com carteira assinada, com média anual de 1,14 milhão contra 700 mil no governo anterior, ou seja, média anual de 87.500 . Entre 2002 e 2004, os 20% mais pobres da população tiveram um aumento de renda de 33% : cerca de 10% ao ano."
"Estes são alguns dados que podem ser colhidos entre um número imenso de indicadores representativos de acentuada melhoria tanto na esfera econômica quanto na social. Uma comparação fria entre ambos os períodos é altamente vantajosa para este último. Eis porque, com o devido respeito pelos que pensam de maneira diversa, creio poder dizer, apoiado em razões sólidas e despojado de preconceitos: estou com Lula e não abro."(*) Celso Antonio Bandeira de Mello é titular e livre-docente em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Agenda
25/10
Lançamento do Programa de Direitos Humanos, em SP
25/10
Último comício de Lula será em SP, às 19h
25/10
Cadernos do Programa de Governo serão lançados nesta quarta, em SP
Leia também
» Lula faz 61 anos na sexta, mas quer presente no domingo [+] Leia mais
» Programa mostra vitória de Lula no debate [+] Leia mais
» Blairo Maggi diz que Lula é melhor para o agronegócio [+] Leia mais
Antívirus é um boletim publicado sob responsabilidade da coordenação de internet da campanha Lula. Coord. geral: Marco Aurélio Garcia. Coord. de internet: Valter Pomar.
>>>
Comício de Lula em Timon-MA , 24/10 (Foto: R. Stuckert)
Em pauta
"Choque de gestão" causa déficit e paralisia
Lula perguntou, Alckmin negaceou.
Mas deu na Folha de S.Paulo: o governo paulista reduziu em até 80% os investimentos em projetos de infra-estrutura e paralisou várias obras.
A matéria revela os efeitos do "choque de gestão" que o candidato tucano queria implantar no país.
Segundo a reportagem, "algumas das principais obras e projetos de infra-estrutura de transporte de São Paulo tiveram seu ritmo reduzido drasticamente ou foram até paralisadas pelo governo de Cláudio Lembro (PFL), que conta os dias para terminar o seu mandato... Os atrasos ou as interrupções dos investimentos... foram intensificados nos últimos meses e envolvem de rodovias do interior à expansão da rede sobre trilho da Grande São Paulo, do Rodoanel ao recapeamento das marginais Pinheiros e Tietê".
Ainda de acordo com o texto, "na metade do ano, Lembo enviou ofício a todos os secretários vetando novos investimentos e determinando 'redobrada atenção' e 'rigorosa austeridade nos gastos públicos'... Das obras em curso de recuperação ou ampliação de estradas, a Folha apurou que a redução do ritmo em diversos casos é de 80%".
Cadê o "gerente eficiente"?
Durante muito tempo, além de proteger a figura do ex-governador Geraldo Alckmin, grande parte da mídia difundiu a o mito de que ele seria um exemplo de "administrador competente" e de "gerente eficiente".
Os fatos negam esta pretensa qualidade:
1. Caos na segurança
As três recentes ondas de violência urbana no Estado, que causaram a morte de quase 200 pessoas e a destruição de inúmeros bens públicos e privados.
2. Abandono da educação
A educação pública sofreu brutal regressão. O ensino médio hoje atende 25% da demanda de jovens entre 15 e 19 anos; de 1999 a 2005, as matrículas baixaram de 1.720.174 para 1.636.526; a taxa de reprovação pulou de 3,6% para 15,6%; e a evasão escolar já atinge a marca recorde de 7% ao ano.
Como forma de maquiar este desastre, o governo inventou a "progressão continuada", espécie de aprovação automática. Devido a esta maquiagem, há casos de estudantes analfabetos frequentando a quarta série.
O analfabetismo atinge 6,6% da população e há mais cinco milhões de analfabetos funcionais (18% dos paulistas acima de 15 anos).
3. Mercantilização da saúde
O PSDB entregou vários hospitais públicos à iniciativa privada, sob a camuflagem das tais Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Elas administram os hospitais através dos contratos de terceirização, sem licitação ou controle do Tribunal de Contas.
Atualmente, já são 18 hospitais, três ambulatórios de especialidades e um centro de referência para idosos entregues para a iniciativa privada.
Além disso, o governo Alckmin cortou 170 mil cargos funcionais na área da saúde entre 1994 e 2006.
4. Pedágios caríssimos
Estudo do Ipea revelou que, entre 1995 e 2005, as tarifas cobradas nos pedágios paulistas subiram em até 716%.
O governo Alckmin privatizou as melhores estradas - com pistas duplas, canteiros centrais e situadas nas regiões mais ricas - e deixou as piores com o Estado.
As 12 concessionárias presenteadas pelo PSDB exploram apenas 3,5 mil quilômetros (16% da malha rodoviária), que constituem o filé mignon do setor.
Após a privatização, o número de pedágios disparou.
Em 1995, havia 11 pedágios; hoje, são 153 - sendo que apenas 14 estão sob controle estatal.
Na Rodovia dos Imigrantes, que tem apenas 58,5 quilômetros ligando capital ao litoral e possui um movimento anual superior a 30 milhões de veículos, a concessionária Ecovias cobra R$ 14,80 por automóvel.
5. Privatizações danosas
Desde a criação do Programa Estadual de Desestatização (PED), em julho de 1996, setores estratégicos da economia paulista foram "vendidos" a monopólios privados por preços irrisórios.
Sob a batuta de Geraldo Alckmin, presidente do PED, foram privatizadas entre outras a Eletropaulo, CPFL, Elektro, Cesp, Comgás, Ceagesp.
A alienação deste patrimônio rendeu R$ 35,6 bilhões.
Fepasa e Banespa foram federalizados antes de serem privatizados.
Os danos à economia foram brutais.
No caso do Banespa, ele possuía ativos de R$ 29 bilhões e patrimônio de R$ 11 bilhões. Mas foi "vendido" ao Santander por apenas R$ 7,05 bilhões.
6. Estado endividado
Todo este processo de desmonte foi feito sob o pretexto de que era preciso dar um choque de gestão para sanar a dívida pública.
Mas a situação financeira do Estado só piorou.
Os R$ 35 bilhões obtidos nas privatizações serviram para pagar juros. A dívida publica pulou de R$ 34 bilhões no início do governo tucano, em janeiro de 1995, para R$ 123 bilhões em março passado.
7. Apagão na energia
O desmonte do Estado teve efeitos devastadores na infra-estrutura, em especial no setor de energia.
Numa primeira fase, o governo fatiou as três estatais existentes, Eletropaulo, Cesp e CPFL, em onze empresas de geração, distribuição e transmissão de energia.
Na segunda, promoveu o leilão das empresas fragilizadas.
Essa política resultou nos famosos apagões entre junho de 2001 e fevereiro de 2002.
Os governos tucanos destruíram o sistema de energia construído desde os anos 50 e que havia alavancado a industrialização.
"Moeda podre", como o Certificado de Ativos, foi usada nos leilões.
Com a privatização, piorou a qualidade dos serviços.
No caso da CPFL, antes do leilão ela possuía 200 postos de atendimento no Estado; três anos depois, em 2000, eram apenas 30.
Notas
Tucanos tentaram até mudar o nome da Petrobras
Alckmin se esforça para negar, como fez no debate desta segunda-feira na Record, mas a Petrobras só escapou da privatização tucana por causa da intensa mobilização da sociedade civil, durante o governo FHC.
Um dos episódios mais nebulosos desta tentativa de crime de lesa-pátria foi a jogada milionária montada pelos tucanos-pefelistas para mudar o nome comercial da Petrobras para Petrobrax. Era o início formal do processo de privataria do maior patrimônio público brasileiro.
A mudança do nome, que custaria mais de R$ 50 milhões, foi anunciada no final de 2000 e abortada logo em seguida, diante dos intensos protestos da sociedade civil.
Mesmo assim, foram pagos R$ 2,7 milhões para a agência de publicidade encarregada de fazer os estudos de implantação da nova marca. A natureza real destes gastos nunca foi explicada.
O então presidente da Petrobras, Henri-Philippe Reichstul, justificou a mudança do nome: "Queremos acabar com a imagem de empresa-dinossauro". Imagem de ineficiência que havia sido criada por eles.
A terceirização de setores vitais da empresa, a falta de contratações e de reqüalificação dos funcionários e os cortes em investimentos ameaçaram perigosamente a capacidade técnica da Petrobras durante a gestão tucana.
Assim que assumiu o governo, ainda no início de 1995, o tucanato já havia criado as pré-condições jurídicas para privatizar a Petrobras, com o envio ao Congresso do emendão que permitiu a queda do monopólio estatal do petróleo.
Estatal pode ser eficiente e lucrativa
O Governo Lula transformou a Petrobras em uma das empresas mais eficientes e lucrativas do País.
O processo de privatização foi estancado e a Petrobras realizou algumas das maiores conquistas de toda a sua história.
O volume de investimentos da empresa superou a casa dos R$ 68 bilhões e bateu todos os recordes históricos. O Brasil conseguiu finalmente a auto-suficiência em petróleo. E hoje investe pesado também em energias alternativas como o biodiesel.
O governo Lula mostrou que a Petrobras é uma empresa altamente eficiente, administrável pelo poder público, rentável e capaz de produzir recursos, empregos e tecnologia.
"Estou com Lula e não abro"
Celso Antonio Bandeira de Mello*
"O verdadeiro confronto (entre Lula e Alckmin) é, na verdade, simplesmente, o confronto entre duas concepções político administrativas. A imprensa, baseada nas pesquisas, anota que uma das candidaturas conta com maior apoio entre os mais instruídos. Se, na ultima hora, estes quiserem guiar-se pela racionalidade, como seria natural, haveriam de perguntar-se pelos resultados obtidos na condução do País pela ação de uma e de outra linha política. Basta cotejar os sucessivos governos."
"No último ano do governo neoliberal (de FHC), a inflação foi de 12,3%. No mês de agosto de 2006 reduziu-se a 3,84%. As reservas internacionais eram de US$ 37,8 bilhões; agora, em setembro deste ano, atingiram US$ 73.4 bilhões. A dívida com o FMI era de US$ 14,7 bilhões e com o Clube de Paris de US$ 5 bilhões. Hoje é de 0 dólar em ambos os casos; o risco-país caiu dos 1.529 pontos, no governo FHC, para 222 em 31 de agosto de 2.006."
"Em três anos, as exportações passaram de 60 para 120 bilhões e o saldo comercial, antes negativo em mais de US$ 8 bilhões, passou a mais de US$ 100 bilhões positivos. O salário mínimo que equivalia a 55 dólares passou a corresponder a 152 dólares, o que explica os dados sociais favoráveis que foram divulgados pela imprensa. O desemprego, de 12,2% caiu para 9,6%. Foram gerados mais de 4 milhões de empregos com carteira assinada, com média anual de 1,14 milhão contra 700 mil no governo anterior, ou seja, média anual de 87.500 . Entre 2002 e 2004, os 20% mais pobres da população tiveram um aumento de renda de 33% : cerca de 10% ao ano."
"Estes são alguns dados que podem ser colhidos entre um número imenso de indicadores representativos de acentuada melhoria tanto na esfera econômica quanto na social. Uma comparação fria entre ambos os períodos é altamente vantajosa para este último. Eis porque, com o devido respeito pelos que pensam de maneira diversa, creio poder dizer, apoiado em razões sólidas e despojado de preconceitos: estou com Lula e não abro."(*) Celso Antonio Bandeira de Mello é titular e livre-docente em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Agenda
25/10
Lançamento do Programa de Direitos Humanos, em SP
25/10
Último comício de Lula será em SP, às 19h
25/10
Cadernos do Programa de Governo serão lançados nesta quarta, em SP
Leia também
» Lula faz 61 anos na sexta, mas quer presente no domingo [+] Leia mais
» Programa mostra vitória de Lula no debate [+] Leia mais
» Blairo Maggi diz que Lula é melhor para o agronegócio [+] Leia mais
Antívirus é um boletim publicado sob responsabilidade da coordenação de internet da campanha Lula. Coord. geral: Marco Aurélio Garcia. Coord. de internet: Valter Pomar.
>>>
segunda-feira, outubro 23, 2006
E nem o lambaio dele...
>>>
FHC nunca mais!
Emir Sader
O povo brasileiro já definiu uma decisão inapelável: FHC NUNCA MAIS!
Depois de se tornar ministro da economia e colocar em prática no Brasil a versão tupiniquim do plano de estabilização do FMI e ser eleito presidente com a promessa do fim da inflação e, com ela, da felicidade de todos. Terminado o "imposto aos pobres", viriam o crescimento econômico, com a chegada de investimentos, a modernização do país e a distribuição de renda.
Seria virada "a página de getulhismo" - significando com isto, a capacidade reguladora do Estado, o patrimônio das empresas estatais, os empregos com carteira de trabalho, a política redistributiva através dos salários, a extensão do mercado interno de consumo popular, o desenvolvimento econômico junto à extensão dos direitos sociais - enfim, o papel indutor do crescimento e dos direitos sociais.
Com FHC o Brasil substituiu definitivamente o objetivo do crescimento econômico pelo da estabilidade monetária - como prescrevia o FMI e Malan e FHC acatavam. Como resultado, o discurso de que o Estado "gasta muito e gasta mal" desembocou na multiplicação por 11 do déficit público, com a inflação sendo transferida para esse déficit, deixando o Estado em situação falimentar. Nos seus dois mandatos - lembremos que FHC comprou votos para mudar a Constituição durante seu mandato para conseguir a reeleição, tal qual fizeram Menem e Fujimori
, FHC quebrou o país três vezes, tendo que apelar nas três ao FMI. Na terceira delas, os juros foram elevados a 49% (sic).
FHC terminou seu mandato rejeitado pelo povo brasileiro. Seu candidato foi derrotado e ele passou a ser o eventual candidato à presidência com o maior grau de rejeição. Saiu do governo com a inflação controlada, mas com o patrimônio público dilapidado - no maior caso de corrupção da história brasileira, o caso das privatizações, que nem sequer foi objeto de CPI do Congresso -, com as finanças públicas arrasadas, com a economia estagnada e fragilizada. Saiu como o presidente que tinha governado para os ricos, como o presidente dos ricos.
Desde o luxuoso conjunto financiado pelo grande empresariado paulista, onde instalou sua fundação - caricatura da caricatura da que tem Bill Clinton -, FHC passou a fazer ouvir a voz do grande capital brasileiro - na verdade, paulista, da Avenida Paulista -, multiplicado pelo rancor da derrota de 2002, do sucesso internacional da política exterior de Lula. Não se conteve no seu papel de ex-presidente e passou a intervir na política cotidiana. Não se deu conta que o tempo tinha passado, que sua imagem tinha se degradado, acreditou que ainda podia contar com o aureola de intelectual que pontifica sobre tudo.
Está reduzido a um velho político derrotado - junto a ACM, a Tasso Jereissati, a Bornhausen -, que fizeram parte da base fundamental de apoio de seus desastrados 8 anos de governo. Oito anos desastrados para o Brasil, no pior governo que o país já teve.
No entanto ninguém acredita que FHC se retire para a sua privacidade. O que faria ai? Seu narcisismo não esperou para publicar suas "memórias" - de auto-exaltação e desprezo pela realidade. O que faria agora? Sua vaidade, a nostalgia de quando aparecia no jornal para dizer qualquer bobagem e tinha espaço, o impulsiona a um futuro perigoso. Sua imagem vai se degradar cada vez mais. A situação de tucanos que não se atrevem a defender seu governo na campanha eleitoral prenuncia o que espera FHC daqui pra frente.
O povo já deu seu veredicto. Cada vez que FHC falava, a adesão a Lula aumentava. (A ponto de se cogitar a entrega de alguns minutos no programa de Lula a FHC, como reconhecimento e alavanca para aumentar ainda mais a vantagem de Lula.) FHC nunca mais. Nunca mais um intelectual que pretende ditar sua verdade ao povo do alto da sua suposta sabedoria, enganando, mentindo, difundindo falsidades (como "A globalização é o novo Renascimento da humanidade" ou "Há 12 milhões de brasileiros inimpregáveis", entre tantas outras).
FHC nunca mais, nunca mais ricos governando em nome dos ricos, com falsas promessas para os pobres. Nunca mais um governo vassalo dos EUA. Nunca mais um governo que criminaliza os movimento sociais. Nunca mais um governo que desmantela o patrimônio público pela privatização de empresas estatais. Nunca mais um governo que dissemina a educação privada em detrimento da educação pública, que promove a mercantilização da cultura. Nunca mais FHC. Nunca mais tucanos-pefelistas. Nunca mais governos que concentram ainda mais a renda no Brasil, que vendem a Amazônia para ser vigiada pelas raposas do Império.
FHC NUNCA MAIS!
>>>
FHC nunca mais!
Emir Sader
O povo brasileiro já definiu uma decisão inapelável: FHC NUNCA MAIS!
Depois de se tornar ministro da economia e colocar em prática no Brasil a versão tupiniquim do plano de estabilização do FMI e ser eleito presidente com a promessa do fim da inflação e, com ela, da felicidade de todos. Terminado o "imposto aos pobres", viriam o crescimento econômico, com a chegada de investimentos, a modernização do país e a distribuição de renda.
Seria virada "a página de getulhismo" - significando com isto, a capacidade reguladora do Estado, o patrimônio das empresas estatais, os empregos com carteira de trabalho, a política redistributiva através dos salários, a extensão do mercado interno de consumo popular, o desenvolvimento econômico junto à extensão dos direitos sociais - enfim, o papel indutor do crescimento e dos direitos sociais.
Com FHC o Brasil substituiu definitivamente o objetivo do crescimento econômico pelo da estabilidade monetária - como prescrevia o FMI e Malan e FHC acatavam. Como resultado, o discurso de que o Estado "gasta muito e gasta mal" desembocou na multiplicação por 11 do déficit público, com a inflação sendo transferida para esse déficit, deixando o Estado em situação falimentar. Nos seus dois mandatos - lembremos que FHC comprou votos para mudar a Constituição durante seu mandato para conseguir a reeleição, tal qual fizeram Menem e Fujimori
, FHC quebrou o país três vezes, tendo que apelar nas três ao FMI. Na terceira delas, os juros foram elevados a 49% (sic).
FHC terminou seu mandato rejeitado pelo povo brasileiro. Seu candidato foi derrotado e ele passou a ser o eventual candidato à presidência com o maior grau de rejeição. Saiu do governo com a inflação controlada, mas com o patrimônio público dilapidado - no maior caso de corrupção da história brasileira, o caso das privatizações, que nem sequer foi objeto de CPI do Congresso -, com as finanças públicas arrasadas, com a economia estagnada e fragilizada. Saiu como o presidente que tinha governado para os ricos, como o presidente dos ricos.
Desde o luxuoso conjunto financiado pelo grande empresariado paulista, onde instalou sua fundação - caricatura da caricatura da que tem Bill Clinton -, FHC passou a fazer ouvir a voz do grande capital brasileiro - na verdade, paulista, da Avenida Paulista -, multiplicado pelo rancor da derrota de 2002, do sucesso internacional da política exterior de Lula. Não se conteve no seu papel de ex-presidente e passou a intervir na política cotidiana. Não se deu conta que o tempo tinha passado, que sua imagem tinha se degradado, acreditou que ainda podia contar com o aureola de intelectual que pontifica sobre tudo.
Está reduzido a um velho político derrotado - junto a ACM, a Tasso Jereissati, a Bornhausen -, que fizeram parte da base fundamental de apoio de seus desastrados 8 anos de governo. Oito anos desastrados para o Brasil, no pior governo que o país já teve.
No entanto ninguém acredita que FHC se retire para a sua privacidade. O que faria ai? Seu narcisismo não esperou para publicar suas "memórias" - de auto-exaltação e desprezo pela realidade. O que faria agora? Sua vaidade, a nostalgia de quando aparecia no jornal para dizer qualquer bobagem e tinha espaço, o impulsiona a um futuro perigoso. Sua imagem vai se degradar cada vez mais. A situação de tucanos que não se atrevem a defender seu governo na campanha eleitoral prenuncia o que espera FHC daqui pra frente.
O povo já deu seu veredicto. Cada vez que FHC falava, a adesão a Lula aumentava. (A ponto de se cogitar a entrega de alguns minutos no programa de Lula a FHC, como reconhecimento e alavanca para aumentar ainda mais a vantagem de Lula.) FHC nunca mais. Nunca mais um intelectual que pretende ditar sua verdade ao povo do alto da sua suposta sabedoria, enganando, mentindo, difundindo falsidades (como "A globalização é o novo Renascimento da humanidade" ou "Há 12 milhões de brasileiros inimpregáveis", entre tantas outras).
FHC nunca mais, nunca mais ricos governando em nome dos ricos, com falsas promessas para os pobres. Nunca mais um governo vassalo dos EUA. Nunca mais um governo que criminaliza os movimento sociais. Nunca mais um governo que desmantela o patrimônio público pela privatização de empresas estatais. Nunca mais um governo que dissemina a educação privada em detrimento da educação pública, que promove a mercantilização da cultura. Nunca mais FHC. Nunca mais tucanos-pefelistas. Nunca mais governos que concentram ainda mais a renda no Brasil, que vendem a Amazônia para ser vigiada pelas raposas do Império.
FHC NUNCA MAIS!
>>>
Não seja tão subserviente. O patrão não te pede tanto.
>>>
Kamel é chamado de Ratzinger, por ser o guardião da doutrina da fé na Globo
KAMEL NÃO É EVANDRO
Paulo Henrique Amorim
O que o Jornal Nacional fez na edição na véspera do 1º. Turno – quando ignorou a queda do avião da Gol e se concentrou em dar noticias contra o Presidente Lula – foi mais do que o tradicional "padrão Globo" de qualidade: um jornalismo parcial, militante, anti-trabalhista.
O que vem de longe.
A/O Globo ajudou a derrubar Vargas.
Tentou derrubar JK (mini-série, como se sabe, não é documento histórico).
Ajudou a derrubar Jango.
Foi o porta-voz dos "anos militares" (*).
Lutou contra Brizola.
Sempre foi contra Lula.
Quando Roberto Marinho mandava, era proibido ter "sobe som" do Lula, durante as campanhas presidenciais. Se Lula falasse swahili, o publico não saberia. Fora das campanhas, Lula só aparecia em situações que o prejudicasse.
A edição do Jornal Nacional da véspera da eleição foi uma intervenção no processo político muito mais profunda do que a edição do Jornal Nacional na véspera do segundo turno, que elegeu Collor.
A mídia – com a Globo à frente – levou a eleição para o segundo turno, é o que demonstra, com números, Marcos Coimbra, do Vox Populi, na edição da Carta Capital que está nas bancas.
E na entrevista que me concedeu, aqui, no IG: clique aqui para ler.
O que o Jornal Nacional fez na véspera do primeiro turno é outra coisa: é da categoria do "ódio", da "vingança".
É mais do que jornalismo militante, parcial.
E isso é obra de Ali Kamel, Diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo (sic).
O cargo de manda-chuva no jornalismo da Globo é provavelmente mais importante, no Brasil de nossos dias, do que o de Ministro da Justiça.
O Brasil já teve ministros da Justiça que eram coordenadores políticos de relevo. Tancredo Neves, de Vargas. Petrônio Portella, de Figueiredo. Fernando Lyra, de Tancredo.
O Ministro da Justiça de hoje faz política de forma ocasional. Por exemplo, quando foi jantar na casa do Senador Heráclito Fortes, em Brasilia, com o empresário Daniel Dantas, depois de a revista Veja publicar que o Presidente da Republica e o chefe da Policia Federal tinham contas secretas no exterior, de acordo com informação, segundo a Veja, de Daniel Dantas.
O manda-chuva do jornalismo da Globo é tão poderoso que pode mandar uma eleição para o segundo turno.
Tanto que na Globo, segundo a revista Carta Capital, chamam Kamel de Ratzinger, o guardião da doutrina da fé.
Nem sempre foi assim.
Evandro Carlos de Andrade também foi o guardião da doutrina da fé do jornal Globo e da tevê Globo.
Mas tinha uma diferença.
Evandro não deixava impressões digitais.
Ele dirigiu o Globo durante um largo período dos "anos militares" (*). E não deixou impressões digitais. (A não ser o próprio jornal que fez).
Na Globo, a mesma coisa. Evandro trabalhava como o Barão Scarpia. Um pelotão de fuzilamento acabava com Cavaradossi, mas Scarpia não precisava subir ao terraço do Castel Sant'Angelo. Até porque Floria Tosca já o tinha esfaqueado.
Kamel deixa impressões digitais.
Numa polêmica publica a respeito da participação da Globo na fraude da Proconsult, que tentou impedir a eleição de Brizola no Rio, em 1982 – polêmica que está na origem de meu livro ("Plim-plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral", que escrevi na companhia da jornalista Maria Helena Passos) -, pude dizer a Kamel:
Não seja tão subserviente. O patrão não te pede tanto.
Nesse episodio do Jornal Nacional na véspera da eleição, Kamel foi, provavelmente, sobre-subserviente.
Foi para o campo do "ódio" e da "vingança", quando um verdadeiro guardião da doutrina da fé, como Evandro, se teria comportado dentro dos limites tradicionais de Globo: parcialidade e anti-trabalhismo.
Kamel foi longe demais.
Vamos imaginar a hipótese de o presidente Lula se reeleger.
Assim como há a Lei da Gravidade, a Lei Geral de Telecomunicações vai ter que mudar. Isso afeta a Globo.
Não faz sentido você chegar lá, pagar R$ 250 mil, comprar uma licença, e colocar no satélite a emissora de tevê que você bem entender. Isso é possível nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Japão? Aqui, é assim que funciona. E isso vai ter que mudar. E isso afeta a Globo.
E a polêmica sobre se as operadores de telefonia podem ou não produzir conteúdo? Isso afeta a Globo.
Assim como muitas outras questões geradas pela convergência, e que terão quer institucionalizadas nos próximas quatro anos – com Lula ou Alckmin.
Interessa à Globo construir a imagem de "ódio" e "vingança", que transparece das capas da revista Veja?
Muitos já disseram que o "ódio" da Veja é uma forma de "vingança" contra uma decisão do Presidente Lula sobre livros didáticos, que, este ano, deu um prejuízo à Editora Abril de R$ 40 milhões ( clique aqui).
Porque o Ministério da Educação resolveu mudar uma pratica que beneficiava a Abril. E decidiu beneficiar editoras menores ( clique aqui).
Até a edição do Jornal Nacional da véspera da do primeiro turno sempre se imaginou que a Globo preferisse um guardião da fé como o Evandro.
Evandro, antes de ir para a Globo, foi um dos melhores jornalistas políticos do país.
Morto Evandro, a Globo substituiu-o por Kamel, cujo obra jornalística está por construir-se – e não no passado.
Ate aqui, a Globo preferia um guardião da doutrina que não quisesse ser mais do que isso: um guardião da doutrina da família Marinho.
Kamel quis ser papa.
Como Ratzinger.
...................................................
(1) A expressão "anos militares" é usada pelo respeitável cientista político Wanderley Guilherme dos Santos. Parece-me mais adequada do que "ditadura militar", que, no Brasil, mudou de significado.
Fonte:http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/396001-396500/396225/396225_1.html
>>>
Kamel é chamado de Ratzinger, por ser o guardião da doutrina da fé na Globo
KAMEL NÃO É EVANDRO
Paulo Henrique Amorim
O que o Jornal Nacional fez na edição na véspera do 1º. Turno – quando ignorou a queda do avião da Gol e se concentrou em dar noticias contra o Presidente Lula – foi mais do que o tradicional "padrão Globo" de qualidade: um jornalismo parcial, militante, anti-trabalhista.
O que vem de longe.
A/O Globo ajudou a derrubar Vargas.
Tentou derrubar JK (mini-série, como se sabe, não é documento histórico).
Ajudou a derrubar Jango.
Foi o porta-voz dos "anos militares" (*).
Lutou contra Brizola.
Sempre foi contra Lula.
Quando Roberto Marinho mandava, era proibido ter "sobe som" do Lula, durante as campanhas presidenciais. Se Lula falasse swahili, o publico não saberia. Fora das campanhas, Lula só aparecia em situações que o prejudicasse.
A edição do Jornal Nacional da véspera da eleição foi uma intervenção no processo político muito mais profunda do que a edição do Jornal Nacional na véspera do segundo turno, que elegeu Collor.
A mídia – com a Globo à frente – levou a eleição para o segundo turno, é o que demonstra, com números, Marcos Coimbra, do Vox Populi, na edição da Carta Capital que está nas bancas.
E na entrevista que me concedeu, aqui, no IG: clique aqui para ler.
O que o Jornal Nacional fez na véspera do primeiro turno é outra coisa: é da categoria do "ódio", da "vingança".
É mais do que jornalismo militante, parcial.
E isso é obra de Ali Kamel, Diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo (sic).
O cargo de manda-chuva no jornalismo da Globo é provavelmente mais importante, no Brasil de nossos dias, do que o de Ministro da Justiça.
O Brasil já teve ministros da Justiça que eram coordenadores políticos de relevo. Tancredo Neves, de Vargas. Petrônio Portella, de Figueiredo. Fernando Lyra, de Tancredo.
O Ministro da Justiça de hoje faz política de forma ocasional. Por exemplo, quando foi jantar na casa do Senador Heráclito Fortes, em Brasilia, com o empresário Daniel Dantas, depois de a revista Veja publicar que o Presidente da Republica e o chefe da Policia Federal tinham contas secretas no exterior, de acordo com informação, segundo a Veja, de Daniel Dantas.
O manda-chuva do jornalismo da Globo é tão poderoso que pode mandar uma eleição para o segundo turno.
Tanto que na Globo, segundo a revista Carta Capital, chamam Kamel de Ratzinger, o guardião da doutrina da fé.
Nem sempre foi assim.
Evandro Carlos de Andrade também foi o guardião da doutrina da fé do jornal Globo e da tevê Globo.
Mas tinha uma diferença.
Evandro não deixava impressões digitais.
Ele dirigiu o Globo durante um largo período dos "anos militares" (*). E não deixou impressões digitais. (A não ser o próprio jornal que fez).
Na Globo, a mesma coisa. Evandro trabalhava como o Barão Scarpia. Um pelotão de fuzilamento acabava com Cavaradossi, mas Scarpia não precisava subir ao terraço do Castel Sant'Angelo. Até porque Floria Tosca já o tinha esfaqueado.
Kamel deixa impressões digitais.
Numa polêmica publica a respeito da participação da Globo na fraude da Proconsult, que tentou impedir a eleição de Brizola no Rio, em 1982 – polêmica que está na origem de meu livro ("Plim-plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral", que escrevi na companhia da jornalista Maria Helena Passos) -, pude dizer a Kamel:
Não seja tão subserviente. O patrão não te pede tanto.
Nesse episodio do Jornal Nacional na véspera da eleição, Kamel foi, provavelmente, sobre-subserviente.
Foi para o campo do "ódio" e da "vingança", quando um verdadeiro guardião da doutrina da fé, como Evandro, se teria comportado dentro dos limites tradicionais de Globo: parcialidade e anti-trabalhismo.
Kamel foi longe demais.
Vamos imaginar a hipótese de o presidente Lula se reeleger.
Assim como há a Lei da Gravidade, a Lei Geral de Telecomunicações vai ter que mudar. Isso afeta a Globo.
Não faz sentido você chegar lá, pagar R$ 250 mil, comprar uma licença, e colocar no satélite a emissora de tevê que você bem entender. Isso é possível nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Japão? Aqui, é assim que funciona. E isso vai ter que mudar. E isso afeta a Globo.
E a polêmica sobre se as operadores de telefonia podem ou não produzir conteúdo? Isso afeta a Globo.
Assim como muitas outras questões geradas pela convergência, e que terão quer institucionalizadas nos próximas quatro anos – com Lula ou Alckmin.
Interessa à Globo construir a imagem de "ódio" e "vingança", que transparece das capas da revista Veja?
Muitos já disseram que o "ódio" da Veja é uma forma de "vingança" contra uma decisão do Presidente Lula sobre livros didáticos, que, este ano, deu um prejuízo à Editora Abril de R$ 40 milhões ( clique aqui).
Porque o Ministério da Educação resolveu mudar uma pratica que beneficiava a Abril. E decidiu beneficiar editoras menores ( clique aqui).
Até a edição do Jornal Nacional da véspera da do primeiro turno sempre se imaginou que a Globo preferisse um guardião da fé como o Evandro.
Evandro, antes de ir para a Globo, foi um dos melhores jornalistas políticos do país.
Morto Evandro, a Globo substituiu-o por Kamel, cujo obra jornalística está por construir-se – e não no passado.
Ate aqui, a Globo preferia um guardião da doutrina que não quisesse ser mais do que isso: um guardião da doutrina da família Marinho.
Kamel quis ser papa.
Como Ratzinger.
...................................................
(1) A expressão "anos militares" é usada pelo respeitável cientista político Wanderley Guilherme dos Santos. Parece-me mais adequada do que "ditadura militar", que, no Brasil, mudou de significado.
Fonte:http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/396001-396500/396225/396225_1.html
>>>
domingo, outubro 22, 2006
Espalha-fezes na Folha de S.Paulo
>>>
Sr. Ombudsman,
Peço-lhe que o senhor repasse a msg abaixo, agora mesmo, por favor, àquela 'socióloga' tucano-pefelista espalha-fezes que escreveu na Folha de S.Paulo, que "a cultura está desgraçada, no Brasil" (MARIA SYLVIA CARVALHO FRANCO, "Língua de trapo", em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1210200606.htm).
Afinal, ela escreveu -- e a Folha de S.Paulo publicou -- que eu-euzinho sou preto e digo muito palavrão e elegi o presidente Lula e vou reelegê-lo e que, por isso, a cultura estaria desgraçada no Brasil. Nunca se leu imbecilidade racista e fascista mais completa, em jornal, no mundo, desde o tempo que a Ku-Kux-Klan tinha jornais, no sul dos EUA.
É preciso, portanto, responder a ela.
Aí está, maravilhosa, emocionante, apaixonante, a resposta histórica que o Brasil já deu, em 2006, contra os 50 anos de militância 'sociológica' aristocratizante, antidemocrática e fascista daquela 'socióloga' e 'filósofa' doida cujo nome não se repete e de toda a 'sociologia' udenista-uspeano-tucano-pefelista.
Viva o Brasil! LULA É MUITOS!
[abaixo, íntegra do discurso do Ministro Gilberto Gil, dia 18/10/2006]
_______________________________________
GILBERTO GIL NO ATO DOS ARTISTAS E INTELECTUAIS no Rio de JaneiroDeclaração de Gilberto Gil, ministro da Cultura, no Canecão em 18/10/2006Caro presidente Lula. Caro senador Sérgio Cabral. Ministros, governadores e parlamentares. Amigos e amigas da cultura do Rio. Colegas do Ministério da Cultura. Boa noite a todos.
Estamos aqui para demonstrar o apoio de quem faz e pensa cultura no Rio ao presidente Lula e a Sérgio Cabral, que eu espero chamar de governador a partir de 29 de outubro.
Estamos aqui sobretudo para demonstrar o nosso apoio a um projeto de desenvolvimento pleno para o Rio e para o Brasil, que tem na cultura um de seus vetores estratégicos.
Quem somos? Vejo no palco e na platéia artistas, pensadores, empresários, gestores, militantes vinculados a todas as áreas da cultura, a todas as formas de expressão.
Vejo integrantes de grupos, empresas e instituições culturais. Vejo famosos e anônimos, jovens e veteranos. Vejo o underground e o mainstream. Vejo o centro e a periferia.
Esta diversidade, que se afirma intensamente neste encontro, é a diversidade do Rio e do Brasil, a diversidade da nossa cultura; a diversidade que Lula e Sérgio Cabral simbolizam.
É, portanto, a diversidade do Rio e do Brasil que se reúne aqui, e que demonstra o seu apoio, nosso apoio, à continuação do governo Lula; e a um governo novo para o Rio.
Foi aqui, nesta casa da música e do teatro, que realizamos, na campanha de 2002, uma reunião análoga. Há, porém, uma diferença significativa entre o encontro de 2002 e este.
Naquela ocasião, tratamos principalmente de planos e sonhos; hoje, podemos tratar de realizações e de resultados. Podemos tratar de uma obra. E de como aprofundá-la.
Hoje, presidente, podemos prestar contas e tratar do futuro de uma gestão que colocou a cultura na linha de frente, que empreendeu uma política abrangente, aberta à inovação.
Os planos e sonhos de 2002 desaguaram num governo de verdade, num Ministério da Cultura real, numa equipe de carne e osso que fez um trabalho devotado e digno.
E se hoje nos dedicamos a pensar como ampliar o trabalho realizado é porque este trabalho foi de fato a materialização possível do que, em 2002, era apenas vontade.
Por isso, presidente Lula, nós podemos voltar ao Canecão, quatro anos depois, e falar, olhando no olho de quem está aqui: este governo honrou os planos e sonhos de 2002.
Nos entregamos de corpo e alma, com um empenho que adversidade alguma foi capaz de frear, e agora temos um trabalho a mostrar, um trabalho que pode e deve prosseguir.
Esta gestão deslocou a agenda tradicional do Ministério da Cultura, abrindo caminho para uma agenda contemporânea e abrangente, marcada pela inovação e pelo diálogo.
Tivemos a coragem de incorporar à agenda tradicional do MinC as questões e desafios que a globalização, as novas tecnologias e a economia pós-industrial nos colocam.
Refiro-me à convergência digital, a um novo conceito de propriedade intelectual, ao trabalho imaterial, à economia da cultura e do lazer e ao protagonismo da sociedade civil.
Também afirmamos o potencial da cultura como fator de inclusão social, de geração de renda e emprego, de constituição de uma cidadania generosa, tolerante e conectada.
No início, pensei que nossa tarefa era semear o novo, sem ter a ambição da colheita. Mas os resultados vieram. Temos uma colheita farta. E novas semeaduras a empreender.
Este governo resgatou o Ministério da Cultura da inoperância, do isolamento e do elitismo em que se achava. O papel do MinC foi revisto, assim como sua estrutura e orçamento.
O MinC ganhou um protagonismo inédito e ampliou o seu campo de atuação, incluindo as questões centrais da cultura na agenda do governo e da sociedade brasileira.
O governo Lula dobrou os recursos orçamentários do MinC e das leis de incentivo, democratizou o acesso e criou novas formas de financiamento, como os Funcines.
Os investimentos em cultural bateram recordes históricos em todas as regiões do país e em todos os segmentos culturais. No Rio, por exemplo, o crescimento foi de 43%.
Hoje temos um ministério que formula e realiza políticas públicas efetivas de estímulo à cultura; e que trata a cultura como um agente do desenvolvimento do Brasil.
Esta agenda baseou-se em três eixos complementares:: Cultura como inclusão social e cidadania; Cultura como economia e fator de geração de renda, emprego e divisas;] Cultura como produção simbólica e expressão de identidade e diversidade.
Nos últimos quatro anos, o MinC conseguiu:
Ampliar o acesso da população à produção e ao consumo de bens culturais;
Ampliar, democratizar e fiscalizar o financiamento público à produção cultural;
Apoiar o intercâmbio cultural e a difusão internacional da cultura brasileira;
Apoiar o fortalecimento das empresas, dos grupos e das instituições culturais;
Revitalizar boa parte do patrimônio histórico e dos museus;
Empreender ações concretas de proteção e promoção da diversidade cultural.
Os avanços conceituais e políticos se expressam no Programa Cultura Viva e nos Pontos de Cultura, que já são mais de 500 em todo o país; no Programa Monumenta, que recuperou o patrimônio de 26 cidades; no Programa Revelando os Brasis, no Programa de Patrimônio Imaterial, no DOCTV, no Programa para as Culturas Populares e Indígenas, no Sistema Nacional de Cultura, no Programa de Circulação Regional de Teatro, no Programa Arte sem Barreiras, na Política de Museus, no Projeto Pixinguinha, nos Programas de Exportação de Cinema, Televisão e Música, no Programa Copa da Cultura, no Ano do Brasil na França, no Programa de Economia da Cultura, nos editais de audiovisual, no Prêmio Adicional de Renda, no CulturaPrev, nos editais de teatro e dança e em tantas outras iniciativas bem-sucedidas que conseguimos não apenas formular, mas realizar no últimos quatro anos.
Também fomos eficazes no plano simbólico, afirmando alguns paradigmas que se legitimaram como referências para o debate cultural no Brasil, como os que cito a seguir:
A cultura não apenas estimula o desenvolvimento, gerando renda, emprego e bem-estar, como o qualifica.Se o desenvolvimento econômico expressa o bem-estar material de uma nação, é o desenvolvimento cultural que define a sua qualidade.
A produção e o acesso à cultura são direitos básicos do cidadão, tão importantes quanto o direito ao voto, à moradia, à alimentação, à saúde e à educação.
A sociedade brasileira deve ser o principal beneficiário das políticas de cultura, e não apenas os artistas e os produtores culturais.
A política pública de cultura deve estar integrada com as demais políticas governamentais.
Falei de economia da cultura e quero enfatizar este ponto. Uma das grandes inovações do MinC foi tratar as atividades culturais também como atividades econômicas.
O vigor, a diversidade e a alta qualidade de nossa produção cultural confirmam a vocação do Brasil para tornar a economia da cultura um dos motores do nosso desenvolvimento.
Atualmente, a cultura já responde por 5% dos empregos formais do país e estima-se que represente 5% do PIB nacional. Mas o potencial a realizar é ainda maior.
Em junho, o MinC incluiu o Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura no Plano Plurianual. Firmamos parcerias com o BNDES, o Ipea, o IBGE e o BID para desenvolver ações de fomento. Faremos em Recife, em fevereiro, a Feira Música Brasil, um grande evento de negócios que vai congregar toda a indústria da música do país.
A economia da cultura integra o que se chama de "Nova Economia", baseada em criação e inovação. Seus produtos têm alto valor agregado. As atividades relacionadas à cultura, ao lazer e à tecnologia não apenas são as que mais crescem, geram emprego e melhor pagam em todo o planeta. São também as que melhor combinam vantagens econômicas e sociais, pois estimulam as pessoas, produzem bem-estar e impactam outros setores.
Por isso, uma das prioridades do próximo governo deve ser o estímulo e a regulação da indústria cultural. Mas é claro que a atuação do MinC vai abranger outras áreas. Eis um pouco do que estamos projetando para o período 2007/2010:
1. Elevar o Orçamento do MinC para 1% do Orçamento da União;2. Ampliar o Programa Cultura Viva, chegando a 1.500 Pontos de Cultura;3. Implantar o Programa de Cultura do Trabalhador (ou Ticket Cultural);4. Desenvolver o Sistema Nacional de Cultura e o Plano Nacional de Cultura;5. Constituir um Sistema Público de Comunicação plural e consistente;6. Ampliar o Programa de Inclusão Digital e o acesso a novas tecnologias;
7. Consolidar o novo Sistema de Financiamento Público da Cultura;
8. Ampliar o Cultura Prev, ou seja, a Previdência dos Trabalhadores da Cultura;
9. Ampliar os programas de exportação e inserção da cultura brasileira no exterior;
10. Rever os marcos legais de direito autoral e de propriedade intelectual;
11. Estabelecer parceria ativa entre o MinC e o MEC;
12. Adequar nossa legislação à Convenção da Diversidade Cultura da Unesco;13. Implantar o Plano Nacional de Livro e Leitura;
14. Promover a capacitação de empreendedores e investir em novos processos e modelos de negócios;15. Implantar os canais públicos de TV Digital;16. Fortalecer o Conselho Nacional de Políticas Culturais e seus Colegiados;
17. Fortalecer os editais voltados à criação, à produção e à circulação de teatro, dança, artes visuais, audiovisual, literatura e cultura popular;18. Fortalecer o Iphan e a Funarte e criar o Instituto de Museus;19. Implantar o Fundo Setorial do Audiovisual;20. Expandir o Programa Monumenta e torná-lo uma ação de caráter permanente.
Posso dizer a vocês que finalmente o poder público começou a compreender a importância da cultura para o desenvolvimento econômico, social e humano do Brasil.
Posso dizer a vocês que finalmente o poder público começou a compreender a importância da cultura para uma inserção soberana do Brasil na globalização.
A globalização, a convergência digital e a economia pós-industrial exigem um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil.
O modelo industrial, baseado no alto consumo de recursos naturais e no baixo aproveitamento do capital humano, chegou ao limite.
O poder público deve tratar as atividades relacionadas à cultura, ao lazer e à tecnologia como prioritárias, investindo em seu fortalecimento e na democratização do acesso.
Por isso, e pelo sem-número de avanços e conquistas em outras áreas, Lula merece o segundo mandato.
No caso do Rio, a presença de Sérgio Cabral aqui sinaliza seu compromisso com a priorização da cultura e com a agenda que procuramos desenvolver no MinC.
Poucos países têm uma cultura tão intensa, diversa e dinâmica quanto o nosso. Poucos países têm um povo tão criativo, perseverante e transformador.
O Rio e o Brasil estão vocacionados para a produção cultural, o turismo, a ciência, o esporte, a moda, o design e as demais atividades que simbolizam a nova era da economia mundial. Nossos governos devem entender e maximizar esta vocação.
Eis, presidente, o que temos a dizer aqui no Canecão, com a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo. Fomos ambiciosos e fizemos a primeira colheita. Mas podemos ir além. Devemos transformar as mudanças em curso no mundo em oportunidades de desenvolvimento.
Nossa cultura é o que legitima o direito de propriedade sobre o território que habitamos. Quem disse isso não fui eu, mas Rodrigo Mello Franco de Andrade, há mais de 50 anos.
E como falou Adam Smith? "A riqueza das nações também é a cultura de seus povos."
Aproveito para agradecer publicamente a sua confiança, assim como a confiança e o apoio de todos os que nos ajudaram e torceram por nós.
Quero também agradecer publicamente a toda a equipe do MinC e a todos os que fizeram parte dela.
Tenho o sentimento do dever cumprido. O MinC foi, na cultura, a cara do governo Lula, este governo que, por sua vez, tem a cara do Brasil e dos brasileiros. Lula é muitos!
Vida longa à capoeira dos mestres Bimba e Pastinha, e de seus discípulos espalhados pelo mundo. Vamos à luta!
GILBERTO GIL
>>>
Sr. Ombudsman,
Peço-lhe que o senhor repasse a msg abaixo, agora mesmo, por favor, àquela 'socióloga' tucano-pefelista espalha-fezes que escreveu na Folha de S.Paulo, que "a cultura está desgraçada, no Brasil" (MARIA SYLVIA CARVALHO FRANCO, "Língua de trapo", em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1210200606.htm).
Afinal, ela escreveu -- e a Folha de S.Paulo publicou -- que eu-euzinho sou preto e digo muito palavrão e elegi o presidente Lula e vou reelegê-lo e que, por isso, a cultura estaria desgraçada no Brasil. Nunca se leu imbecilidade racista e fascista mais completa, em jornal, no mundo, desde o tempo que a Ku-Kux-Klan tinha jornais, no sul dos EUA.
É preciso, portanto, responder a ela.
Aí está, maravilhosa, emocionante, apaixonante, a resposta histórica que o Brasil já deu, em 2006, contra os 50 anos de militância 'sociológica' aristocratizante, antidemocrática e fascista daquela 'socióloga' e 'filósofa' doida cujo nome não se repete e de toda a 'sociologia' udenista-uspeano-tucano-pefelista.
Viva o Brasil! LULA É MUITOS!
[abaixo, íntegra do discurso do Ministro Gilberto Gil, dia 18/10/2006]
_______________________________________
GILBERTO GIL NO ATO DOS ARTISTAS E INTELECTUAIS no Rio de JaneiroDeclaração de Gilberto Gil, ministro da Cultura, no Canecão em 18/10/2006Caro presidente Lula. Caro senador Sérgio Cabral. Ministros, governadores e parlamentares. Amigos e amigas da cultura do Rio. Colegas do Ministério da Cultura. Boa noite a todos.
Estamos aqui para demonstrar o apoio de quem faz e pensa cultura no Rio ao presidente Lula e a Sérgio Cabral, que eu espero chamar de governador a partir de 29 de outubro.
Estamos aqui sobretudo para demonstrar o nosso apoio a um projeto de desenvolvimento pleno para o Rio e para o Brasil, que tem na cultura um de seus vetores estratégicos.
Quem somos? Vejo no palco e na platéia artistas, pensadores, empresários, gestores, militantes vinculados a todas as áreas da cultura, a todas as formas de expressão.
Vejo integrantes de grupos, empresas e instituições culturais. Vejo famosos e anônimos, jovens e veteranos. Vejo o underground e o mainstream. Vejo o centro e a periferia.
Esta diversidade, que se afirma intensamente neste encontro, é a diversidade do Rio e do Brasil, a diversidade da nossa cultura; a diversidade que Lula e Sérgio Cabral simbolizam.
É, portanto, a diversidade do Rio e do Brasil que se reúne aqui, e que demonstra o seu apoio, nosso apoio, à continuação do governo Lula; e a um governo novo para o Rio.
Foi aqui, nesta casa da música e do teatro, que realizamos, na campanha de 2002, uma reunião análoga. Há, porém, uma diferença significativa entre o encontro de 2002 e este.
Naquela ocasião, tratamos principalmente de planos e sonhos; hoje, podemos tratar de realizações e de resultados. Podemos tratar de uma obra. E de como aprofundá-la.
Hoje, presidente, podemos prestar contas e tratar do futuro de uma gestão que colocou a cultura na linha de frente, que empreendeu uma política abrangente, aberta à inovação.
Os planos e sonhos de 2002 desaguaram num governo de verdade, num Ministério da Cultura real, numa equipe de carne e osso que fez um trabalho devotado e digno.
E se hoje nos dedicamos a pensar como ampliar o trabalho realizado é porque este trabalho foi de fato a materialização possível do que, em 2002, era apenas vontade.
Por isso, presidente Lula, nós podemos voltar ao Canecão, quatro anos depois, e falar, olhando no olho de quem está aqui: este governo honrou os planos e sonhos de 2002.
Nos entregamos de corpo e alma, com um empenho que adversidade alguma foi capaz de frear, e agora temos um trabalho a mostrar, um trabalho que pode e deve prosseguir.
Esta gestão deslocou a agenda tradicional do Ministério da Cultura, abrindo caminho para uma agenda contemporânea e abrangente, marcada pela inovação e pelo diálogo.
Tivemos a coragem de incorporar à agenda tradicional do MinC as questões e desafios que a globalização, as novas tecnologias e a economia pós-industrial nos colocam.
Refiro-me à convergência digital, a um novo conceito de propriedade intelectual, ao trabalho imaterial, à economia da cultura e do lazer e ao protagonismo da sociedade civil.
Também afirmamos o potencial da cultura como fator de inclusão social, de geração de renda e emprego, de constituição de uma cidadania generosa, tolerante e conectada.
No início, pensei que nossa tarefa era semear o novo, sem ter a ambição da colheita. Mas os resultados vieram. Temos uma colheita farta. E novas semeaduras a empreender.
Este governo resgatou o Ministério da Cultura da inoperância, do isolamento e do elitismo em que se achava. O papel do MinC foi revisto, assim como sua estrutura e orçamento.
O MinC ganhou um protagonismo inédito e ampliou o seu campo de atuação, incluindo as questões centrais da cultura na agenda do governo e da sociedade brasileira.
O governo Lula dobrou os recursos orçamentários do MinC e das leis de incentivo, democratizou o acesso e criou novas formas de financiamento, como os Funcines.
Os investimentos em cultural bateram recordes históricos em todas as regiões do país e em todos os segmentos culturais. No Rio, por exemplo, o crescimento foi de 43%.
Hoje temos um ministério que formula e realiza políticas públicas efetivas de estímulo à cultura; e que trata a cultura como um agente do desenvolvimento do Brasil.
Esta agenda baseou-se em três eixos complementares:: Cultura como inclusão social e cidadania; Cultura como economia e fator de geração de renda, emprego e divisas;] Cultura como produção simbólica e expressão de identidade e diversidade.
Nos últimos quatro anos, o MinC conseguiu:
Ampliar o acesso da população à produção e ao consumo de bens culturais;
Ampliar, democratizar e fiscalizar o financiamento público à produção cultural;
Apoiar o intercâmbio cultural e a difusão internacional da cultura brasileira;
Apoiar o fortalecimento das empresas, dos grupos e das instituições culturais;
Revitalizar boa parte do patrimônio histórico e dos museus;
Empreender ações concretas de proteção e promoção da diversidade cultural.
Os avanços conceituais e políticos se expressam no Programa Cultura Viva e nos Pontos de Cultura, que já são mais de 500 em todo o país; no Programa Monumenta, que recuperou o patrimônio de 26 cidades; no Programa Revelando os Brasis, no Programa de Patrimônio Imaterial, no DOCTV, no Programa para as Culturas Populares e Indígenas, no Sistema Nacional de Cultura, no Programa de Circulação Regional de Teatro, no Programa Arte sem Barreiras, na Política de Museus, no Projeto Pixinguinha, nos Programas de Exportação de Cinema, Televisão e Música, no Programa Copa da Cultura, no Ano do Brasil na França, no Programa de Economia da Cultura, nos editais de audiovisual, no Prêmio Adicional de Renda, no CulturaPrev, nos editais de teatro e dança e em tantas outras iniciativas bem-sucedidas que conseguimos não apenas formular, mas realizar no últimos quatro anos.
Também fomos eficazes no plano simbólico, afirmando alguns paradigmas que se legitimaram como referências para o debate cultural no Brasil, como os que cito a seguir:
A cultura não apenas estimula o desenvolvimento, gerando renda, emprego e bem-estar, como o qualifica.Se o desenvolvimento econômico expressa o bem-estar material de uma nação, é o desenvolvimento cultural que define a sua qualidade.
A produção e o acesso à cultura são direitos básicos do cidadão, tão importantes quanto o direito ao voto, à moradia, à alimentação, à saúde e à educação.
A sociedade brasileira deve ser o principal beneficiário das políticas de cultura, e não apenas os artistas e os produtores culturais.
A política pública de cultura deve estar integrada com as demais políticas governamentais.
Falei de economia da cultura e quero enfatizar este ponto. Uma das grandes inovações do MinC foi tratar as atividades culturais também como atividades econômicas.
O vigor, a diversidade e a alta qualidade de nossa produção cultural confirmam a vocação do Brasil para tornar a economia da cultura um dos motores do nosso desenvolvimento.
Atualmente, a cultura já responde por 5% dos empregos formais do país e estima-se que represente 5% do PIB nacional. Mas o potencial a realizar é ainda maior.
Em junho, o MinC incluiu o Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura no Plano Plurianual. Firmamos parcerias com o BNDES, o Ipea, o IBGE e o BID para desenvolver ações de fomento. Faremos em Recife, em fevereiro, a Feira Música Brasil, um grande evento de negócios que vai congregar toda a indústria da música do país.
A economia da cultura integra o que se chama de "Nova Economia", baseada em criação e inovação. Seus produtos têm alto valor agregado. As atividades relacionadas à cultura, ao lazer e à tecnologia não apenas são as que mais crescem, geram emprego e melhor pagam em todo o planeta. São também as que melhor combinam vantagens econômicas e sociais, pois estimulam as pessoas, produzem bem-estar e impactam outros setores.
Por isso, uma das prioridades do próximo governo deve ser o estímulo e a regulação da indústria cultural. Mas é claro que a atuação do MinC vai abranger outras áreas. Eis um pouco do que estamos projetando para o período 2007/2010:
1. Elevar o Orçamento do MinC para 1% do Orçamento da União;2. Ampliar o Programa Cultura Viva, chegando a 1.500 Pontos de Cultura;3. Implantar o Programa de Cultura do Trabalhador (ou Ticket Cultural);4. Desenvolver o Sistema Nacional de Cultura e o Plano Nacional de Cultura;5. Constituir um Sistema Público de Comunicação plural e consistente;6. Ampliar o Programa de Inclusão Digital e o acesso a novas tecnologias;
7. Consolidar o novo Sistema de Financiamento Público da Cultura;
8. Ampliar o Cultura Prev, ou seja, a Previdência dos Trabalhadores da Cultura;
9. Ampliar os programas de exportação e inserção da cultura brasileira no exterior;
10. Rever os marcos legais de direito autoral e de propriedade intelectual;
11. Estabelecer parceria ativa entre o MinC e o MEC;
12. Adequar nossa legislação à Convenção da Diversidade Cultura da Unesco;13. Implantar o Plano Nacional de Livro e Leitura;
14. Promover a capacitação de empreendedores e investir em novos processos e modelos de negócios;15. Implantar os canais públicos de TV Digital;16. Fortalecer o Conselho Nacional de Políticas Culturais e seus Colegiados;
17. Fortalecer os editais voltados à criação, à produção e à circulação de teatro, dança, artes visuais, audiovisual, literatura e cultura popular;18. Fortalecer o Iphan e a Funarte e criar o Instituto de Museus;19. Implantar o Fundo Setorial do Audiovisual;20. Expandir o Programa Monumenta e torná-lo uma ação de caráter permanente.
Posso dizer a vocês que finalmente o poder público começou a compreender a importância da cultura para o desenvolvimento econômico, social e humano do Brasil.
Posso dizer a vocês que finalmente o poder público começou a compreender a importância da cultura para uma inserção soberana do Brasil na globalização.
A globalização, a convergência digital e a economia pós-industrial exigem um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil.
O modelo industrial, baseado no alto consumo de recursos naturais e no baixo aproveitamento do capital humano, chegou ao limite.
O poder público deve tratar as atividades relacionadas à cultura, ao lazer e à tecnologia como prioritárias, investindo em seu fortalecimento e na democratização do acesso.
Por isso, e pelo sem-número de avanços e conquistas em outras áreas, Lula merece o segundo mandato.
No caso do Rio, a presença de Sérgio Cabral aqui sinaliza seu compromisso com a priorização da cultura e com a agenda que procuramos desenvolver no MinC.
Poucos países têm uma cultura tão intensa, diversa e dinâmica quanto o nosso. Poucos países têm um povo tão criativo, perseverante e transformador.
O Rio e o Brasil estão vocacionados para a produção cultural, o turismo, a ciência, o esporte, a moda, o design e as demais atividades que simbolizam a nova era da economia mundial. Nossos governos devem entender e maximizar esta vocação.
Eis, presidente, o que temos a dizer aqui no Canecão, com a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo. Fomos ambiciosos e fizemos a primeira colheita. Mas podemos ir além. Devemos transformar as mudanças em curso no mundo em oportunidades de desenvolvimento.
Nossa cultura é o que legitima o direito de propriedade sobre o território que habitamos. Quem disse isso não fui eu, mas Rodrigo Mello Franco de Andrade, há mais de 50 anos.
E como falou Adam Smith? "A riqueza das nações também é a cultura de seus povos."
Aproveito para agradecer publicamente a sua confiança, assim como a confiança e o apoio de todos os que nos ajudaram e torceram por nós.
Quero também agradecer publicamente a toda a equipe do MinC e a todos os que fizeram parte dela.
Tenho o sentimento do dever cumprido. O MinC foi, na cultura, a cara do governo Lula, este governo que, por sua vez, tem a cara do Brasil e dos brasileiros. Lula é muitos!
Vida longa à capoeira dos mestres Bimba e Pastinha, e de seus discípulos espalhados pelo mundo. Vamos à luta!
GILBERTO GIL
>>>
Um voto carregado de orgulho
>>>
O amor de meu voto
Mais do que saber a origem do dinheiro, o que as elites brasileiras querem mesmo é mudar o destino do dinheiro. Afinal, para assegurar crédito para latifundiários e empresários (que nunca pagam o que conseguem nos bancos públicos), é necessário deixar de lado a construção de mais cisternas, novos auditórios em escolas sem estrutura, rede de esgotos e a ajuda para cooperativas de leite.
- Por Inácio França, jornalista, de Recife.
Para se chegar a Olivedos de carro é preciso entrar à direita numa estrada de terra, 30 minutos depois de Campina Grande. Pouco mais de 3.300 pessoas vivem no município, a maioria em modestas casas construídas ao redor da pequena igreja matriz, pintada de amarelo. A caatinga que marca a paisagem dos Cariris Velhos, agreste paraibano, começa já no quintal das casas. Numa viagem profissional às vésperas do feriado, passei algumas horas na cidade, tempo suficiente para cumprir a tarefa de acompanhar uma avaliação da gestão das políticas sociais do município. Tempo suficiente para as explicações racionais e ideológicas, que justificaram meu voto em Lula no primeiro turno, perdessem sentido. Em Olivedos, pressenti que meu voto em Lula no segundo turno será um momento de intensa emoção. Um voto carregado de orgulho, um voto com amor. Isso tudo porque cheguei cedo à cidade, uma hora antes do previsto. Aproveitei, então para perambular pela cidade e conversar com algumas pessoas que participariam da reunião. Logo me chamou a atenção o movimento diante de uma casinha pintada de verde, na verdade, uma espécie de garagem, com apenas um cômodo. Em fila diante da garagem, alguns homens simples, ao lado de jumentos que carregavam nas laterais aquelas enormes garrafas de alumínio para transportar leite. Dentro do imóvel, um enorme tanque, da altura de um homem adulto, com uns aparelhos modernos e um painel digital, algo improvável numa casinha simples, cercada de mandacarus, xique-xiques, juremas e algarobas. Uma senhora, que se apresentou como presidente da "associação",explicou que aquele tanque era refrigerado, garantia a conservação do leite até meio-dia, quando um caminhão de uma empresa levava o alimento para a fábrica, em João Pessoa. Com a venda do leite, cada um dos pequenos criadores, donos de minúsculos lotes de terra e três ou quatro vacas, fatura até R$ 550,00 por mês. Até o ano passado, a principal fonte de renda dessas pessoas era o dinheiro da aposentadoria, um salário-mínimo, recebido geralmente pela pessoa mais velha da família. Antes, esses criadores só tinham uma saída: percorrer a cidade em seus jumentos, vendendo diretamente para os moradores da cidade por R$ 0,30 cada litro. Às 10h, por causa do calor, o leite começava a estragar. O desperdício era grande. Hoje, a empresa paga R$ 0,70 por litro, dos quais R$ 0,05 fica na associação para pagamento dos impostos e do salário do rapaz que recebe o leite e faz os exames para controlar a pureza do alimento, antes de colocá-lo no tanque refrigerado. O tanque foi comprado com recursos do micro-crédito de um programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O rapaz aprendeu a testar a pureza do leite num curso na capital, pago com recursos federais. Na mesma rua da garagem onde funciona a cooperativa de leite, está a Escola de Ensino Fundamental Monsenhor Stanislaw. Orgulhosa, uma funcionária da prefeitura me leva para conhecer as obras do auditório da escola, que está sendo construído no lugar de um galpão cujo teto já ameaçava os alunos. A obra também parece improvável naquela cidade: o auditório terá capacidade para 300 pessoas, 10% da população da cidade, e está sendo construído em forma de anfiteatro, com poltronas confortáveis que já chegaram e estão guardadas, prontas para serem instaladas. "Quando o auditório, ficar pronto os meninos da banda de pífanos e do coral vão ter onde se apresentar", antecipa a funcionária. Perguntei de onde veio o dinheiro, a senhora se espantou, respondendo quase indignada com tamanha ignorância: "do Ministério da Educação". Mais adiante, buracos abertos no calçamento de paralelepípedos, na área em torno do colégio. A funcionária, grávida de oito meses, informou que aquelas eram obras do saneamento e da rede de esgotos. Segundo ela, até o final de 2007, Olivedos estará 100% saneada. Antes que eu fizesse mais outra pergunta besta, ela foi logo dizendo que o dinheiro veio do Ministério das Cidades. Á tarde, depois da avaliação, se desculparam porque eu não poderia conhecer o prefeito. "Josa (esse é o apelido do prefeito Josimar) foi em João Pessoa assinar um convênio para conseguir mais cisternas e banheiros pro pessoal da zona rural". O convênio foi assinado na Fundação Nacional de Saúde, que já custeou a construção de dezenas de outras cisternas e banheiros que funcional com água da chuva, captada por calhas, assim como as cisternas. A caminho do Recife - onde vivo a mercê do noticiário da TV e da ótica de amigos que recebem salários razoáveis, vivem em apartamentos como o meu, com banheiros confortáveis, em ruas asfaltadas de classe média e filhos estudando em imensos colégios particulares - avaliei o quanto esses Brasis não se relacionam, não se conhecem. Compreendi o tamanho do abismo que nos separa e quanto está sendo feito para reduzir essa distância. E entendi os motivos do ódio e da mobilização daqueles que sempre tiveram livre acesso ao dinheiro que corre nas veias do Governo Federal. Mais do que saber a origem do dinheiro, o que as elites brasileiras querem mesmo é mudar o destino do dinheiro. Afinal, para assegurar crédito para latifundiários e empresários (que nunca pagam o que conseguem nos bancos públicos), é necessário deixar de lado a construção de mais cisternas, novos auditórios em escolas sem estrutura, rede de esgotos e a ajuda para cooperativas de leite. Mas, finalmente, compreendi porque os moradores de Olivedos se referem ao presidente da República como alguém da família. Luís Inácio Lula da Silva, para os olivedenses, é o "nosso Lula". O governo Federal está tão perto que o presidente é íntimo de todos eles.
>>>
O amor de meu voto
Mais do que saber a origem do dinheiro, o que as elites brasileiras querem mesmo é mudar o destino do dinheiro. Afinal, para assegurar crédito para latifundiários e empresários (que nunca pagam o que conseguem nos bancos públicos), é necessário deixar de lado a construção de mais cisternas, novos auditórios em escolas sem estrutura, rede de esgotos e a ajuda para cooperativas de leite.
- Por Inácio França, jornalista, de Recife.
Para se chegar a Olivedos de carro é preciso entrar à direita numa estrada de terra, 30 minutos depois de Campina Grande. Pouco mais de 3.300 pessoas vivem no município, a maioria em modestas casas construídas ao redor da pequena igreja matriz, pintada de amarelo. A caatinga que marca a paisagem dos Cariris Velhos, agreste paraibano, começa já no quintal das casas. Numa viagem profissional às vésperas do feriado, passei algumas horas na cidade, tempo suficiente para cumprir a tarefa de acompanhar uma avaliação da gestão das políticas sociais do município. Tempo suficiente para as explicações racionais e ideológicas, que justificaram meu voto em Lula no primeiro turno, perdessem sentido. Em Olivedos, pressenti que meu voto em Lula no segundo turno será um momento de intensa emoção. Um voto carregado de orgulho, um voto com amor. Isso tudo porque cheguei cedo à cidade, uma hora antes do previsto. Aproveitei, então para perambular pela cidade e conversar com algumas pessoas que participariam da reunião. Logo me chamou a atenção o movimento diante de uma casinha pintada de verde, na verdade, uma espécie de garagem, com apenas um cômodo. Em fila diante da garagem, alguns homens simples, ao lado de jumentos que carregavam nas laterais aquelas enormes garrafas de alumínio para transportar leite. Dentro do imóvel, um enorme tanque, da altura de um homem adulto, com uns aparelhos modernos e um painel digital, algo improvável numa casinha simples, cercada de mandacarus, xique-xiques, juremas e algarobas. Uma senhora, que se apresentou como presidente da "associação",explicou que aquele tanque era refrigerado, garantia a conservação do leite até meio-dia, quando um caminhão de uma empresa levava o alimento para a fábrica, em João Pessoa. Com a venda do leite, cada um dos pequenos criadores, donos de minúsculos lotes de terra e três ou quatro vacas, fatura até R$ 550,00 por mês. Até o ano passado, a principal fonte de renda dessas pessoas era o dinheiro da aposentadoria, um salário-mínimo, recebido geralmente pela pessoa mais velha da família. Antes, esses criadores só tinham uma saída: percorrer a cidade em seus jumentos, vendendo diretamente para os moradores da cidade por R$ 0,30 cada litro. Às 10h, por causa do calor, o leite começava a estragar. O desperdício era grande. Hoje, a empresa paga R$ 0,70 por litro, dos quais R$ 0,05 fica na associação para pagamento dos impostos e do salário do rapaz que recebe o leite e faz os exames para controlar a pureza do alimento, antes de colocá-lo no tanque refrigerado. O tanque foi comprado com recursos do micro-crédito de um programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O rapaz aprendeu a testar a pureza do leite num curso na capital, pago com recursos federais. Na mesma rua da garagem onde funciona a cooperativa de leite, está a Escola de Ensino Fundamental Monsenhor Stanislaw. Orgulhosa, uma funcionária da prefeitura me leva para conhecer as obras do auditório da escola, que está sendo construído no lugar de um galpão cujo teto já ameaçava os alunos. A obra também parece improvável naquela cidade: o auditório terá capacidade para 300 pessoas, 10% da população da cidade, e está sendo construído em forma de anfiteatro, com poltronas confortáveis que já chegaram e estão guardadas, prontas para serem instaladas. "Quando o auditório, ficar pronto os meninos da banda de pífanos e do coral vão ter onde se apresentar", antecipa a funcionária. Perguntei de onde veio o dinheiro, a senhora se espantou, respondendo quase indignada com tamanha ignorância: "do Ministério da Educação". Mais adiante, buracos abertos no calçamento de paralelepípedos, na área em torno do colégio. A funcionária, grávida de oito meses, informou que aquelas eram obras do saneamento e da rede de esgotos. Segundo ela, até o final de 2007, Olivedos estará 100% saneada. Antes que eu fizesse mais outra pergunta besta, ela foi logo dizendo que o dinheiro veio do Ministério das Cidades. Á tarde, depois da avaliação, se desculparam porque eu não poderia conhecer o prefeito. "Josa (esse é o apelido do prefeito Josimar) foi em João Pessoa assinar um convênio para conseguir mais cisternas e banheiros pro pessoal da zona rural". O convênio foi assinado na Fundação Nacional de Saúde, que já custeou a construção de dezenas de outras cisternas e banheiros que funcional com água da chuva, captada por calhas, assim como as cisternas. A caminho do Recife - onde vivo a mercê do noticiário da TV e da ótica de amigos que recebem salários razoáveis, vivem em apartamentos como o meu, com banheiros confortáveis, em ruas asfaltadas de classe média e filhos estudando em imensos colégios particulares - avaliei o quanto esses Brasis não se relacionam, não se conhecem. Compreendi o tamanho do abismo que nos separa e quanto está sendo feito para reduzir essa distância. E entendi os motivos do ódio e da mobilização daqueles que sempre tiveram livre acesso ao dinheiro que corre nas veias do Governo Federal. Mais do que saber a origem do dinheiro, o que as elites brasileiras querem mesmo é mudar o destino do dinheiro. Afinal, para assegurar crédito para latifundiários e empresários (que nunca pagam o que conseguem nos bancos públicos), é necessário deixar de lado a construção de mais cisternas, novos auditórios em escolas sem estrutura, rede de esgotos e a ajuda para cooperativas de leite. Mas, finalmente, compreendi porque os moradores de Olivedos se referem ao presidente da República como alguém da família. Luís Inácio Lula da Silva, para os olivedenses, é o "nosso Lula". O governo Federal está tão perto que o presidente é íntimo de todos eles.
>>>
sábado, outubro 21, 2006
O INFORMANTE
Notícias do dia:
Folha Online (21/10/06)Darci Vedoin confirma envolvimento de Abel (PSDB) com sanguessugasLuiz Antonio dizia que seu pai acertara o negócio com Abel, empresário de Piracicaba. Ontem, Darci confirmou essa versão ao juiz.
O Globo Online (20/10/06)A oito dias das eleições, Lula chega a 62% e abre vantagem de 24 pontosO petista subiu cinco pontos e agora tem 57% das intenções de voto. Já o tucano caiu quatro e aparece com 36% das intenções de votos.
Conversa Afiada (20/10/06)Marcos Coimbra: Mídia levou a eleição para o 2º turnoApesar de termos tido em 89 uma eleição muito disputada no segundo turno, nós tínhamos visto ainda uma atuação tão intensa da imprensa.
O Globo Online (20/10/06)Ibope: Wilma de Faria confirma liderança no RNDe acordo com a pesquisa Wilma de Faria está com 50% das intenções de voto contra 43% de Garibaldi.
UOL News (20/10/06)Nelson Barbosa: "País está pronto para crescer 5% ao ano em média"Crescer é o grande desafio e todo o trabalho feito até agora garante que a economia brasileira crescerá mais rápido nos próximos anos.
Entrelinhas (20/10/06)Elite da Educação diz não a GeraldoNós, professores universitários, vimos a público afirmar que não há justificativa alguma para levar novamente o PSDB à presidência.
LUIZ NASSIFRevolução no campoJá existem experiência em andamento no Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, em Minas, na Bacia do Rio Itabapoana, do Rio de Janeiro.
HILTON FARIA DA SILVAA unanimidadePor que eles tentam destruir a imagem de Lula? Por que não adotam uma postura imparcial e criticam Alckmin? Esta unanimidade cheira mal.
Folha de São Paulo (20/10/06)PT abre as contas da campanhaCoordenador da campanha de Lula disse que vai sugerir a juiz de Mato Grosso a derrubada do sigilo sobre inquérito do dossiê.
Agência Reuters (20/10/06)Lula sobe em pesquisa com voto da esquerda, dizem analistasEleitores de esquerda, que votaram em Heloísa Helena, estavam "ansiosos e desejosos por um motivo para votar em Lula" e agora já o tem.
Valor Econômico (20/10/06)Renda liberada para consumo aumenta 6,6% e ajuda varejoA redução do nível médio de inadimplência das famílias e o aumento na confiança do consumidor são outros pontos favoráveis às vendas.
O Vermelho (20/10/06)Lula x Alckmin no SBT: em debate cordial, venceram os númerosEmbora menos tensos e agressivos do que no encontro na Rede Bandeirantes, os candidatos não deixaram de trocar farpas e ironias.
O Informante - preenchendo lacunas da mídia
O Informante é fruto da rede Tribuna da Intenet. Venha participar.
>>>
E ainda dizem que “nada mudou”.
>>>
A POLÍCIA FEDERAL NÃO É A DE FHC
Paulo Henrique Amorim
A leitura do relatório do Dr. Diógenes Curado Filho, delegado da Policia Federal em Cuiabá, Mato Grosso (clique aqui), é uma rara peça de profissionalismo.
Torna desnecessário o empenho dos senadores Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen (senador até 31/XII/2006) em fazer com que a OAB e o Ministro Marco Aurélio Mello, presidente do TSE, apurem o que aconteceu com a máfia dos sanguessugas – no que concerne ao papel do indiciado Gedimar Pereira Passos.
A parte referente ao papel de José Serra e Barjas Negri, na companhia do empresário Abel Pereira, deve ficar para investigação posterior. O que é animador é a forma implacável com que um policial de uma instituição republicana investiga membros do Partido do Presidente da Republica.
Todo brasileiro deveria se orgulhar de ter uma Policia Federal que não parece se intimidar com a possibilidade de subir a rampa do Palácio do Planalto.
É muito diferente do que acontecia no Governo Fernando Henrique Cardoso.
O herói da privatização tucana, Daniel Dantas, jantou no Palácio do Alvorada com o Presidente Fernando Henrique Cardoso, num domingo, no inicio de 2002.
O resultado desse ágape é que o delegado da Policia Federal do Rio que investigava a privatização foi afastado e removido para a Ilha do Diabo, na companhia do Capitão Dreyfus.
Pouco depois, Luis Leonardo Cantidiano foi indicado para a Presidência da CVM, ele que era advogado de Dantas e um dos arquitetos do modelo de privatização.
E houve a “Noite de São Bartolomeu”, em que morreram decepados os diretores da Previ que se opunham a Dantas.
E ainda dizem que “nada mudou”.
>>>
E quando a investigação chegar nos tucanos???
Já imaginaram uma CPI da Globo???
>>>
A POLÍCIA FEDERAL NÃO É A DE FHC
Paulo Henrique Amorim
A leitura do relatório do Dr. Diógenes Curado Filho, delegado da Policia Federal em Cuiabá, Mato Grosso (clique aqui), é uma rara peça de profissionalismo.
Torna desnecessário o empenho dos senadores Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen (senador até 31/XII/2006) em fazer com que a OAB e o Ministro Marco Aurélio Mello, presidente do TSE, apurem o que aconteceu com a máfia dos sanguessugas – no que concerne ao papel do indiciado Gedimar Pereira Passos.
A parte referente ao papel de José Serra e Barjas Negri, na companhia do empresário Abel Pereira, deve ficar para investigação posterior. O que é animador é a forma implacável com que um policial de uma instituição republicana investiga membros do Partido do Presidente da Republica.
Todo brasileiro deveria se orgulhar de ter uma Policia Federal que não parece se intimidar com a possibilidade de subir a rampa do Palácio do Planalto.
É muito diferente do que acontecia no Governo Fernando Henrique Cardoso.
O herói da privatização tucana, Daniel Dantas, jantou no Palácio do Alvorada com o Presidente Fernando Henrique Cardoso, num domingo, no inicio de 2002.
O resultado desse ágape é que o delegado da Policia Federal do Rio que investigava a privatização foi afastado e removido para a Ilha do Diabo, na companhia do Capitão Dreyfus.
Pouco depois, Luis Leonardo Cantidiano foi indicado para a Presidência da CVM, ele que era advogado de Dantas e um dos arquitetos do modelo de privatização.
E houve a “Noite de São Bartolomeu”, em que morreram decepados os diretores da Previ que se opunham a Dantas.
E ainda dizem que “nada mudou”.
>>>
E quando a investigação chegar nos tucanos???
Já imaginaram uma CPI da Globo???
>>>
Ninguém aguenta mais...
>>>
Pode esculhambar a vontade
Os links da imprensa tucana
Jornal Nacionalhttp://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,F0-3353-1,00.html
o telejornal do casal aloprado
Bom dia BrasilPodem falar mal do Renato Machado (bajulador almofadinha e anti-lula)http://bomdiabrasil.globo.com/Jornalismo/BDBR/0,,F0-3354-1,00.html
Ombudsman da Folha - O ombudsman é o cara que faz de conta que critica o jornal no próprio jornal.mailto:jornal.ombudsman@uol.com.br
Jornal do SBThttp://www.sbt.com.br/contato/ O Carlos Nascimento do Jornal do SBT é peçonhento, escroto e mentiroso.
Jornal da Recordhttp://www.rederecord.com.br/frameset.asp?prog=5
Hoje em Dia - Recordhttp://www.rederecord.com.br/frameset.asp?prog=33
No hoje em dia o "jornalista" Brito jr., um bajulador covarde
Revista Veja:
Ana Paula Teixeira - apteixeira@abril.com.br
João Paulo Pizarro - joao.paulo@abril.com.br
Marcio Bezerra - mbezerra@abril.com.br
Email da Abril = abrilsac@abril.com.br
mailto:epoca@edglobo.com.br http://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=elianec@uol.com.brhttp://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=fcanzian@folhasp.com.brhttp://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=palavradoleitor@uol.com.brhttp://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=veja@abril.com.br
http://www.estadao.com.br/canaldoleitor/send.htmhttp://bomdiabrasil.globo.com/Jornalismo/BDBR/0,,F0-3354,00.htmlhttp://jornalhoje.globo.com/JHoje/0,19125,3070,00.htmlhttp://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,F0-3353,00.htmlhttp://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,2748,00.html
O meu lado é o da solidariedade e não o do preconceito. LULA De Novo com a Força do Povo!
13!
Pode esculhambar a vontade
Os links da imprensa tucana
Jornal Nacionalhttp://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,F0-3353-1,00.html
o telejornal do casal aloprado
Bom dia BrasilPodem falar mal do Renato Machado (bajulador almofadinha e anti-lula)http://bomdiabrasil.globo.com/Jornalismo/BDBR/0,,F0-3354-1,00.html
Ombudsman da Folha - O ombudsman é o cara que faz de conta que critica o jornal no próprio jornal.mailto:jornal.ombudsman@uol.com.br
Jornal do SBThttp://www.sbt.com.br/contato/ O Carlos Nascimento do Jornal do SBT é peçonhento, escroto e mentiroso.
Jornal da Recordhttp://www.rederecord.com.br/frameset.asp?prog=5
Hoje em Dia - Recordhttp://www.rederecord.com.br/frameset.asp?prog=33
No hoje em dia o "jornalista" Brito jr., um bajulador covarde
Revista Veja:
Ana Paula Teixeira - apteixeira@abril.com.br
João Paulo Pizarro - joao.paulo@abril.com.br
Marcio Bezerra - mbezerra@abril.com.br
Email da Abril = abrilsac@abril.com.br
mailto:epoca@edglobo.com.br http://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=elianec@uol.com.brhttp://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=fcanzian@folhasp.com.brhttp://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=palavradoleitor@uol.com.brhttp://br.f338.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=veja@abril.com.br
http://www.estadao.com.br/canaldoleitor/send.htmhttp://bomdiabrasil.globo.com/Jornalismo/BDBR/0,,F0-3354,00.htmlhttp://jornalhoje.globo.com/JHoje/0,19125,3070,00.htmlhttp://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,F0-3353,00.htmlhttp://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,2748,00.html
O meu lado é o da solidariedade e não o do preconceito. LULA De Novo com a Força do Povo!
13!
>>>
sexta-feira, outubro 20, 2006
"Dinheiro do dossiê passou pela imprensa"?
>>>
Extra! Extra! Dinheiro do dossiê veio da Casa da Moeda
As manchetes de Folha e O Globo, tratando do dossiê, são um erro de avaliação jornalística, para ficarmos nas boas intenções. Têm o mesmo valor que destacar na 1ª página: Dinheiro do dossiê veio da Casa da Moeda
Nelson Breve - Carta Maior
BRASÍLIA - Jornalistas costumam perder a racionalidade quando são destacados para acompanhar um escândalo. Ficam cercados por muita tensão por causa da competitividade. O medo de levar um furo - ou seja, de ver o concorrente noticiar na frente uma novidade de impacto - torna o ambiente da cobertura mais esquizofrênico. Da mesma forma, a imprensa, de modo geral, perde o prumo nas coberturas de eleições. Os conflitos internos nas redações deixam todos com nervos à flor da pele.
A mistura de escândalo com eleições, portanto, é quase uma sessão permanente de choques elétricos. Essa talvez seja a explicação para a neurose em torno das investigações sobre a origem do dinheiro que pagaria o dossiê com supostas provas de envolvimento dos tucanos com a "Máfia dos Sanguessugas". Neurose que bloqueia a reflexão sobre as informações que chegam às redações.
Como pode a Folha de S. Paulo estampar manchete de primeira página dizendo "Parte do dinheiro do dossiê veio do jogo do bicho do Rio"? Ou O Globo cravar na capa "Bicheiro Turcão deu dinheiro para dossiê"? Se o objetivo não é ajudar o programa eleitoral do candidato tucano a dar credibilidade para ataques aos adversários mostrando manchetes de jornais, só pode ser resultado de derrame cerebral coletivo.
Em primeiro lugar, o próprio jornal informa que apenas R$ 5 mil, entre mais de R$ 1 milhão teria passado pela banca de um bicheiro do Rio. Isso é menos de 0,5% (meio por cento). Uma proporção que não se aceita em estatística alguma. É como colocar uma colherinha de açúcar em um copo com outras 199 colherinhas de café.
No entanto, o ponto principal das alucinações da imprensa e dos políticos sobre a origem do dinheiro é o fato de que as marcas eventuais encontradas apontam apenas o caminho por onde pode ter passado. Olhando apenas para o dinheiro, não há como saber qual foi o último lugar por onde passou antes de chegar aos emissários que comprariam o dossiê.
A imprensa já caiu no conto de que o dinheiro teria entrado ilegalmente no país, ajudando a campanha tucana a propagar essa versão. Depois foram atrás dos cambistas e agora dos bicheiros. Não conseguem raciocinar que dinheiro passa pela mão de muita gente. Poderia ter passado por empresas de ônibus, que movimentam muito dinheiro. Se fosse de alguma cidade administrada pelo PT, certamente seria manchete escandalosa. Já pensou se alguém encontra entre as notas um fio de cabelo e constata, pelo exame de DNA, pertencer a alguém da Folha ou do Globo? Como seria a manchete? "Dinheiro do dossiê passou pela imprensa"?
Banqueiros do bicho também possuem contas em bancos. Assim como órgãos governamentais, organizações não-governamentais, grandes e pequenas empresas e até as organizações criminosas. Mesmo que parte do dinheiro fosse em notas numeradas, só se poderia levar a sério para investigação o intervalo de tempo desde sua emissão e o primeiro local para onde foi enviada pela Casa da Moeda. Depois o dinheiro se mistura com outros e ninguém fica anotando número de cédulas.
Claro que todas as pistas são importantes em uma investigação. Saber por onde passou o dinheiro é uma informação que será cruzada com outras para montar linhas de pesquisa e operação. Mas a imprensa não pode tratar tais pistas como grandes descobertas. Isso é estelionato jornalístico. Vender uma informação com valor muito acima do que ela vale de fato. Sem contar o estrago político que faz em uma campanha, com um candidato usando o exagero para desacreditar o outro.
As manchetes da Folha e do Globo são um erro de avaliação jornalística, para ficarmos nas boas intenções. Têm o mesmo valor que destacar na primeira página, em letras garrafais: "Dinheiro do dossiê veio da Casa da Moeda". Seria um escândalo. A oposição iria denunciar o uso de dinheiro público para pagar o dossiê e pedir a impugnação da candidatura do presidente Lula por uso da máquina administrativa do governo. Uma confusão danada até alguém esclarecer que todo dinheiro em circulação no país passa pela Casa da Moeda.
>>>
Extra! Extra! Dinheiro do dossiê veio da Casa da Moeda
As manchetes de Folha e O Globo, tratando do dossiê, são um erro de avaliação jornalística, para ficarmos nas boas intenções. Têm o mesmo valor que destacar na 1ª página: Dinheiro do dossiê veio da Casa da Moeda
Nelson Breve - Carta Maior
BRASÍLIA - Jornalistas costumam perder a racionalidade quando são destacados para acompanhar um escândalo. Ficam cercados por muita tensão por causa da competitividade. O medo de levar um furo - ou seja, de ver o concorrente noticiar na frente uma novidade de impacto - torna o ambiente da cobertura mais esquizofrênico. Da mesma forma, a imprensa, de modo geral, perde o prumo nas coberturas de eleições. Os conflitos internos nas redações deixam todos com nervos à flor da pele.
A mistura de escândalo com eleições, portanto, é quase uma sessão permanente de choques elétricos. Essa talvez seja a explicação para a neurose em torno das investigações sobre a origem do dinheiro que pagaria o dossiê com supostas provas de envolvimento dos tucanos com a "Máfia dos Sanguessugas". Neurose que bloqueia a reflexão sobre as informações que chegam às redações.
Como pode a Folha de S. Paulo estampar manchete de primeira página dizendo "Parte do dinheiro do dossiê veio do jogo do bicho do Rio"? Ou O Globo cravar na capa "Bicheiro Turcão deu dinheiro para dossiê"? Se o objetivo não é ajudar o programa eleitoral do candidato tucano a dar credibilidade para ataques aos adversários mostrando manchetes de jornais, só pode ser resultado de derrame cerebral coletivo.
Em primeiro lugar, o próprio jornal informa que apenas R$ 5 mil, entre mais de R$ 1 milhão teria passado pela banca de um bicheiro do Rio. Isso é menos de 0,5% (meio por cento). Uma proporção que não se aceita em estatística alguma. É como colocar uma colherinha de açúcar em um copo com outras 199 colherinhas de café.
No entanto, o ponto principal das alucinações da imprensa e dos políticos sobre a origem do dinheiro é o fato de que as marcas eventuais encontradas apontam apenas o caminho por onde pode ter passado. Olhando apenas para o dinheiro, não há como saber qual foi o último lugar por onde passou antes de chegar aos emissários que comprariam o dossiê.
A imprensa já caiu no conto de que o dinheiro teria entrado ilegalmente no país, ajudando a campanha tucana a propagar essa versão. Depois foram atrás dos cambistas e agora dos bicheiros. Não conseguem raciocinar que dinheiro passa pela mão de muita gente. Poderia ter passado por empresas de ônibus, que movimentam muito dinheiro. Se fosse de alguma cidade administrada pelo PT, certamente seria manchete escandalosa. Já pensou se alguém encontra entre as notas um fio de cabelo e constata, pelo exame de DNA, pertencer a alguém da Folha ou do Globo? Como seria a manchete? "Dinheiro do dossiê passou pela imprensa"?
Banqueiros do bicho também possuem contas em bancos. Assim como órgãos governamentais, organizações não-governamentais, grandes e pequenas empresas e até as organizações criminosas. Mesmo que parte do dinheiro fosse em notas numeradas, só se poderia levar a sério para investigação o intervalo de tempo desde sua emissão e o primeiro local para onde foi enviada pela Casa da Moeda. Depois o dinheiro se mistura com outros e ninguém fica anotando número de cédulas.
Claro que todas as pistas são importantes em uma investigação. Saber por onde passou o dinheiro é uma informação que será cruzada com outras para montar linhas de pesquisa e operação. Mas a imprensa não pode tratar tais pistas como grandes descobertas. Isso é estelionato jornalístico. Vender uma informação com valor muito acima do que ela vale de fato. Sem contar o estrago político que faz em uma campanha, com um candidato usando o exagero para desacreditar o outro.
As manchetes da Folha e do Globo são um erro de avaliação jornalística, para ficarmos nas boas intenções. Têm o mesmo valor que destacar na primeira página, em letras garrafais: "Dinheiro do dossiê veio da Casa da Moeda". Seria um escândalo. A oposição iria denunciar o uso de dinheiro público para pagar o dossiê e pedir a impugnação da candidatura do presidente Lula por uso da máquina administrativa do governo. Uma confusão danada até alguém esclarecer que todo dinheiro em circulação no país passa pela Casa da Moeda.
>>>
Prontidão Cívica
>>>
Campanha de vacinação contra a raiva.
Por: Valter Pomar
A pesquisa Datafolha, divulgada no dia 17 de outubro, mostrou Lula com vinte pontos de vantagem sobre Alckmin entre os votos válidos. Carlos Montenegro, do Ibope, que divulga pesquisa dia 20 de outubro, disse que só um fato "muito espetacular" poderá arrancar a faixa de presidente da República do peito de Lula. Moral da história: nos próximos dias, a direita vai tentar criar algum "fato" e vai divulgá-lo de maneira "muito espetacular". Um bom exemplo do que está sendo armado é descrito num correio eletrônico apócrifo, que vem sendo distribuído pela Internet por apoiadores da candidatura Alckmin.
Este correio eletrônico, intitulado "Vem chumbo grosso na edição 1979", afirma entre outras coisas o seguinte:
"Após tomarem conhecimento do conteúdo da revista que está em banca, e temendo o conteúdo da edição nº1979, a corja entrou em pânico. Ocorre que Veja já tem a edição fatal nº 1979, absolutamente pronta, com todo o percurso dos dólares dos Estados Unidos para cá. Junto com as investigações do dossiê Vendoin, surgiram vários outros documentos a respeito de toda a bandalheira que tomou conta do governo. É edição para tornar desnecessárias as eleições no segundo turno."
A frase final é fantástica, pois revela a concepção de democracia que vigora na direita brasileira:
"é edição para tornar desnecessárias as eleições no segundo turno". Ou seja: tem gente neste país que acha que uma eleição presidencial pode ser decidida pelos donos dos grandes meios de comunicação, mancomunados com políticos de direita e as empresas que financiam suas campanhas. Frente a estes gabinetes, o voto do povo seria "desnecessário".Outro exemplo do que está sendo armado é a declaração dada por Geraldo Alckmin, em atividade promovida pela OAB de Brasília, segundo a qual, se Lula for reeleito, o governo "acaba antes de começar".
A tradução mais perfeita deste comentário está num texto do direitoso Reinaldo Azevedo, ex-editor da ex-revista tucana Primeira Leitura. Tal texto, intitulado "As leis ou as urnas?", afirma o seguinte:"(...) estou apostando que boa parte do banditismo que diz respeito ao dossiê vem à luz antes do que se imagina. E, então, é possível que o país eleja um presidente com a cabeça na guilhotina. Até porque, convenha-se, se Lula se reelege com 60% dos votos válidos, vai entender que as urnas estão perdoando o seu governo de todas as lambanças. (...) Não se estará elegendo um presidente, mas uma crise. (...) Lula nos conduziu a um aparente paradoxo: ou triunfam as urnas ou as leis. E por que ele é apenas aparente? Porque as leis e as urnas só estão em oposição quando há gente disposta a usar as urnas para assaltar as leis."
Vamos repetir: "ou triunfam as urnas ou as leis". Portanto, um pedaço da direita já decidiu que, caso perca a eleição, não vai aceitar a legitimidade e a legalidade do resultado. A armação está clara. Contra ela, recomendamos a vacinação.
Primeiro, nos vacinar contra a euforia das pesquisas. Eleição não se ganha de véspera.
Segundo, contra as mentiras dos meios de comunicação. Vem mentira por aí.
Terceiro, contra a raiva da direita brasileira. No Brasil, a direita que ladra também morde.
É claro que alguns mordem a própria língua. É o caso de FHC, que revelou: "Não sou contra a privatização da Petrobras". Para depois inventar que faltou uma vírgula na sua frase, que deveria ser assim: "Não, sou contra a privatização da Petrobras"!!! Outros mordem de verdade. Como se viu no Leblon.
Seja como for, a eleição não está ganha, a direita vai jogar ainda mais pesado nos próximos dias e uma parte dela contesta desde já o resultado das urnas. Frente a isso, devidamente vacinados, o essencial é a mobilização total, todos os dias e todas as horas, daqui até o fechamento da última urna. E depois, até a apuração. E depois, até a posse. E assim por diante. Vacinação e mobilização, os males do Brasil derrotarão.
Valter Pomar é Secretário de Relações Internacionais do PT
>>>
18/10/2006 14:30
Alerta máximo
por Zé Dirceu
Diante da vantagem de Lula nas pesquisas, tucanos apostam na crise institucional. Querem impedir de qualquer maneira a escolha livre e democrática do povo neste segundo turno das eleições presidenciais.Contam com o apoio maciço da grande imprensa. Têm simparizantes ardilosos dentro da Polícia Federal, como ficou definitivamente comprovado no episódio policial-midiático que orientou - com assessoria da Globo - a divulgação das fotos do dossiê Serra/Vedoin.
A ação tucana nas próximas horas seguirá o padrão udenista do tudo ou nada.O mesmo padrão foi adotado pela elite brasileira nos anos 50, quando o porta-voz do golpismo conservador, Carlos Lacerda, ameaçava abertamente a candidatura de Getúlio Vargas, preferida pela população.Lacerda, graciosamente apelidado de "Corvo", por seu estilo rapináceo de fazer política e solapar a democracia, dizia então sem escrúpulos:
- "Esse homem não pode ser candidato; se candidato não pode ser eleito; se eleito não deve tomar posse; se tomar posse não deve governar."
Agora, Alckmin usa praticamente as mesmas palavras: "Se ele (Lula) for reeleito, acaba antes de começar”, disse ele hoje, de acordo com a Reuters [ http://br.today.reuters.com/news/NewsArticle.aspx?type=topNews&storyID=2006-10-18T153726Z_01_N18208981_RTRIDST_0_MANCHETES-BRELEICAO-ALCKMIN-LULA-POL.XML ] .
A hora pede alerta máximo. A militância petista e os democratas de todo o país devem permanecer em prontidão cívica contra investidas rapináceas de qualquer plumagem e coloração.Ontem, no Rio, o Presidente Lula fez um alerta e lançou um apelo à cidadania para ocupe as ruas até as eleições. "Não se deixem entusiasmar pela pesquisa. Temos que ocupar cada rua, cada esquina, como hoje aqui no Rio, para fazer Lula presidente, Cabral governador"
De: http://z001.ig.com.br/ig/45/51/932723/blig/blogdodirceu/2006_10.html#post_18664461
>>>
Campanha de vacinação contra a raiva.
Por: Valter Pomar
A pesquisa Datafolha, divulgada no dia 17 de outubro, mostrou Lula com vinte pontos de vantagem sobre Alckmin entre os votos válidos. Carlos Montenegro, do Ibope, que divulga pesquisa dia 20 de outubro, disse que só um fato "muito espetacular" poderá arrancar a faixa de presidente da República do peito de Lula. Moral da história: nos próximos dias, a direita vai tentar criar algum "fato" e vai divulgá-lo de maneira "muito espetacular". Um bom exemplo do que está sendo armado é descrito num correio eletrônico apócrifo, que vem sendo distribuído pela Internet por apoiadores da candidatura Alckmin.
Este correio eletrônico, intitulado "Vem chumbo grosso na edição 1979", afirma entre outras coisas o seguinte:
"Após tomarem conhecimento do conteúdo da revista que está em banca, e temendo o conteúdo da edição nº1979, a corja entrou em pânico. Ocorre que Veja já tem a edição fatal nº 1979, absolutamente pronta, com todo o percurso dos dólares dos Estados Unidos para cá. Junto com as investigações do dossiê Vendoin, surgiram vários outros documentos a respeito de toda a bandalheira que tomou conta do governo. É edição para tornar desnecessárias as eleições no segundo turno."
A frase final é fantástica, pois revela a concepção de democracia que vigora na direita brasileira:
"é edição para tornar desnecessárias as eleições no segundo turno". Ou seja: tem gente neste país que acha que uma eleição presidencial pode ser decidida pelos donos dos grandes meios de comunicação, mancomunados com políticos de direita e as empresas que financiam suas campanhas. Frente a estes gabinetes, o voto do povo seria "desnecessário".Outro exemplo do que está sendo armado é a declaração dada por Geraldo Alckmin, em atividade promovida pela OAB de Brasília, segundo a qual, se Lula for reeleito, o governo "acaba antes de começar".
A tradução mais perfeita deste comentário está num texto do direitoso Reinaldo Azevedo, ex-editor da ex-revista tucana Primeira Leitura. Tal texto, intitulado "As leis ou as urnas?", afirma o seguinte:"(...) estou apostando que boa parte do banditismo que diz respeito ao dossiê vem à luz antes do que se imagina. E, então, é possível que o país eleja um presidente com a cabeça na guilhotina. Até porque, convenha-se, se Lula se reelege com 60% dos votos válidos, vai entender que as urnas estão perdoando o seu governo de todas as lambanças. (...) Não se estará elegendo um presidente, mas uma crise. (...) Lula nos conduziu a um aparente paradoxo: ou triunfam as urnas ou as leis. E por que ele é apenas aparente? Porque as leis e as urnas só estão em oposição quando há gente disposta a usar as urnas para assaltar as leis."
Vamos repetir: "ou triunfam as urnas ou as leis". Portanto, um pedaço da direita já decidiu que, caso perca a eleição, não vai aceitar a legitimidade e a legalidade do resultado. A armação está clara. Contra ela, recomendamos a vacinação.
Primeiro, nos vacinar contra a euforia das pesquisas. Eleição não se ganha de véspera.
Segundo, contra as mentiras dos meios de comunicação. Vem mentira por aí.
Terceiro, contra a raiva da direita brasileira. No Brasil, a direita que ladra também morde.
É claro que alguns mordem a própria língua. É o caso de FHC, que revelou: "Não sou contra a privatização da Petrobras". Para depois inventar que faltou uma vírgula na sua frase, que deveria ser assim: "Não, sou contra a privatização da Petrobras"!!! Outros mordem de verdade. Como se viu no Leblon.
Seja como for, a eleição não está ganha, a direita vai jogar ainda mais pesado nos próximos dias e uma parte dela contesta desde já o resultado das urnas. Frente a isso, devidamente vacinados, o essencial é a mobilização total, todos os dias e todas as horas, daqui até o fechamento da última urna. E depois, até a apuração. E depois, até a posse. E assim por diante. Vacinação e mobilização, os males do Brasil derrotarão.
Valter Pomar é Secretário de Relações Internacionais do PT
>>>
18/10/2006 14:30
Alerta máximo
por Zé Dirceu
Diante da vantagem de Lula nas pesquisas, tucanos apostam na crise institucional. Querem impedir de qualquer maneira a escolha livre e democrática do povo neste segundo turno das eleições presidenciais.Contam com o apoio maciço da grande imprensa. Têm simparizantes ardilosos dentro da Polícia Federal, como ficou definitivamente comprovado no episódio policial-midiático que orientou - com assessoria da Globo - a divulgação das fotos do dossiê Serra/Vedoin.
A ação tucana nas próximas horas seguirá o padrão udenista do tudo ou nada.O mesmo padrão foi adotado pela elite brasileira nos anos 50, quando o porta-voz do golpismo conservador, Carlos Lacerda, ameaçava abertamente a candidatura de Getúlio Vargas, preferida pela população.Lacerda, graciosamente apelidado de "Corvo", por seu estilo rapináceo de fazer política e solapar a democracia, dizia então sem escrúpulos:
- "Esse homem não pode ser candidato; se candidato não pode ser eleito; se eleito não deve tomar posse; se tomar posse não deve governar."
Agora, Alckmin usa praticamente as mesmas palavras: "Se ele (Lula) for reeleito, acaba antes de começar”, disse ele hoje, de acordo com a Reuters [ http://br.today.reuters.com/news/NewsArticle.aspx?type=topNews&storyID=2006-10-18T153726Z_01_N18208981_RTRIDST_0_MANCHETES-BRELEICAO-ALCKMIN-LULA-POL.XML ] .
A hora pede alerta máximo. A militância petista e os democratas de todo o país devem permanecer em prontidão cívica contra investidas rapináceas de qualquer plumagem e coloração.Ontem, no Rio, o Presidente Lula fez um alerta e lançou um apelo à cidadania para ocupe as ruas até as eleições. "Não se deixem entusiasmar pela pesquisa. Temos que ocupar cada rua, cada esquina, como hoje aqui no Rio, para fazer Lula presidente, Cabral governador"
De: http://z001.ig.com.br/ig/45/51/932723/blig/blogdodirceu/2006_10.html#post_18664461
>>>
INTERNET, O NOVO FRONT
COMO GOVERNAR QUANDO TODA A IMPRENSA É CONTRA
Paulo Henrique Amorim
Ou se faz como Hugo Chávez ou como Roosevelt. São as duas formas conhecidas de enfrentar a oposição de toda a imprensa, num regime democrático. Prefiro a de Roosevelt.
Explico-me.
“Na eleição de 1932, seis de cada dez jornais fizeram oposição a ele e Roosevelt acreditava que era vítima de um ódio profundo de donos de empresas jornalísticas, que distorciam as notícias para prejudicá-lo. As redes de estações de rádio, ao contrário, deram total colaboração... e o Presidente usou o rádio para atingir o público diretamente e explicar seus programas”.
(Paul Starr, The Creation of the Media – Political Origins of Modern Communication, Basic Books, New York, 2004, página 360)
A diferença entre a situação do Presidente Franklin Roosevelt e a do Presidente Lula, caso se reeleja, é um pouco diferente:
1) Todos os jornais são contra Lula;
2) Todas as revistas são contra Lula, com exceção da Carta Capital;
3) Todas as rádios são contra Lula;
4) E uma rede de televisão – a Globo – líder de audiência, sempre desempenhou um papel ativo contra Lula e os candidatos trabalhistas (por exemplo, Leonel Brizola) e agora reagrupou suas forças e aliados (o delegado Bruno, por exemplo – clique aqui para ver e ouvir a integra da conversa do delegado sobre o Jornal Nacional) para derrotar o presidente Lula.
Roosevelt fugiu dos jornais – que, então, tinham muito mais força do que hoje – e se aliou às rádios.
Em troca, Roosevelt, ainda segundo Starr, manteve a posição privatizante dos governos conservadores de antes e deixou o rádio (e mais tarde a televisão) como uma indústria inteiramente privada, ao contrário do que aconteceu na Inglaterra, com a hegemonia da BBC, estatal.
O que extrair dessa lição?
Roosevelt teve a chance de dar a volta por cima pela tecnologia. Foi para outra mídia – o rádio – e deixou os jornais conservadores para lá.
E foi um campeão de reeleições.
Em abril de 2002, TODAS as redes de televisão da Venezuela conseguiram, por algumas horas, dar um golpe de Estado. Teria sido o primeiro golpe de Estado da televisão, na telinha – um golpe criado e realizado pelo que as redes mostravam na tela: o caos, a desordem, o desgoverno, a ingovernabilidade, a corrupção desenfreada.
Sem falar, é claro, da oposição da imprensa escrita.
Quais são os meios de Chávez enfrentar isso?
Segundo a jornalista Alma Guillermoprieto, num artigo “Don´t Cry for me, Venezuela”, publicado em The New York Review of Books, Volume 52, Numero 15, de Outubro de 2005), Chavez fez duas coisas:
1) Criou um programa dominical “Alô Presidente”, em que, às vezes, fica no ar o dia inteiro.
2) Interrompe a programação das redes de televisão, entra em cadeia nacional, sem avisar, e critica os telejornais que acabaram de ir ao ar.
Uma vez, Chávez interrompeu por quatro horas toda a programação da noite, inclusive as “telenovelas”.
(A reprodução em texto dessas quatro horas pode ser encontrada no endereço www.analitica.com/bibliotec/hchavez/cadena20010615.asp)
Deixo de considerar aqui as soluções já exploradas por outros presidentes trabalhistas (ou aliados de trabalhistas), no Brasil.
Vargas, por exemplo, com a ajuda do banqueiro Walther Moreira Salles, estimulou Samuel Wainer a fundar a Última Hora.
Juscelino ajudou Adolpho Bloch na Manchete.
Brizola ajudou a Manchete e usava extensivamente a Radio Mayrink Veiga, no Rio.
Todas essas me parecem soluções politicamente irreproduzíveis, hoje, no Brasil. O Sindicato dos Bancários, no início do Governo Lula, cogitou de lançar um jornal nacional, mas a idéia nem saiu do papel.
A solução Chávez também é inconcebível.
O Governo Lula não enfrentou nem enfrentará a Rede Globo.
A relação de Lula com a Globo é a mesma de Tony Blair com Murdoch (sem comentários...)
E a solução Roosevelt – dar um salto tecnológico?
É a mais plausível. Usar a internet.
O Governo Lula é quem mais precisa de inclusão digital. Os sites de informação do Governo ou de instituições ligadas ao Governo na internet são de uma inépcia petista.
De uma maneira geral, os governos, os partidos (com exceção do PC do B) e os políticos brasileiros (com exceção de César Maia e Zé Dirceu) não sabem usar a internet.
É o único espaço que sobra para o Governo Lula – se ele for reeleito.
PS: Sobre como usar a internet para fazer politica dentro da democracia representativa, recomenda-se ver o que fez e o que faz o atual presidente do Partido Democrata nos Estados Unidos, Howard Dean.
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/395501-396000/395506/395506_1.html
>>>
Quem esqueceu o remédio do vovô ???
A mídia expõe as suas vergonhas – as lições de um jornalismo sórdido
Foi vergonhoso e infame o triste papel feito pelos jornalistas e chefes de jornalismo da Folha, do “Estadão” e da TV Globo, bem como a inconfessável teia de sordidez em que se enredaram.
- por Lula Miranda (http://agenciacartamaior.uol.com.br)
“(...) Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara.” – trecho da carta de Pero Vaz de Caminha.
Primeiro foi o Congresso Nacional que, em seguidos escândalos, expôs à sociedade suas vergonhas – mais por indecência que inocência (como a inocência dos índios na visão da carta de Caminha), registre-se, a bem da verdade. Olhando para o passado recente, e, claro, sem perder de vista o flagrante presente, tivemos o escândalo dos “anões do orçamento”, a compra de votos para dar um segundo mandato a FHC, a eleição de Severino Cavalcante à presidência da Câmara, o esquema de caixa 2 batizado de “mensalão”, a máfia dos “sanguessugas”, dentre tantos. O Judiciário já havia também exposto as suas faces pudendas – se me permitem a blague com partes pudendas. Acompanhamos, sem maiores espantos, diversos casos de magistrados que vendiam sentenças, a prisão dos juízes “Lalau” e Rocha Matos, as aposentadorias e proventos milionários, o apego ao nepotismo, a morosidade nos julgamentos e processos...etc. e etc. Agora chegou a vez da mídia expor as suas próprias vergonhas – em mais um atentado contra a moral e os bons costumes, melhor dizendo, contra a ética.
A revista CartaCapital dessa semana, na sua edição nº415, em antológica e imperdível matéria do experiente jornalista Raimundo Rodrigues Pereira (de vasto e honorável currículo – é preciso reverenciar e respeitar profissionais como esse), desnuda, de modo definitivo e irretocável, pecados capitais da nossa imprensa – essa mesma que, nas suas hipócritas missas de todos os dias, posa de vestal, pluralista, imparcial e outros qualificativos tão mentirosos quanto vazios. Os personagens principais dessa farsa infame são, como sempre, os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, e a TV Globo – só faltou a Veja, mas essa não faltará, como, aliás, há muito não tem faltado. Nessa matéria podemos apreender (sim, e aprender) como a realidade é muitas vezes manipulada, e como alguns de nossos jornalistas se utilizam do expediente nada ético de omitir ao público informações essenciais que certamente influenciariam na elaboração de um julgamento mais completo dos fatos. Para esses “jornalistas de resultados”, assim como na máxima já tão gasta (mas nem por isso menos repulsiva) de certo historiador florentino do séc XV/XVI, os fins justificam os meios.
Resumo da ópera: o delegado da PF que passou as fotos do dinheiro (estrategicamente empilhado para dar impressão de “montanha” de dinheiro) procedeu de forma criminosa, pois, além de vazar informações protegidas pelo segredo de justiça, disse aos repórteres que iria forjar um B.O. e comunicar aos seus superiores que o CD havia sido roubado.
Mais ainda: pautou que a notícia tinha que sair no JN. Mais ainda: disse, em alto e bom som, está tudo gravado, que fazia isso porque queria “f**** o Lula e o PT”. O mais grave, no caso da Folha, é que a repórter que recebeu as fotos do delegado da PF e que o ouviu dizer que iria forjar um B.O. porque queria f**** o Lula e o PT, escreveu uma matéria no dia seguinte sustentando, difundindo e auferindo credibilidade à versão mentirosa do delegado. Por que a jornalista agiu assim? Tinha a cumplicidade e aprovação dos seus superiores?Vejamos o que disseram sobre a matéria alguns jornalistas (jornalistas realmente, e não mafiosos vendedores de mentiras).
Luis Nassif : “ A reportagem de Raimundo não é partidária, não é militante, não é raivosa, não trata a falta de escrúpulos com falta de escrúpulos – como tem sido a marca desses tempos de escuridão, nessas batalhas absurdas de capas atacando Lula e atacando a oposição. É fria e lógica como uma cirurgia de especialista. Não desperdiça palavras, não gasta acusações, apenas confronta princípios básicos de jornalismo com a atitude de cada veículo, repórteres e direção, no episódio em pauta”. Esse é um pequeno trecho de um “post” do Nassif em seu blog, do dia 15/10, domingo, intitulado Réquiem do Jornalismo.” O título em si já diz muito, quase tudo, mas o comentário do jornalista, que, aliás, abandonou a canoa cheia de furos em que se tornou o jornal Folha de S.Paulo, é um exemplo de bom jornalismo a ser seguido pelos seus leitores, mas principalmente pelos seus colegas de profissão e estudantes de jornalismo.
O jornalista Tão Gomes Pinto (também ex-Folha), no seu “Blig do Tão” , foi o primeiro a comentar o assunto, antes mesmo de Nassif, ainda no dia 14/10, sábado. Disse ele em seu texto intitulado A mídia e seu triste papel de terrorista político: “A matéria de capa da CartaCapital é um dramático relato da prática de um ato de terrorismo político. Uma espécie de Watergate tupiniquim. (...) [ A matéria] É antes trágica, na medida em que a orquestração anti-Lula da mídia prenuncia momentos de crises, reais ou fabricadas, cujo desfecho resvala para o imponderável”. O que viria a ser “o imponderável”? Por definição, difícil dizer.
Paulo Henrique Amorim, no seu Conversa Afiada, carregando um pouco mais nas tintas, disse, simulando uma manchete, que “Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno”.
Mas se você quer ter acesso à opinião de um jornalista mais conservador, leia ainda o artigo de Luiz Weis O vídeo, divulgado. O áudio, ocultado, publicado no site do Observatório da Imprensa (que, por sinal, já não anda observando como deveria), em que ele diz “(...) Os jornais e a emissora mostraram o dinheiro. Omitiram o que disse aos seus repórteres a fonte que lhes entregou o DVD[na verdade, um CD] com as fotos de pilhas de reais e dólares – e cujas palavras forma gravadas. (...) Não só seria eticamente correto, mas jornalisticamente indispensável, porque poria em evidência as motivações do policial e serviria de pista para tentar descobrir se ele agiu de comum acordo com interessados nos prováveis efeitos eleitorais da exibição pública das fotos.” Portanto, não se trata de ser conservador ou não, de direita ou de esquerda, trata-se de ser apenas jornalista: leal aos fatos, coerente e comprometido com os princípios básicos da profissão.
Ao ler a matéria de CartaCapital, ainda na noite de sexta-feira, 13/10, fiquei estarrecido, perplexo, embasbacado e... revoltado, para dizer o mínimo. Levantei-me, de imediato, e me dirigi ao computador para enviar uma mensagem ao ombudsman da Folha (com cópia para a direção do jornal) em que dizia, resumidamente, as seguintes, e singelas, palavras: “Estou estarrecido/estupefato/boquiaberto com informações que obtive através de matéria do jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, na revista CartaCapital dessa semana. Através dessa matéria, fiquei sabendo que dois jornalistas da Folha, certamente com a cumplicidade das suas respectivas chefias (ou, nesse caso, seria legítimo dizer que o Diretor de Redação não sabia de nada?), sabendo de uma certa realidade, criou matérias jornalísticas manipulando essa realidade de tal sorte a servir ao propósito de prejudicar a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Certamente, a essa altura dos fatos, o eminente ombudsman já deve ter lido a referida matéria e procurado ouvir o outro lado, o dos repórteres citados.
Diante de tal grave fato, só restam duas alternativas: ou o Diretor de Redação da Folha diz-se traído pelos seus funcionários [na verdade, um dos funcionários citados não é propriamente um repórter, é a editora-executiva da Folha, sra Eleonora de Lucena] e demite a ambos ou, caso contrário, no caso de não haver nenhuma punição exemplar por parte do jornal aos seus jornalistas, é a vez do senhor, preservando sua dignidade como profissional, pedir demissão. Pois, mais vale a dignidade do que um emprego. Não estou certo?
Pode estar certo que, em caso de prevalecer a segunda alternativa, o acompanharei, junto com muitos outros leitores, abandonando o jornal, cancelando de imediato a assinatura.”
Desnecessário dizer que não obtive resposta do ombudsman ou mesmo da direção do jornal, tampouco tive minha carta publicada no Painel do Leitor. Afinal, eles são isentos e pluralistas – e quem manda, no fim das contas, ou, melhor dizendo, na linha editorial do faz-de-conta, é o assinante/leitor. Além do que, cabe a pergunta: há resposta possível?
Essa matéria de CartaCapital, como tantas outras excelentes matérias veiculadas por esse semanário, certamente não obterá a repercussão necessária, pois esse é um veículo típico daquela imprensa que não tem vergonhas a mostrar ou esconder. Como sabemos, é um pequeno Davi enfrentando os gigantes da nossa mídia – lembro-lhes que a tiragem de Veja é de cerca de 1.100.000 exemplares contra algo em torno de 60.000 da valorosa e valente CartaCapital.
Porém, é nossa obrigação de cidadãos difundir essa matéria para quantos for possível. Além de, é claro, lê-la com a máxima atenção e discuti-la com o nosso próximo – como quem compartilha as idéias nossas de cada dia.
Foi vergonhoso e infame o triste papel feito pelos jornalistas e chefes de jornalismo da Folha, do “Estadão” e da TV Globo, bem como a inconfessável teia de sordidez em que se enredaram. E que artimanhas torpes como essas não nos levem, ao final da eleição, a dar de cara com “o imponderável” – como adverte o jornalista Tão Gomes. Afinal, vai ser difícil explicar, ao povo e aos movimentos sociais notadamente, os métodos heterodoxos – para usar de um eufemismo – de que se utilizaram a mídia e os donos do poder para tirar da Presidência um dos presidentes mais populares e queridos da história da República. Que o imponderável não nos faça uma surpresa – o que seria por demais desagradável, decerto.
>>>